Presidente
da CBF renuncia à função durante reunião da Conmebol no Rio de Janeiro
O
presidente da CBF, Marco Polo del Nero, entregou o cargo que ocupava no Comitê
Executivo da Fifa. Ele indicou para seu lugar Fernando Sarney, um dos
vice-presidentes da CBF. A Conmebol, reunida nesta quinta-feira no Rio de
Janeiro, aceitou a saída do Del Nero e a recomendação de Sarney como novo
representante da Confederação Sul-Americano no comitê. A troca terá que ser
homologada em reunião do comitê executivo da Fifa em dezembro.
O
comitê executivo da Conmebol está reunido na sede da CBF, na Zona Oeste do Rio,
para tratar de assuntos diversos, entre eles a discussão sobre o ranking
sul-americano de clubes e a aprovação das bases do regulamento da Copa
Libertadores do ano que vem. A decisão sobre Del Nero, porém, acabou sendo o
assunto mais quente. O dirigente brasileiro segue na CBF e na Conmebol, tendo
renunciado apenas ao cargo no Comitê Executivo da Fifa, onde tem salário
estimado em 200 mil francos por ano (R$ 735 mil).
Segundo
nota oficial no site da CBF, Del Nero deixou o cargo para 'dar atenção integral
ao futebol brasileiro'.
"O
presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero,
comunica que solicitou, nesta quinta-feira (26), junto à Confederação
Sul-Americana de Futebol (Conmebol) o seu desligamento do Comitê Executivo da
FIFA. Indicou para a sua vaga o vice-presidente da CBF, Fernando Sarney, cujo
nome foi aprovado por unanimidade na reunião desta manhã.
Del
Nero informa também que permanecerá com sua cadeira no Comitê Executivo da
Conmebol e que, neste momento, optou por dar atenção integral aos debates e
temas do futebol brasileiro." disse a nota.
Del
Nero vinha sendo muito pressionado por suas ausências em eventos fora do país.
Desde que José Maria Marín, seu antecessor na CBF, e de quem foi
vice-presidente, foi preso na Suíça, em maio, devido ao escândalo de corrupção
na Fifa, Del Nero não sai do Brasil.
No
período em que decidiu não mais viajar, Del Nero deixou de comparecer à eleição
na Fifa, em 29 de maio, e a três reuniões do Comitê Executivo da Fifa, além de
ter faltado também ao sorteio das eiminatórias da Copa de 2018. O dirigente
também deixou de seguir com a seleção brasileira para amistosos, Copa América e
eliminatórias (a estreia da equipe comandada por Dunga foi em Santiago, contra
o Chile, e na 3ª rodada o desafio foi a Argentina, em Buenos Aires).
Em
outubro a imprensa noticiou que a Conmebol já tinha decidido tirar Del Nero do
Comitê de Ética da Fifa. Na ocasião informou-se que a decisão já teria sido
tomada pela cúpula da entidade, que faria o anúncio no encontro no Rio.
MAIS
TROCA NO COMITÊ
Em
pauta também no encontro no Rio está a indicação de mais uma posição da
Conmebol no Comitê Executivo da Fifa, que era ocupada por Luis Bedoya,
ex-presidente da confederação colombiana. No último dia 9, o cartola renunciou
a seu cargo na Colômbia.
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O
encontro da manhã desta quinta-feira, que acontece excepcionalmente acontece
fora de Assumpção, no Paraguai, onde a Conmebol tem sede, é dirigido por Juan
Ángel Napout, presidente da entidade.
Diretor
geral da Conmebol, o espanhol Gorka Villar foi designado para falar sobre as
mudanças políticas na entidade, mas, constrangido por perguntas sobre Del Nero,
limitou-se a dizer que nada podia falar sobre o assunto. Perguntado sobre o
motivo da realização da reunião no Brasil, se era pela impossibilidade de Del
Nero sair do país, disse que foi aceito o convite da CBFem realizar o encontro
"nesta belíssima cidade".
O
próximo encontro da Conmebol deve ser realizado na Argentina, ainda sem data
prevista. No fim de dezembro, no sorteio dos grupos da Libertadores, no
Paraguai, não haverá uma nova reunião do comitê executivo da entidade. Na
ocasião, entrará em vigor uma mudança acordada entre os dirigentes no Rio. A
escolha dos cabeças de chave será feita através de um critério que levará em
conta o histórico do clube na Libertadores, especialmente nos últimos 10 anos.
Leia
mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/esportes/del-nero-deixa-comite-executivo-da-fifa-indica-fernando-sarney-18147401#ixzz3sg7Uhxv1
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Fernando José Macieira Ferreira Araújo da Costa Sarney,
mais conhecido como Fernando Sarney nasceu em São Luís, março de 1955.
Fernando Sarney é filho do ex-presidente José Sarney e de
sua esposa, Marly Sarney. Graduou-se em Engenharia Civil pela Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo em 1978.
É proprietário do Sistema Mirante de Comunicação, um
conglomerado de emissoras de rádio e televisão no Maranhão.
Em 1992, liderou o movimento Pró Impeachment do Collor.
Em 2003 tornou-se sócio da TV Mirante.
Em 2005 defendeu Lula, José Dirceu e José Genoino no
Escândalo do Mensalão.
Em 26 de novembro de 2015, com a renúncia de Marco Polo
Del Nero, foi indicado para assumir a presidência do Comitê Executivo da Fifa.
A nomeação oficial ficou marcada para a semana seguinte, em reunião do comitê,
em Zurique
Em 2006, a PF realizou a Operação Boi Barrica (que mudou
de nome para Operação Faktor, depois que o grupo musical do mesmo nome,
existente há mais de 20 anos, reclamou a associação do nome da operação ao
grupo, que não tinha ligação ao caso) com o objetivo de apurar saques em dinheiro
de pelo menos 3,5 milhões de reais relacionados a empresas da família Sarney no
período das eleições estaduais do Maranhão daquele ano. À época, Roseana
Sarney, irmã de Fernando, era candidata ao governo maranhense, mas perdeu para
Dr. Jackson no segundo turno.
Em 5 de outubro de 2008, os jornais O Imparcial e Jornal
Pequeno (ambos de São Luís) publicaram em primeira mão reportagens baseadas em
relatórios da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) sobre
o envolvimento do Fernando Sarney num mega-esquema criminoso com tentáculos em
vários estados e órgãos estratégicos da administração federal (principalmente
nos setores elétrico e de transportes)
Segundo a PF e o MPF, que
deram o nome “Operação Boi Barrica” (depois rebatizada “Faktor”) à
investigação, Fernando e o grupo por ele chefiado sangraram os cofres públicos
durante ao menos 10 anos, cometendo uma extensa lista de crimes contra o
sistema financeiro nacional e a administração pública. Os principais
investigados foram Teresa Cristina Murad Sarney (mulher de Fernando), Silas
Rondeau Cavalcanti Silva (membro do Conselho de Administração da Petrobras);
Astrogildo Fraguglia Quental (diretor financeiro e de Relações com Investidores
da Eletrobrás); Ulisses Assad (diretor afastado de Engenharia da Valec); Flávio
Barbosa Lima, Gianfranco Antonio Vitório e Artur Perasso (ambos empresários)
(veja os perfis completos de cada um deles no quadro). As reportagens
publicadas pelos jornais foram reproduzidas pela imprensa nacional.
No dia 15 de julho de 2009,
Fernando Sarney foi indiciado pela Polícia Federal sob a acusação, entre outros
crimes, de formação de quadrilha, tráfico de influência e falsificação de
documentos para favorecer empresas privadas em contratos com empresas estatais.
Ele foi apontado como o "mentor intelectual" da quadrilha, mas negou
ter cometido irregularidades. Outras pessoas suspeitas de envolvimento no
esquema são: Thucidides Frota, Marcelo Aragão e Walfredo Dantas.
O órgão mais visado, segundo
os investigadores, foi o Ministério de Minas e Energia. Na época da apuração
dos fatos, entre 2006 e 2007, o ministro de Minas e Energia era Silas Rondeau,
amigo pessoal de Fernando, que se afastou do cargo depois que a Polícia Federal
o apontou como um dos principais suspeitos na Operação Navalha;
Em 16 de julho de 2009, a
Polícia Federal também indiciou a esposa e a filha de Fernando Sarney, acusadas
de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e por operar instituição
financeira sem autorização. Ambas são sócias das empresas suspeitas de
transações financeiras ilegais no Estado.
A Rede Globo, cuja afiliada em
São Luís e no Maranhão é a TV Mirante, veiculou as notícias das acusações
contra Sarney nos telejornais Jornal Hoje, Jornal Nacional, Jornal da Globo e
Bom Dia Brasil (dia 17), mas a emissora de São Luís não veiculou nos
telejornais locais de JMTV 1ª e 2ª edições nem no Bom Dia Mirante.
Pedido de censura aos Jornais
No dia 30 de julho de 2009,
Fernando Sarney (PT) pediu ao desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de
Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), que proibisse o jornal O
Estado de S. Paulo e o seu portal de publicar reportagens com informações sobre
a Operação Faktor. Tal recurso judicial, cuja liminar foi concedida no dia
seguinte por Vieira, determina ainda que seja aplicada uma multa de 150 mil
reais para cada reportagem publicada, caso a decisão do juiz seja violada. O pedido
original de Fernando Sarney correspondia a 300 mil reais.
De acordo com os advogados de
Sarney, o Estado cometeu um crime ao publicar trechos das conversas telefônicas
gravadas pela Operação, pois continham "diálogos íntimos", ferindo a
honra da família Sarney. As gravações revelaram que José Sarney contratava
afilhados políticos e parentes através de atos secretos. O jornal nega as
acusações e pretende recorrer a decisão que considera censura.
Da mesma forma, o Jornal
Pequeno, por determinação do juiz Nemias Nunes Carvalho, da 2ª Vara Cível de
São Luís, teve de retirar do ar no próprio site do jornal, a reportagem com
dados da “Boi Barrica”, envolvendo Fernando Sarney e suas filhas (“Fernando usa
‘caixa 2’ da Mirante para pagar mesadas das filhas”, de 8 de março de 2009). O
jornal recorreu, mas a censura persiste. Além da censura por via judicial,
integrantes da Família Sarney também tentam contra o jornal com processos na
Justiça. Fernando Sarney, Teresa Murad Sarney e Ana Clara Murad Sarney (filha
do casal) representaram contra o jornal por ter divulgado informações dos
relatórios da “Boi Barrica”, assim como duas outras filhas de Fernando e Teresa
(Maria Adriana Murad Sarney e Ana Theresa Murad Sarney).
Em 10 de dezembro de 2009 o
jornal Estado de S. Paulo foi impedido pelo Supremo Tribunal Federal de
publicar notícias sobre a Operação Boi Barrica.[10]
No dia 18 de dezembro, a ação
foi removida por Fernando Sarney:
Nota à Imprensa
Encaminhei à Justiça de
Brasília desistência da ação que movo contra o Jornal O Estado de S. Paulo.
A ação foi necessária para
defesa de meus direitos individuais protegidos pela Constituição e sob tutela
do segredo de Justiça, reconhecidos pelo Supremo Tribunal Federal. Infelizmente
este meu gesto individual de cidadão teve, independente de minha vontade,
interpretação equívoca de restringir a liberdade de imprensa, o que jamais
poderia ser meu objetivo. Para reafirmar esta minha convicção e jamais restar
qualquer dúvida sobre ela, resolvi tomar esta atitude, considerando que a
Liberdade de Imprensa é um patrimônio da democracia e que jamais tive desejo de
fazer qualquer censura a seu exercício.
Fernando Sarney
São Luis, 18 de dezembro,
2009[11]
Mesmo assim, em 29 de janeiro
de 2010, o jornal O Estado de S. Paulo rejeitou na Justiça esse pedido,
alegando através do advogado, que quer esse processo de pedido de impedimento
da publicação seja extinto, pois não acredita a desistência do Fernando Sarney.
O Jornal continua aguardando
(há um ano, a partir de 31 de julho de 2009) ser intimado pela justiça para
decidir se aceita a remoção do processo ou espera pela apreciação do mérito.
Contas no Exterior
Em 7 de março de 2010, matéria
de capa do jornal Folha de S. Paulo, intitulada de Governo acha dinheiro de
filho de Sarney no exterior, escrita por Leonardo Souza, divulgou que o governo
brasileiro conseguiu documentos que comprovam que o empresário movimentou
dinheiro no exterior sem declará-lo à Receita Federal (ou Fisco). Segundo o
jornal, o empresário enviou US$ 1 milhão em 2008 para uma conta em um paraíso
fiscal até a cidade de Qingdao, leste da China. Por e-mail, o empresário disse
à Folha que a imprensa trata de suas movimentações financeiras de forma
"truncada e dissociada da realidade" e que é alvo de "vazamento
criminoso" de informações que estão sob segredo de Justiça.
No dia 25 de março, o mesmo
jornal, divulga mais detalhes da conta na China: intitulada de Suiça bloqueia
conta de filho de Sarney, escrita por Leonardo Souza e Andreza Matais, divulgou
que o Governo da Suíça bloqueou a conta de US$ 13 milhões controlada pelo
empresário, após os depósitos serem rastreados a pedido da Justiça brasileira.
Segundo o jornal, o dinheiro não está declarado à Receita Federal (Fisco).
Autoridades chinesas
informaram ao Ministério da Justiça brasileiro que o empresário operou
pessoalmente no início de 2008, uma conta num paraíso fiscal, em nome de uma
empresa "offshore" com sede no Caribe. Ele usou o canal financeiro
para transferir US$ 1 milhão para uma agência do banco HSBC na cidade de
Qingdao e a autorização da transação contém a assinatura dele.
O bloqueio (que é
administrativo) ocorreu quando Fernando tentava enviar recursos da Suíça para
Liechtenstein, considerado um paraíso fiscal. Caso seja comprovado que o
dinheiro tem origem ilícita, o bloqueio passará a ter caráter criminal e os
recursos poderão ser repatriados.
Porém, ao ser procurado,
Fernando Sarney disse que soube do assunto pelo jornal e afirmou que não
falaria do que não conhece, mas a defesa, contatada pelo celular, não ligou de
volta. Já o pai e senador José Sarney declarou: "Fernando é maior de idade
e tem advogado constituído".
Em 7 de maio, ex pré candidato a vice-presidente de Dilma, Fernando
Sarney foi indiciado pela Polícia Federal, durante o depoimento na cidade de
São Paulo por evasão de divisas por ter a conta na China, depois de se recusar
responder todas as perguntas.