quarta-feira, 27 de janeiro de 2016
Banda Portugal na Praça Onze na masemba, virou lundum, que virou maxixe, donde nasceu o SAMBA - 5 - autor: Jorge Eduardo Fontes Garcia
Banda Portugal na Praça Onze,
fundada em 26 de agosto de 1921, com
Com o nome Sociedade Nova
Banda de Música da Colina Portuguesa.
Passou a usar o nome que a
consagrou em 5 de agosto de 1925.
Nessa publicação se falava da Portela,
do Cordão da Bola Preta, e do Clube dos Embaixadores, “ o grêmio azul e
amarelo, que ficava numa sobre loja na Cinelândia, era o Carnaval em ação, como
hoje não se vê mais.
Uma pena.
Certo dia estava eu com meu
pai já em um colossal engarrafamento quando ficamos estacionados em frente o sobrado
onde estava instalada a Banda Portugal.
Nisso passou em frente de
nosso automóvel uma senhora bem vestida, coberta de ouro, em direção à porta da
agremiação.
Meu pai, um luso descendente
muito brincalhão, além de ser um homem bonito e elegante, imitando um português,
falou:
“ Ó patrícia vais sacudir os ossos”.
Ao que a dama respondeu
sorrindo:
“ Vou. Vamos ó bonitão”,
fazendo um gesto de dança.
Meu pai riu, e disse que
ficava para a próxima, arrancando com o carro.
Algum tempo depois, estávamos
nos num engarrafamento a frente da Banda Portugal, só que, também, estava meu
tio e padrinho de Crisma, João Pedro Giordani.
Meu tio se virou e falou:
“ China, olha lá a sua tia”.
Por obra do acaso e para
meu espanto era a mesma patrícia com quem meu pai havia bólido semanas antes sentada
próximo da janela
Eu chamei atenção de meu
pai ao volante, explicamos o acontecido a meu tio, e caímos na gargalhada.
Eu nunca esqueci esses fatos.
Como é engraçada a memória de
menino, pois não???
E é essa a minha lembrança da
Praça Onze berço do Samba e de lindas canções.
“Engolida pela Avenida
Presidente Vargas, a Praça 11 de Junho diminuiu de tamanho, passando a ser um
local de apresentações regulares de espetáculos de circo”, mas antes de tal
fato acontecer, aconteceram as músicas:
Praça Onze = Composição:
Herivelto Martins e Grande Otelo ·
Vão acabar com a Praça Onze
Não vai haver mais Escola de
Samba, não vai
Chora o tamborim
Chora o morro inteiro
Favela, Salgueiro
Mangueira, Estação Primeira
Guardai os vossos pandeiros,
guardai
Porque a Escola de Samba não
sai
Adeus, minha Praça Onze, adeus
Já sabemos que vais
desaparecer
Leva contigo a nossa
recordação
Mas ficarás eternamente em
nosso coração
E algum dia nova praça nós
teremos
E o teu passado cantaremos
Anos mais tarde, Chico Anysio
e João Roberto Kelly homenagearam a Praça Onze no "Rancho da Praça
Onze":
Esta é a Praça Onze tão
querida
Do carnaval a própria vida
Tudo é sempre carnaval
Vamos ver desta Praça a poesia
E sempre em tom de alegria
Fazê-la internacional
A Praça existe alegre ou
triste
Em nossa imaginação
A Praça é nossa e como é nossa
No Rio quatrocentão
Este é o meu Rio boa praça
Simbolizando nesta Praça
Tantas praças que ele tem
Vamos da Zona Norte à Zona Sul
Deixar a vida toda azul
Mostrar da vida o que faz bem
Praça Onze, Praça Onze
A minha homenagem é esse
escrito que revela que eu jamais esqueci da nossa Praça 11 tão querida e berço
do Samba e de lindas canções.
Jorge Eduardo Fontes Garcia
São Paulo - 27 de janeiro de
2016
A Kananga do Japão na nossa Praça 11 tão querida na masemba, virou lundum, que virou maxixe, donde nasceu o SAMBA - 4- Autor: Jorge Eduardo Fontes Garcia
https://youtu.be/dcVpL-aBR0g podemos encontrar
o chorinho KANANGA DO JAPÃO de autoria de Sinhô (José Barbosa da Silva), que
foi pianista da Casa, que o pai – não consigo saber o nome- sei que era pintor,
ajudou a fundar. Postado por Luciano Hortencio
Segundo consta: A primeira
gafieira brasileira, segundo o pesquisador Agostinho Sei-xas, surgiu no séc.
XIX e foi instalada à rua da Alfândega, 327, centro do Rio de Janeiro, por D.
Francisca Pacheco da Silva. Chamada de “Sala de Danças”, tinha entrada paga à
porta e funcionou de 1847 a 1878.
De Elton Medeiros ,
no Rio de Janeiro, verão de 2005.
No mesmo artigo:
“Como aquela, outras “salas de
danças” permaneceram até mesmo depois do aparecimento do maior recreativista de
todos os tempos, o criativo Júlio Simões – fundador e proprietário do Kananga
do Japão, em 1914 e do Elite Clube em 1930, este ainda hoje existente na Praça
da República.
Mas se Júlio Simões imprimiu
àqueles bailes de entrada paga – mais tarde chamados de gafieira pelo
jornalista Romeu Areda – características como comportamento, trajes, tipo de conjunto
musical etc, foi o músico Raul de Barros o responsável pela reformulação desses
redutos, fazendo com que surgissem as médias e grandes orquestras e, com elas,
um salto de qualidade nos arranjos musicais e uma imensa variedade de gêneros
no repertório”.
Luís César Nunes - https://plus.google.com/+Lu%C3%ADsC%C3%A9sarNunes/posts
Esse senhor acima citado escreveu em 1 de outubro de
2010, no INTERLIGEO - http://aiml.blogspot.com.br/2010/10/do-elite-do-julio.html,
o seguinte artigo intitulado “ Do Elite do Júlio” que versava
sobre os clubes de danças do Rio de Janeiro, vamos a ele:
Do Elite do Júlio
Há alguns anos minha avó dizia
que a novela de Tzuka Yamazaki na TV Manchete, Kananga do Japão, tinha muita
coisa errada conforme o testemunho da época que ela dava. No começo da novela
parecia mesmo que a coisa ia para uma direção do tipo "Malandros, Perus e
Bacanaços" de João Antônio, mas com o tempo os personagens se humanizaram
e, então, minha avó já quase no fim da novela dizia com satisfação: "esses
personagens existiram mesmo!"
“ Talvez esse testemunho não
tivesse valia se minha avó, Zulmira Simões Ciconha, não fosse filha de Julio
Simões. Sim, o célebre Julio Simões que fundou a Kananga do Japão e depois o
Elite Club”.
“ [ seu Julio] Nascido em
Buenos Aires e registrado no Brasil, filho de imigrantes italianos, trajava-se
de maneira impecável com ternos brancos de puro linho e suas gravatas de pura
seda”.
“A Sociedade Familiar Dançante
e Carnavalesca Kananga do Japão fora criada a partir de um rancho carnavalesco,
em 1911, na Praça Onze”.
"A Kananga acolheu em
suas festas músicos populares muito conhecidos na época, como Sinhô (José
Barbosa da Silva), também chamado de Rei do Samba, J. Bulhões, Manuel da
Harmonia, Pixinguinha e João da Baiana, que fora o seu diretor de harmonia na
fase de rancho”.
“Foi lá que Júlio Simões se
inspirou para criar, em 1930, a primeira gafieira do Brasil, a Elite, no Campo
de Santana”.
“Conhecimento não lhe faltava,
pois, durante muitos anos, Júlio desempenhara a função de fiscal de salão da
Kananga”.
“ Como todas as instituições
populares do gênero, a Kananga do Japão tinha o seu padroeiro: São Jorge, o
santo predileto das camadas mais baixas da população carioca. O seu dia, 23 de
abril, era comemorado pela casa desde as primeiras horas da manhã, quando a
imagem do santo era retirada do salão e conduzida para a igreja de São Jorge, a
cerca de um quilômetro de distância”.
“ Em 1926, a madrinha foi
Elisete Cardoso, que teve de contar com a ajuda de outras pessoas, pois a
imagem tinha quase o dobro de seu peso. Após a missa, todos voltaram para a
sede da Kananga, onde almoçaram e lá permaneceram toda a tarde em clima de
festa." Assim Sérgio Cabral descreve no livro "No Tempo da Tia
Ciata", essa época de inícios”.
Na época da novela da TV
Manchete se falou muito no pai do grande historiador do carnaval, critico, ator,
escritor, produtor, sambista da Velha Guarda, o sempre jovial Haroldo Costa
(Rio de Janeiro, 13 de maio de 1930), em relação a Kananga do Japão, mas agora
não consigo descobrir o porquê, de que se tratava.
Mas, fica aqui o registro de
uma Agremiação na nossa Praça 11 tão querida, a
Kananga do Japão
Jorge Eduardo Fontes Garcia
27/01/2016
São Paulo
Jura (Sinhô) - Marília Barbosa
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