Em nenhum lugar do mundo a
esquerda se uniu.
Nem na URSS que foi dividida
entre os stalinistas e trotskistas, ou seja, um grupo liderado por Joseph
Stalin, outro liderado por Leon Trotsky, com vitória promovida pelo primeiro
que esmagou com as baionetas o segundo.
No Brasil o senhor Luís Inácio
Lula da Silva conseguiu o que historicamente era impossível, ou seja, aglutinar
os partidos de esquerdas em torno de sua pessoa.
Com isso deu ao seu partido, o
Partido dos Trabalhadores – PT, fundado por intelectuais, artistas, e católicos
ligados à Teologia da Libertação, no dia 10 de fevereiro de 1980, no Colégio
Sion, uma escola que abriga alunos oriundos da Alta Burguesia paulista, em São
Paulo, uma grandeza jamais imaginada.
Contudo o PT não tinha cacife
para lançar sozinho candidato a Presidência da República.
E graças ao oportunismo do
senador José Alencar, eleito pelo PL, mas que estava sem partido, e a coligação
celebrada pelos PL / PCdoB / PPS / PDT / PTB / PSB / PGT / PSC / PTC / PV / PMN
/ PHS / PCB, chamada de a Coligação Lula Presidente, o senhor Lula foi eleito
Presidente da República, em 18 de outubro de 2002, com 61,27%, ou seja, 52.793.364
dos votos validos em segundo turno.
Vemos aqui o que afirmei logo
no início, ou seja, que “ o senhor Luís Inácio Lula da Silva conseguiu o que
historicamente era impossível, ou seja, aglutinar os partidos de esquerdas em
torno de sua pessoa”, além é claro dos oportunistas de plantão.
Embalados pelo carisma do
sindicalista que se tornou Presidente da República em pleito livre um grupo
enorme de políticos resolveu, sem pestanejar, apoia-lo para um segundo mandato
presidencial.
O Vice-presidente José Alencar,
que havia ingressado no Partido Municipalista Renovador (PMR), que logo mudou
seu nome e passaria a se chamar Partido Republicano Brasileiro (PRB), continuou
seu companheiro de chapa, pois como dono da Companhia de Tecidos Norte de Minas
(Coteminas), empresa do ramo têxtil que teve grande êxito, funcionava como uma espécie
de avalista para as classes produtoras do senhor Lula da Silva até então visto
com muita desconfiança, apesar do êxito de seu governo, êxito esse conseguido graças
a continuidade das políticas de seu antecessor na presidência, o professor Fernando
Henrique Cardoso.
E a coligação "A Força do
Povo" foi formada com o PT, o Partido Republicano Brasileiro (PRB) (do
vice José Alencar) e o Partido Comunista do Brasil (PC do B), e o apoio
informal do Partido Liberal (PL), do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e de
setores do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB - que não possuía
um nome em seus quadros que empolgasse o eleitorado nacional e que defende o “ Sincretismo
político”, ( sincretismo é Fusão de filosofias, de ideologias, de sistemas
sociais ou de elementos culturais diverso: Síntese de elementos diferentes que
possuem sua origem em pontos de vista, teorias filosóficas ou visões de mundo
distintas), e do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
Pela primeira vez vemos ao
lado do senhor Lula parte do PMDB, mas, porém, contudo, no entretanto, um
partido cujos próceres não estavam dispostos a formalmente apoiar a reeleição
do então Presidente da República.
O senhor Lula venceu em
segundo turno com 58.295.042 votos, ou
seja, 60,83 % dos votos validos, e “ nunca antes na história deste país” um
cidadão se considerou como semideus como o senhor Luís Inácio Lula da Silva,
nunca.
E a prova é a frase “ no
Brasil, mais honesto que eu apenas Jesus Cristo”, dita pelo senhor Lula da
Silva, ao se defender das acusações de ser o Chefe do maior esquema de corrupção
que assolou, e assola, a Nação.
Popular Luís Inácio Lula da
Silva escolheu sua sucessora, a senhora Dilma Vana Rousseff, e conseguiu
elege-la graças ao apoio do PMDB que forneceu o Vice-Presidente da chapa, o
advogado Michel Miguel Elias Temer Lulia, o atual Presidente da Republica
Michel Temer.
A coligação Dilma & Temer
foi batizada pelos marqueteiros como “Para o Brasil seguir mudando”, e era
composta pelos seguintes partido: PT, PMDB, PDT, PCdoB, PSB, PR, PRB, PSC, PTC
e PTN.
Apesar da popularidade do Líder
Máximo, aglutinador das esquerdas, dona Dilma só foi eleita no segundo turno
com 55.752.529, ou seja, 56,05% dos votos validos.
Quero destacar aqui que a
candidata Dilma Rousseff só se elegeu graças a Coligação realizada com a maior
parte dos membros do PMDB e outros partidos, pois só o PT não tinha ainda, como
ainda não tem, cacife para eleger sozinho o Presidente da República.
Veio a reeleição em 2014 e a
chapa Dilma & Temer, agora batizada “ Com a Força do Povo” – composta pelo PT
/ PMDB / PSD / PP / PR / PDT / PRB / PROS / PCdoB – venceu em segundo turno com
54.501.118, ou seja, 51,64%, um número pouco menor que na eleição de 2010.
TODAVIA um vendaval de
proporções inimagináveis assolou a Nação.
E foi aí que Luís Inácio Lula
da Silva perdeu sua posição de Grande Aglutinador das esquerdas no Brasil,
apesar de sua iniciativa incessante para provar ao contrário, e dos esforços das
pessoas que o cercam, principalmente dos membros do PT, bem como de alguns
membros dos partidos que faziam parte das coligações anteriores como a deputada
Jandira Feghali do PC do B.
No calendário eleitoral de
2016 estava marcada as eleições para prefeito, vice-prefeito e vereador.
O ex-presidente Lula, apesar
de réu e de claramente não ser mais o Grande Aglutinador das esquerdas, sai
pelo Brasil fazendo campanha não só para os candidatos do PT, mas, também, para
os dos partidos aliados como o PC do B.
De nada adiantou os esforços
do velho líder sindical que chegou a Presidência da República, pois além dos
acima citados, outros mais não conseguiram se eleger.
“ Na Bíblia é contada a história
de Nabucodonosor, Rei da Babilônia, que sonhou com uma estátua gigantesca
(ídolo) que tinha cabeça de ouro, peito metade prata, metade bronze, pernas de
ferro e pés de barro, mas uma pedrinha veio rolando da montanha, atingiu os pés
de barro e a estátua desabou”.
Como Nabucodonosor o ex-presidente
Lula se ensoberbeceu, deixou que a vaidade subisse a cabeça, acreditou que era intocável,
um semideus, mas veio a pedrinha da Lava-jato e o derrubou.
E o pior é que em vez de ficar
quieto, calado, num ostracismo auto imposto, continua falando, falando, e cada
vez mais demostra uma fraqueza jamais imaginada pelo pior de seus inimigos.
Luís Inácio Lula da Silva não
é mais o Grande Líder das esquerdas.
Luís Inácio Lula da Silva não
é mais o Aglutinador das Esquerdas.
Luís Inácio Lula da Silva não
é mais o político com as mãos limpas conforme se imaginava que o sindicalista Luís
Inácio Lula da Silva fosse.
A Onda Vermelha capitaneada
por Luís Inácio Lula da Silva simplesmente acabou, malogrou, desvaneceu-se...
Entretanto as Eleições de 2016
serviram para demostrar nacionalmente o real tamanho do Partido dos Trabalhadores
– do PT.
De 5 570 municípios que
compõem a República Federativa do Brasil somente em 256 o PT comandará a
prefeitura – contra os 630 eleitos em 2012, registrando assim uma queda de 59,
4%- sendo que em uma capital de Estado,
o do Acre, a reeleição de Marcus Alexandre se deve a atuação dos irmãos Viana –
Jorge, atualmente senador, e Tião, atual governador- que dominam a politica acreana.
A bem da verdade o PT disputa
o segundo turno na cidade de Recife com “ João Paulo segue na disputa com o
atual prefeito Geraldo Júlio, do PSB, que por pouco não foi eleito já neste
domingo” –
“ A legenda elegeu apenas oito
prefeitos [ no Estado de São Paulo]. No máximo chegará a 10: disputa o segundo
turno em Mauá, representada por Donisete Braga, e em Santo André, com Carlos
Grana” –
O fato mais grave para a legenda
é esse: “ SÃO PAULO. O PT perdeu espaço no chamado “cinturão vermelho”, grupo
de cidades da região metropolitana de São Paulo. Dos sete municípios hoje
comandados pelo partido nessa região, a sigla conseguiu manter o comando em
apenas um. Em outras duas cidades, petistas foram para o segundo turno” - http://oglobo.globo.com/brasil/pt-perde-espaco-no-cinturao-vermelho-de-sp-20222325
Os atuais dirigentes do PT, a
começar com o presidente Rui Falcão, são avessos as famosas autocriticas, tão ao
gosto das esquerdas, e com isso o partido fica girando em torno de seu umbigo
sem ver a realidade em que estão enfiados até o gogó, numa areia movediça que
cada dia mais inviabiliza sua recuperação nacional.
O único petista disposto a
realizar uma autocritica é o ex-governador Tarso Genro, que em sua “ avaliação sobre
o presente e o futuro do PT”, diz:
“ O PT só voltará a ser um
forte partido democrático de esquerda, se fizer uma análise pública sincera dos
fatores que lhe levaram a esta perda de confiança de uma grande parte do seu
eleitorado. Se o PT não aproveitar esta
crise para fazer estas mudanças, vai se tornar um partido "igual aos
outros", portanto supérfluo para recompor a república, num outro patamar
de civilidade democrática e social."
Contudo ainda existem os
sonhadores como Flávio Koutzzi que aposta na "resistência jovem" para
renovação, não querendo ver o crescimento de partido como o PSOL que hoje
aglutina muito mais os jovens do que o PT de outrora.
Enfim, tudo isso para afirmar,
repetindo, que o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva não é mais o
Aglutinador das Esquerdas.
Enfim, tudo isso para afirmar
que sem as coligações partidárias o senhor Luís Inácio Lula da Silva, nem a
senhora Dilma Rousseff, teriam sido presidentes da República Federativa do Brasil,
pois o Partido dos Trabalhadores não tinha, não tem, e dificilmente terá, um número
substancial de membros e de simpatizantes que os consagrassem nas urnas.
Enfim, que o Partido dos Trabalhadores,
o PT, é um partido de médio porte no cenário nacional – o verdadeiro tamanho
histórico do PT - que nunca se deu conta dessa realidade pelo “barulhão” que
fazem seus membros, e que esse “barulhão” não permitiu, e não permiti, que a triste
realidade seja vista.
Agora se quiserem sobreviver que
façam uma sincera autocritica, que afastem os pecadores, os oportunistas, os traíras
da causa, como sugere o ex-governador Tarso Genro.
E tenho dito.
Jorge Eduardo Garcia
Filosofo e Blogueiro.
São Paulo 4 de outubro de 2016
