quinta-feira, 14 de novembro de 2019

As senhoras do Palácio do Eliseu de Paris.Capítulo 15 Un cadeau de Louis XV à sa bien-aimée autor: Jorge Eduardo Garcia





O Hôtel d'Évreux era “uma das casas mais admiradas de Paris e foi comprada pelo rei Luís XV para residência da marquesa de Pompadour, sua amante.
Os opositores demonstraram seu desagrado pelo regime pendurando placas nos portões que diziam: "Casa da prostituta do rei"- eu não consegui realmente a tradução para essa tabuleta,  que pode qualificá-la de pute, putain, prostituée, catin, e até chienne du roi ( cadela do rei), vá lá saber.
“Após morte marquesa de Pompadour, Hôtel d'Évreux voltou à coroa”.
Quem foi a famosa marquise de Pompadour?
Foi uma criatura preparada por sua mãe e o amante (padrinho e benfeitor da menina) para ser amante do rei de França.
Jeanne-Antoinette Poisson, nasceu em Paris no dia 29 de dezembro de 1721.
Batizada Jeanne-Antoinette Poisson oficialmente filha de François Poisson, comerciário-balconista e Louise. -Madeleine de La Motte, sua esposa, residentes na rue de Cléry, sendo seu padrinho Jean Pâris de Monmartel , e a sua sobrinha deste, Antoinette Justine Pâris, a madrinha.
Jean Pâris de Monmartel e seus irmãos eram “financiadores de Luís XIV e depois Luís XV, banqueiros da Corte , negociantes dos suprimentos aos exércitos, grandes atacadistas.
Jean Pâris de Monmartel investiu 375.000  livres na poderosa sociedade de Angola , uma sociedade europeia do tráfico de escravos , dirigida por Antoine Walsh , o mais rico e o mais famoso dos irlandeses de Nantes,  o que aumentou substancialmente sua fortuna.
Com o tempo Jean Paris de Monmartel e seu mais novo, Paris Duverney, “passaram a controlar o Ministérios das Finanças, Guerra e Relações Exteriores, o que fez deles os s mais poderosos grandes- burgueses da França”.
As mais línguas afirmavam que a pequena Jeanne-Antoinette era filha de Jean Pâris de Monmartel  com Madeleine de La Motte, pois foram ostensivamente amantes.
“Madeleine de La Motte, alcunhada de « belle à miracle » /"belo milagre”, era uma puta- arrivista de primeira qualidade.
Teve vários amantes d’escol, ou seja, os ricos e bem posicionados homens na França dos Luíses.
Em deles se destacou: o fermier général ( coletor dos impostos ) Charles François Paul Le Normant de Tournehem, financista, mecenas e solteiro.
Nota: A Ferme Générale ( tradução literal: Fazenda Geral) foi, no Antigo Regime francês,   essencialmente um terceirizado das operações aduaneiras, impostos especiais de consumo e impostos indiretos. Os agentes coletavam os valores oriundos dessas operações em nome do rei, somadas as taxas de administração, e juros para si. Os contratos eram de seis anos , mas renováveis. Os principais cobradores de impostos nesse sistema altamente impopular eram conhecidos como fermiers généraux (singular fermier général).
Novamente as harpias com suas línguas afiadas afirmavam que a pequena Jeanne-Antoinette era filha Charles François Paul Le Normant de Tournehem e de Madeleine de La Motte, e pelo histórico eu creio que sim.
Elas tinham como base ter o rico financista Charles François Paul Le Normant de Tournehem “ se tornado o guardião legal quando seu pai  foi forçado a deixar a França em 1725 – ou pelas próprias maracutaias, ou por ter assumido as dos outros-  além de tê-la  criado com esmero, e em 1741, a casado com seu sobrinho e herdeiro universal, Charles-Guillaume Le Normant d'Etiolles” .
Em 1745, no auge de seu poder, Madame de Pompadour pediu a rei Luis XV que o nomeasse  directeur général des bâtiments du roi, ou seja, diretor geral dos edifícios do rei , academias e fábricas, uma espécie de zelador dos palácios reais, etc., e Le Normant de Tournehem ocupou o cargo até sua morte em 27 de novembro de 1751, aos 66 anos.
Esse riquíssimo burguês não quis, não comprou, nenhum título de nobreza, continuou um burguês na aristocrática França dos Luíses.
Charles-Guillaume-Borromée Le Normant d'Étioles “é um garoto inteligente e educado: seus estudos concluídos, seu tio Le Normant de Tournehem, que não tem filho, o leva com ele para prepará-lo para uma carreira no mundo das finanças”.
Le Normant de Tournehem usou o poder do dinheiro para casar os dois, e isso se deu porque deserdou os demais familiares e o nomeou herdeiro universal, como já afirmei.
O sobrenome d'Étioles que passou a usar se deve a doação do pequeno castelo construído na propriedade em Étiolles (28 km ao sul de Paris), situado à beira do campo de caça real da floresta de Sénart.
Mais, por que dessa doação?
O castelão do pequeno e elegante Château d’Etiolles tinha o direito de assistir a caça real na floresta de Sénart e por isso possuía a chave de um dos portões da floresta, um fato très honoré para um nobre, imagine para um burguês???
Não podemos nos esquecer que eles haviam treinado a pequena Jeanne-Antoinette para ser amante do rei de França, fosse ele quem fosse.
Coquette, uma grande dominadora da arte da coquetterie, elegantemente vestida – ora de rosa, ora vestida de azul real-  em um pequeno carrinho de palha puxado por um pequeno pônei, decorado com as cores das vestimentas da condutora, com um pajem negrinho, ricamente ataviado e com um belo turban a cabeça, sentado na boleia da pequena charrete, madame Le Normant d'Étioles acompanhava as caçadas reais, até que foi notada pelo sempre buliçoso e sexualmente muito ativo Luis XV.
“Em 24 de fevereiro de 1745, madame Le Normant d'Étioles recebeu um convite formal para assistir ao baile de máscaras que seria realizado no dia seguinte no palácio de Versalhes, uma das festas  para celebrar o casamento de Luís, delfim de França com Maria Teresa Rafaela de Borbón y Farnese , infanta de Espanha, filha de Felipe V e de Isabel Farnese”.
Um fato esquecido, pois não?
Convida para um baile de máscara para o dia seguinte?
Eu creio que já estava tudo combinado, pois  foi  nesse baile que “o rei mascarado  declarou publicamente sua afeição por Jeanne Antoinette diante de  toda a Corte”.
Em um ato galante e sem precedentes Luis, rei de França e de Navarra, tirou a máscara diante de uma Diana, a Caçadora, em referência aos encontros na floresta de Sénart, se curvou, beijou a mão da dama, deu-lhe a mão e saiu com ela pelo salão todo pimpão, para espanto da Corte, para indignação da rainha Maria Leszczyńska e fúria de Luis, o delfin, futuro grão-delfim”.
“Três dias depois, em 28 de fevereiro, durante o baile dado na Prefeitura de Paris, um novo encontro entre o rei e madame Le Normant d'Étioles confirmou o interesse do soberano e eles se tornaram amantes oficiais”.
Ela elevada ao rango de marquesa de Pompadour, uma propriedade no Limousin, daí o madame de Pompadour,foi  apresentada à corte do dia 14 de dezembro, no salão Oiel-de-Boeuf, como amante oficial ( Maîtresse- en- Titre)  com todos os privilégios dessa antiga posição de Corte, como o de poder sentar na presença do rei e da família real , de usar chapéu, ou a cabeça coberta,  nessas ocasiões,  de utilizar a coroa em seu brasão e usar as carruagens destinadas a Família Real.
A Pompadour foi uma empreendedora que incentivou  a fundação da fábrica de porcelanas de Sèvres,  e ele rei de França que afirmou "Après moi, le déluge" (Depois de mim, o dilúvio), ou seja, ‘dane-se meu povo’.
Nem todo marido traído aceita bem os chifres, e foi o caso de Charles-Guillaume-Borromée Le Normant d'Étioles,  que se revoltou e não aceitou a embaixada na Turquia, mas acabou concedendo o divórcio. 
Luis XV era muito viril desde tenra idade e não perdoou nem a um nobre efeminado que seu primo Luis IV, Monsieur le Duc, príncipe de sangue, par de França, sétimo príncipe de Condé,  duque de Bourbon , d'Enghien , de Guise , de Bellegarde, de Montmorency,  conde de Sancerre, de Charolês, senhor de Chantilly, grão-mestre da França, chefe do Conselho da Regência, depois primeiro-ministro,  e sua amante Jeanne-Agnès Berthelot de Pléneuf, marquesa de Prie, colocou na cama do fogoso rei para terem mais ascendência  sobre o monarca.
Não deu certo, porque o femeeiro e libertino Louis-François-Armand de Vignerot du Plessis de Richelieu, duque de Richelieu e de Fronsac , marechal de França, e outros títulos, descobriu a trama, indo correndo a presença do cardeal  André Hercule de Fleury, par eclesiástico, preceptor de Luis XV, posteriormente primeiro- ministro,  membro da Académie Française, des Sciences , des inscriptions et belles – lettres, diretor da Sorbonne e  do Colégio de Navarra, que tinha o raríssimo privilegio de viajar com o rei na mesma carruagem, portanto falar o que bem entendia ao soberano, para contar o fato e os dois combinaram ficar esperando os acontecimentos.
Mas, eles sumiram com o tal nobre e até que Luis perguntou por ele como nos conta o historiador e membro da Academia Henri Robert, mas o gajo já estava longe.
Nesse meio tempo a dupla Bourbon Condé & Prie levou ao conselho real sua preocupação quanto ao casamento do rei, já que o soberano tinha contratado casamento com sua prima Doña Mariana Victoria de Borbón y Farnese, infanta de Espanha,  que desde dos 4 anos estava em Versalhes para ser educada, chamada de e Infanta-Reina pela Corte francesa, mas que agora com 11 anos  não tinha condições de satisfazer as necessidades físicas do jovem e  fogoso rei.
A pequena Infanta-Reina foi devolvida a corte paterna, triste e humilhada, mas para paz da Península Ibérica, especialmente de Portugal, reino do qual ele foi regente,  Doña Mariana Victoria casou com Dom José I em 19 de janeiro de 1729, numa cerimônia paga pelo ouro de Minas Gerais, conhecida como a ‘ Troca das Princesas’, e ela e Dom José I são os avós de Dom João VI, o brasileiro.
A dupla Bourbon Condé & Prie no seu afã de poder patrocinaram o casamento de Luis XV com Maria Leszczyńska, e graças a esse fato madame de Prie gozou por dois anos  da amizade da soberana consorte o que lhe tornou a mulher mais poderosa da Corte por esse período.
Ambição não tem limites, e o duque de Bourbon, príncipe de Condé, queria destruir ao Cardeal de Fleury e se achando o ‘ rei da cocada preta’ o magro, o amargo, o feio, o desengonçado, o caolho, e invejoso ministro em uma audiência começou a atacar o preceptor do rei , esquecendo o carinho que o soberano tinha por ele e totalmente sem-noção caiu na bobagem de perguntar a Luis o que achava das acusações que estava fazendo contra o prelado. 
“ Nada”, respondeu o rei.
“ Sua majestade não dá nenhuma ordem?”
“ Que as coisas permaneçam como estão”.
‘ Tive a infelicidade de desagradar a sua majestade”.
‘ Sim”.
“ Sua majestade não tem mais bondade para comigo?”
“ Não”, respondeu secamente Luis XV.
“ Monsieur de Frejus tem a confiança de sua majestade?”
“ Sim”.
O duque de Bourbon e príncipe de  Condé, aos prantos, se jogou aos pés de Luis XV implorando seu perdão, que o soberano magnânimo concedeu antes de sair da sala.
E sua alteza serena Luis IV, Monsieur le Duc, príncipe de sangue, par de França, sétimo príncipe de Condé,  duque de Bourbon , d'Enghien , de Guise , de Bellegarde, de Montmorency,  conde de Sancerre, de Charolês, senhor de Chantilly, foi exilado em seu château de Chantilly e onde veio a falecer em 27 de janeiro de 1740, com 47 anos, já que nasceu em Versalhes em 18 de agosto de 1692.
Maria Leszczyńska era filha de Stanislas Leszczynski, ex- rei da Polônia e grão-duque da Lituânia, ou da República das Duas Nações, depois duque de Lorena e Bar, e de Catherine Opalinska, ra filha do magnata Jan Karol Opaliński, castelão de Poznanie,  e Zofia Czarnkowska.
O casamento de Luis XV e de Maria Leszczyńska foi muito infeliz, mas gerou muitos filhos:
1.       Louise Élisabeth
2.       Anne Henriette
3.       Marie Louise
4.       Luis, grão- delfim de França
5.       Filipe, duque de Anjou
6.       Marie Adélaïde
7.       Victoire Louise Marie Thérèse
8.       Sophie Philippine Élisabeth Justine (
9.       Marie Thérèse Félicité
10.    Louise Marie.


Enfim...
O belo palácio em 1773, foi comprado por Nicolas Beaujon, banqueiro da corte e um dos homens mais ricos da França, que precisava de uma "casa de campo" adequadamente suntuosa (pois a cidade de Paris ainda não se estendia até onde o palácio está localizado) e para abrigar sua fabulosa coleção de grandes pinturas de mestres. Para isso, ele contratou o arquiteto Étienne-Louis Boullée para fazer alterações substanciais nos edifícios (além de projetar um jardim em estilo inglês). Logo em exposição havia tais obras-primas conhecidas-bem como “Os Embaixadores “de Holbein, Hans Holbein, o jovem (em alemão: Hans Holbein der Jüngere) (Augsburgo, 1497 ou 1498 — Londres, 29 de novembro de 1543) foi um pintor alemão, um dos mestres do retrato no Renascimento, além de desenhista de xilogravuras, vidrarias e peças de joalharia, essa pintura hoje está na National Gallery em Londres, entre outras. Com essa coleção Hôtel d'Évreux ganhou renome internacional como "uma das principais casas de Paris".
Bathilde d'Orléans, princesa de sangue, falaremos dela mais tarde, comprou o palácio e o denominou de l'Élysée, le palais de l'Élysée, também Elysée Bourbon, devido ao nome da sua proprietária, mas o nome foi baseado  na mitologia grega , os Campos Elísios , ou simplesmente o Eliseu (em grego: λύσιον πέδιον, transl.: Ēlýsion pédion) o paraíso na mitologia grega, local onde os heróis e pessoas virtuosas são acolhidas e vivem  após a morte, rodeados por paisagens verdes e floridas, dançando e se divertindo noite e dia, descrição semelhante ao céu dos cristãos e muçulmanos, enfim o nosso Paraiso.
Com a Revolução Francesa, Bathilde d'Orléans, princesa de sangue, fugiu do país e o Eliseu foi confiscado para depois ser alugado.
E aqui começa outra história.


As senhoras do Palácio do Eliseu de Paris. Capítulo 13 Monsieur le comte d'Évreux et de Tancarville, maréchal de camp autor: Jorge Eduardo Garcia


Retrato de Louis-Henri do La Tour d'Auvergne
por Hyacinthe Rigaud (por volta de 1720),
hoje no Metropolitan Museum of Art, em Nova York.

Luis-Henrique de La Tour d'Auvergne é filho de Godofredo -Mauricio de La Tour d'Auvergne, Duque de Bouillon, d'Albret, de Chateau-Thierry, Conde d'Evreux,  d'Armagnac,  de Beaumont, par e grand chambellan de France, etc., e Marie-Anne Mancini , sobrinha de Mazarin, apelidada "l'enfant chérie de la reine" - "a filha querida da rainha", protetora de artistas como Jean de La Fontaine, que criou os filhos de sua irmã Hortense Mancini, a Condessa de Soissons, comprometida com o “Caso dos Venenos”.
“ O Caso dos Venenos ocorreu em Paris entre 1670 e 1682, e foi descoberto com a morte do oficial de cavalaria, Godin de Sainte-Croix. A  investigação revelou o envolvimento de  Catherine Deshayes, dita "La Voisin", e varias senhoras da nobreza como Madame de Vivonne (cunhada de Madame de Montespan, amante e mãe de filhos de Luis XIV), Madame de La Mothe, Mademoiselle des Œillets, a Condessa du Roure, a Viscondessa de Polignac, a Marechala de Luxembourg e muitas outras.
Olympe Mancini, « la perle des précieuses » , foi a segunda das Mazarinettes que tentaram ao jovem Luis XIV, que gostava daquilo à beça quase morreu lá pelos lados do mundo dos encantados, a primeira foi Marie Mancini, que casou com o condestável de Lorenzo Onofrio I Colonna, príncipe de Paliano, duque de Tagliacozzo.
Olympe Mancini estava em busca de venenos para se livrar de Françoise-Louise de La Baume Le Blanc, duquesa de La Vallière e de Vaujours, amante do rei e mãe de dois filhos legitimados: Marie-Anne , Mademoiselle de Blois , que se casou com Luis-Armando I de Bourbon-Conti, e Luís , Conde de Vermandois, e descoberta se mudou para Bruxelas e viajou para a Europa.
De volta a Monsieur le comte d'Évreux et de Tancarville, maréchal de camp, que por não ser o filho mais velho, não ser o herdeiro dos títulos e do principal do patrimônio, somente de algumas coisas à gosto dos pais, como a titularidade de conde d’Evreux que recebeu ao ser batizado, só tinha uma saída: realizar um casamento mais que vantajoso.
Nessa França do Seculo das Luzes  os burgueses podiam enricar e foi o caso de Antoine Crozat, um empreendedor que chegou a ser o primeiro proprietário da Louisiana francesa de 1712 a 1717 no território do hoje EUA, monopólio comercial  por 15 anos, o  francês mais importante no tráfico de escravos graças ao fornecimento deles para todas as colônias espanholas da America e para o EUA  através da Compagnie de Guinée,  que fez parte de um consórcio financeiro que comprou a fazenda de tabaco da Marquesa de Maintenon, que monopolizava  2,5 milhões de libras de tabaco vendidos a cada ano por Santo Domingo, depois de 1726 um dos quarenta fermiers généraux (no singular fermier général).
“ Nascido em Toulouse , França , filhos de comerciantes modestos, ele e seu irmão, Pierre , subiram da obscuridade para se tornarem dois dos comerciantes mais ricos da França”.
Pierre Crozat , dito “o pobre” por não ser tão rico quanto seu irmão, foi Tesoureiro da França em Montauban , tesoureiro dos Estados do Languedoc,  patrono das artes, um homem de bom gosto e um dos maiores conhecedores da arte de seu tempo.
Foi o comprador da coleção da Rainha Cristina da Suécia, em Roma, por “ a preços ridiculamente baixos, enquanto o papa Alexandre VIII, comprou a esplêndida biblioteca ‘por um pedaço de pão’".
Em 1729, aparece o primeiro volume de um vasto projeto chamado Coleção Crozat e quando morreu em 23 de maio de 1740, aos 79 anos, deixou toda a sua coleção (mais de 400 obras) para seus sobrinhos (filhos de Antoine), Louis-François (+ 1750 ), Joseph-Antoine ( +1750 ) , e Louis-Antoine (+ 1770 ).
Uma serie de vendas de desenhos (19.000) e entalhes foi organizada em Paris de abril e maio de 1741e a outra parte das obras pertencentes a Pierre  Crozat foi comprada em 1772, graças ao príncipe Dmitri Alexeievich Gallitzin, ministro extraordinário e plenipotenciário da Imperatriz de todas as Rússias junto ao rei de França e de Navarra, e a Denis Diderot, para Catarina II, hoje o núcleo central da coleção do Museu Hermitage, em São Petersburgo.
O príncipe Dmitri Alexeievich Gallitzin foi, também, quem comprou a Biblioteca de Diderot ( em torno de 2900 livro) para a czarina russa.
 Antoine Crozat, agora tesoureiro da Ordem do Espírito Santo, como conselheiro financeiro de Luis XIV recebeu o título de marquês de Châtel
Casou com Marie Marguerite Le Gendre d'Armény, e foram pais de:
1.       Louis François Crozat , marquês do Châtel, secretário do rei em 1741.
2.       Marie-Anne Crozat que se casou com nosso herói  Luis Henrique de La Tour d'Auvergne, conde de Evreux;
3.       Joseph-Antoine Crozat que se casou em 1725  com Michèle Catherine Amelot de Gournay;
4.       Louis Antoine Crozat , barão de Thiers, que se casou com  Louise Agostinho de Montmorency-Laval
A nobreza o considera “un parvenu de la pire espèce/ um arrivista da pior espécie”, mas casam seus filhos com os filhos do novíssimo marquês de Châtel.
Ao lado: Antoine Crozat (1655-1738), usando o colar da Ordem do Espírito Santo Óleo sobre tela de Alexis Simon Belle, Museu Nacional do Palácio de Versalhes.
Vamos a uma historinha:
Ora, a burguesinha mimada , única filha de um homem recém enobrecido e riquíssimo, devia sonhar com voos mais alto, e aí o mel caiu na sopa.
Luis-Henrique de La Tour d'Auvergne de uma antiguíssima família da Alta Nobreza estava literalmente dando sopa.
Luis XIV não tinha como não consentir esse casamento, ela com 12 anos, ele com 32 anos, mas o que isso importava?
E em 3 de agosto de 1707, os pombinhos se casaram.
Segundo uns o dote foi ínfimo e dado pelo tio da noiva, Pierre Crozat, no valor de 15.000 Livres, segundo outros a fabulosa soma de 2 milhões de Livres – eu não tenho ideia de quanto podia valer essas quantias hoje, mas creio que deveriam ser somas fabulosas.
Para aumentar a fortuna do genro, o marquês Antoine Crozat conseguiu sua nomeação em 1716 como governador de Poitou ( hoje os departamentos atuais de Vendée ( Lower Poitou ), Deux-Sèvres e Viena ( Haut-Poitou ) e do norte da Charente e parte do oeste de Haute-Vienne e sua capital era Poitiers), e em 1719 como governador da Ilha de França( Paris, Seine-et-Marne, Yvelines,  Essonne, Hauts-de-Seine, Seine-Saint-Denis, Val-de-Marne, Val-d'Oise).
Os condes d’Evreux moravam no 19,  Place Vendôme, também denominado Hotel d'Evreux, mandado construir para eles por Antoine Crozat a Pierre Bullet, arquiteto francês.
Todavia, o conde d’Evreux queria uma casa no campo e comprou em 1718 uma propriedade do arquiteto Armand-Claude Mollet, localizada na estrada para a vila de Roule, a oeste de Paris, ( hoje a rue du Faubourg Saint- Honoré, 8º arrondissement de Paris), fazendo parte do contrato de compra e venda que o vendedor era obrigado a construir para o comprador uma casa, um ‘ hôtel particulier’.
A exigência era que l’ hôtel particulier tinha que ter um pátio de entrada e um belo jardim.
Finalizado e decorado em 1722 e, embora tenha sofrido muitas modificações, desde então continua sendo um exemplo do estilo clássico francês.
Assim se conta essa historinha de como “surgiu” o atual palácio do Eliseu, e onde ainda Hotel d’Evreux faleceu muito pimpão seu inspirador Luis-Henrique de La Tour d'Auvergne no dia 3 de agosto de 1753 com 74 anos.
Os condes d’Evreux não tiveram filhos, mas “ quando Deus não dá filhos, o Diabo dá sobrinhos e sobrinhas”, como afirmava Leão Gondim de Oliveira, jornalista cofundador dos Diários Emissoras Associados junto com seu primo Assis Chateaubriand.
E os sobrinhos dos d’Evreux venderam o hôtel particulier para Luis XV que deu para sua amada amante, madame de Pompadour, com veremos.
Reflexão:
Nada como dinheiro novo para doirar os velhos brasões d’armas.

O título de conde d’Evreux:
No seculo X, o primeiro conde d’Evreux que se tem notícia foi Robert, o dinamarquês, ou Roberto II, Arcebispo de Ruão (depois de 989 – 1037), conde de Évreux,  um poderoso e influente prelado que acumula uma função religiosa e uma função secular, ligado ao Ducado da Normandia.
Roberto II foi um arcebispo casado e pai.
Quando seu filho Richard ( Ricardo) de Evreux se tornou conde de Evreux em 1037 e o foi até 1067, Roberto II proclamou sua paternidade abertamente em uma carta solene que o  classificava como "Roberti archiepiscopi filiu”.
Richard ( Ricardo) de Evreux gerou Guilherme ( Guillaume) d'Évreux que foi conde d’Evreux de 1067-1118, e não teve filhos e o título passou ao filho de sua irmã Agnes casada com Simon I de Montfort, senhor de Montfort l'Amaury, de nome Amaury III de Montfort, que foi conde de 1118-1137.
Amaury III de Montfort gerou  Amaury IV, conde de 1137-1140
Amaury IV gerou Simon III de Montfort, o Calvo, conde de 1140-1181
Simon III de Montfort, o Calvo ,  gerou Amaury V de Montfort, conde de 1181-1182.
Amaury V de Montfort  gerou Amaury VI de Montfort, conde de 1182-1195, que partidário dos reis da Inglaterra, teve seus feudos na Normandia conquistados por Felipe II Augusto, rei de França de 1180 até 1223 ( 42 anos, 9 meses e 26 dias ), mas o rei João sem Terra, da Inglaterra, o elevou a Conde de Gloucester de 1200-1213.
O condado d’Evreux foi unido ao domínio real, a coroa de França, de 1200 a 1298 , ano em que Filipe IV o Belo, o rei da França,  deu a seu meio irmão Luis, conhecido como Luis d’Evreux.
Luis d’Evreux gerou Filipe III, rei consorte de Navarra por seu casamento com Joana II, rainha de Navarra, e conde d’Evreux de 1319-1343.
Joana II e Felipe III  gerou Carlos II de Navarra , conhecido como Carlos, o Mau, rei de Navarra de 1349 a  1387 ( 37 anos, 2 meses e 26 dias ) e conde d’Evreux de 1343-1378, que teve confiscado seus bens na Normandia pelo rei da França Carlos V.
Carlos II o Mau, gerou Carlos III o Nobre, rei de Navarra de 1387 — 1425, criador do título príncipe de Viana, na Espanha,  que reatou relações com o rei de França, se tornou Duque de Nemours, e cedeu definitivamente o condado d’Evreux ao domínio real, a coroa de França, em troca de uma pensão do rei de França.
O título foi recriado em benefício de Pierre de Brézé  pelo rei de França em 1441 por sua atuação na Guerra dos Cem Anos, mas depois passou ao domínio real, a coroa de França.
Carlos IX, rei de França de 1560 – 1574 ( 13 anos, 5 meses e 25 dias ),  o recria para seu irmão Francisco ( François ) d’Alençon, que morreu de tuberculose em junho de 1584 sem filhos e com essa morte o título de condado d’Evreux retornou ao domínio real,  a coroa de França. 
Quando Frédéric-Maurice de La Tour d'Auvergne em 15 de setembro de 1642 cedeu à França seu principado de Sedan e Raucourt, recebeu o pariato de França, o título de conde d’Evreux, e de várias outras terras.
Aqui começa a titularidade de conde d’Evreux para a Família La Tour d'Auvergne, duques de Bouillon. 


As senhoras do Palácio do Eliseu de Paris. Capítulo 12 Voltando aos Duques de Bouillon autor: Jorge Eduardo Garcia




O casamento de Marie Anne e Godofredo não era uma união muito feliz, mas nasceram 10 crianças, abaixo nome de sete deles:
        I.            Luis-Carlos  de La Tour d'Auvergne (1665-1692), grande camareiro da França, que se casou com Anna-Genoveva de Lévis, filha de Luis-Carlos de Lévis , duque de Ventadour e par da França. "  Madame de Ventadour  ", Charlotte-Eleonore Madalena do Mothe-Houdancourt,  dame de Roberval, de Rhuis e de Saint-Germain-lès-Verberie (Oise), sua esposa é a governanta dos fils de France – Luis de França, duque da Bretanha, e seu irmão Luis, duque d’Anjou, futuro  Luís XV – de 1710 a 1735;
a.        Nota: “Em 1712, em um surto de sarampo morreram Luís, Duque da Borgonha, Petit Dauphin /o pequeno delfim, e sua esposa Maria Adelaide de Saboia. Seus filhos acima citados , também, foram acometidos pela doença.
b.       Luis de França, duque da Bretanha , foi tratado pelos médicos da realeza, que o sangraram na crença de que isso o ajudaria a se recuperar; em vez disso, apenas enfraqueceu o menino, que morreu rapidamente. Decidindo que ela não permitiria que o mesmo tratamento fosse aplicado ao duque de Anjou, Madame de Ventadour se trancou com três criadas e se recusou a permitir que os médicos se aproximassem do garoto. E o futuro Luis XV sobreviveu a sua doença, tornando-se rei da França após a morte de seu bisavô, três anos depois.
c.        Madame de Ventadour continuou em sua posição como governanta real até 1717, quando o menino rei foi considerado velho o suficiente para ser criado pelos homens, mas que a tratava por “ Ma mère”.
     II.            Maria-Elizabeth (1666-1725) conhecida como "Mademoiselle de Bouillon";
   III.            Emmanuel Teodósio de La Tour d’Auvergne: o grande camareiro da França - grand chambellan de France de 1715 a 1728 no reinado de Luis XV, par de França,
                            duque de Bouillon , de Albret,  de Chateau-Thierry, príncipe de Turenne, conde de Montfort , de Nègrepelisse ,  de Auvergne ,  de Beaumont-le-Roger , visconde de Turenne, de  Castillon, de Lanquais ,
barão de Montgascon  e de Limeuil.
Nasceu em 1668 e faleceu em 17 de abril de 1730 e casou-se com:
a-Maria Armanda Vitoria de la Trémoïlle (1677-1717), filha de Charles Belgique Hollande de La Trémoille, com quem terá sete filhos;
b-Luisa Francisca Angélica Le Tellier, neta de Louvois;
c-Anna Maria Christina de Simiane (+ 1722);
d-Luisa Henriqueta Francisca de Lorraine, filha do conde de Harcourt;

   IV.            Eugene Maurice de La Tour d’Auvergne, príncipe de Château-Thierry (29 de março de 1669 a 23 de novembro de 1672) nunca se casou;
      V.            Frederico Júlio, cavaleiro de Bouillon, príncipe de Auvergne (2 de maio de 1672–1733) casou-se com Olive Catherine de Trantes;
   VI.            Luis Henrique (2 de agosto de 1674–23 de janeiro de 1753), conde de Evreux, tenente-general dos exércitos do rei, outas funções e títulos, que se casou com a filha do financista Antoine Crozat e construiu o hotel de Evreux, agora o palácio do Eliseu;
VII.            Luisa-Julia (1679-1750), conhecida como "Mademoiselle de Château-Thierry", que se casou com Francisco Armando de Rohan-Guéméné (1682-1717), filho de Carlos III de Rohan-Guéméné;
VIII.            N ... (-1696), conhecida como "Mademoiselle d'Albret".

Depois desse trabalho de genealógica cheguei onde queria:
Luís Henrique (Louis Henri), conde de Évreux, e outras funções etc., etc., etc...


 Madame de Ventadour com Luís XIV e seus herdeiros
Uma composição da sucessão de Bourbon  no período 1715-1720.
Os bustos ao fundo são de Henrique IV, o Grande, e de  Luís XIII.
Luís XIV, cercado por seus herdeiros, gesticula para seu bisneto, Luís, duque de Anjou (o futuro rei Luís XV), simbolizando a aprovação do ancião pelo jovem.
Madame de Ventadour, a governanta do jovem duque (a única que não é da realeza que está na pintura) detém as rédeas de seu pupilo.
Sua presença faz referência ao seu papel em "salvar" a dinastia na epidemia de sarampo de 1712.
Londres, coleção Wallace

Domínio publico


As senhoras do Palácio do Eliseu de Paris.Final um esclarecimento - Grand hôtel de Bouillon.. autor: Jorge Eduardo Garcia



O Grand hôtel de Bouillon hoje no 17 Quai Malaquais
Em 1883, o Estado comprou o hotel para a École des Beaux-Arts

Godofredo Maurício de La Tour d'Auvergne foi descrito como um bom soldado, mas um cortesão ruim e um homem literário ainda pior. Como resultado, a duquesa de quinze anos inteligente e ambiciosa foi deixada sozinha para perseguir seus interesses políticos e literários. Ela estabeleceu um pequeno salão em sua nova residência, o Hôtel de Bouillon. Marie Anne é mais lembrada por suas atividades literárias e por seu patrocínio ao jovem La Fontaine, amiga de Madame de Sévigné, Madame de La Fayette, Pierre Corneille e Molière.
O Grand hôtel de Bouillon hoje no 17 Quai Malaquais dans le 6e arrondissement à Paris, antes de ter esse nome foi Hôtel de La Bazinière, construído em 1635 para Bertrand de La Bazinière, financista, que foi preso em 1661 e morreu em ruína.
Hôtel de La Bazinière foi residência de Henriette Marie da França , * Paris 25 de novembro de 1609-  + Colombes 10 de setembro de 1669, filha de Henrique IV, o Grande, e de Maria de Médicis, irmã de Luis XIII, rainha  consorte da Inglaterra pelo casamento com Carlos I, o decapitado, mãe de dois reis da Inglaterra , Carlos II e Jaime II . Foi obrigada a se refugiar na França por causa da Guerra Civil Inglesa, que culminou em 1649 com a decapitação de seu marido em Londres. Voltou para a Inglaterra após a Restauração de seu filho mais velho, Carlos II, mas em 1665, voltou para Paris, onde morreu quatro anos depois.
O Grand hôtel de Bouillon em 1681foi comprado por Godofredo Mauricio de La Tour d’Auvergne, duque de Bouillon. Marie Anne Mancini, duquesa de Bouillon o embelezou por Charles Le Brun e André Le Nôtre.
Reformado entre 1741 e 1744 pelo arquiteto François Debias-Aubry, para Carlos Godofedo de La Tour d’Auvergne, duque de Bouillon, exceto por uma parte do cais Malaquais. As suas esculturas feitas por Jacques-François Martin e Jean-Martin Pelletier.

Em 1745, François Debias-Aubry criou o Petit hôtel de Bouillon, localizado no 15 Quai Malaquais, ao lado do Grand Hotel de Bouillon.
Depois Hotel La Pagerie, pois “Napoleão I Bonaparte deu a casa a Stephanie Taschers La Pagerie (1788 - 1832), prima da imperatriz Josefina, em 1 de fevereiro de 1808, como presente de casamento dela com Prosper-Louis d'Arenberg (1785 - 1861), 7 º Duque de Arenberg. Eles redecoraram com o Estilo Império.
Depois Hotel Chimay  comprado em 1852 pelo Joseph de Riquet de Caraman , decimo sete (17)  príncipe de Chimay (1808-1886), um diplomata e industrial belga nascido em Paris20 de agosto de 1808 e falecido em Londres em12 de março de 1886, mas um detalhe era filho da mais que celebre amiga da imperatriz Josefina chamada Madame Tallien, nascida Theresa Cabarrus , que nasceu em31 de julho de 1773, no palácio de San Pedro, em Carabanchel Alto, perto de Madri , e morreu em 15 de janeiro de 1835, no castelo de Chimay , na atual Bélgica, uma mulher de grande influência durante a Revolução Francesa, e de François Joseph, de Riquet de Caraman , príncipe de Chimay.
Em 1883, o Estado comprou o hotel para a École des Beaux-Arts.


École des Beaux-Arts.

As senhoras do Palácio do Eliseu de Paris. Capítulo 11 Mazarin & família autor: Jorge Eduardo Garcia




Ministro-chefe do soberano como sucessor de
Armand Jean du Plessis de Richelieu, cardeal -duque de Richelieu e de Fronsac,
1643 a 1661
Abade de Cluny
1654-1661
 1º duque de Rethel e Nevers
1659-1661
Duque de Mayenne  
1654

O cardeal Jules Mazarin não só tratava de cada dia ficar mais rico, como dos destinos de seus familiares.
Sua irmã Geronima Mazzarini Mancini casada em 6 de agosto de 1634 com o barão romano Michele Mancini († 1660) conhecido como necromante e astrólogo.
O casal teve dez filhos (quatro meninos e seis meninas):
1.       Laura Mancini (1636 - 1657) casou-se com Louis de Bourbon, duque de Vendôme e se tornou mãe do famoso general francês Louis Joseph de Bourbon, duque de Vendôme;
2.       Paul Mancini (1636 - 1652), ele foi morto sob a Fronde
3.       Olympe Mancini (1638 - 1708) casou-se com Eugene Maurice, conde de Soissons, e se tornou mãe do famoso general ítalo- austríaco príncipe Eugenio, marquês de Saluzzo;
4.       Maria Mancini (1639 - 1715) casou-se- se com Lorenzo Onofrio Colonna, 8º Duque e Príncipe de Paliano, Grande Condestável do Reino de Nápoles, Cavaleiro do Tosão de Ouro, vice-rei de Aragão, na Espanha, depois dela ter sido o primeiro amor romântico do rei Luís XIV da França;
5.       Philippe Mancini, (1641 - 1707) duque de Nevers e Donzy, cavaleiro da Ordem do Espírito Santo e tenente da Primeira Companhia de Mosqueteiros. do Rei, seu sucessor no cargo foi o conde D’Artagnan;
6.       Alfonso Mancini (1644 - 1658)
7.       Hortense Mancini (1646 - 1699), a beleza da família, que escapou de seu marido abusivo, Armand Charles de La Porte de La Meilleraye, duque de La Meilleraye, e foi para Londres, onde se tornou amante do rei Carlos II;
8.       Anna (1647 - 1649)
9.       Marie Anne Mancini (1649 - 1714) que se casou com Godofredo Mauricio de La Tour d’Auvergne, duque de Bouillon, padroeira de Racine e La Fontaine.
10.   As outras sobrinha, filhas de Laura Margherita Mazzarin, irmã mais velha do cardeal, que havia se casado com o conde Girolamo Martinozzi :
a-      Anne Marie Martinozzi casou-se com o Príncipe de Conti em 1654.
b-      Laura Martinozzi casou-se com Alfonso IV d’Este, duque de Modena, e foi mãe de Maria de Modena, que se tornou rainha consorte da Inglaterra como esposa de James II



Como vemos o cardeal Mazarin se casou bem cada um dos filhos de Geronima Mancini com membros das grandes famílias da Europa.
Mas, os Mancini não foram esquecidos e os três irmão Paulo, Felipe e Alfonso, receberam benesses do Cardeal primeiro ministro.
Felipe Mancini foi amante declarado de Felipe de França, fils de France, Frère unique du Roi, Monsieur, duque de Anjou, duque de Orleans, duque de Valois, duque de Chartres, duque de Montpensier, duque de Nemours,  príncipe de Joinville, e por fim, o mais sensacional irmão de Luis XIV, o famoso Rei- Sol, rei de França e de Navarra.
Foi Henri de La Tour d'Auvergne, visconde de Turenne, que pediu a mão de Marie Anne Mancini a seu tio o cardeal primeiro ministro para seu sobrinho  e Mazarin a concedeu, e em 22 de abril de 1662, Marie Anne casou-se com o duque no Hôtel de Soissons , na presença do rei Luís XIV , a rainha María Teresa de Austria, nascida infanta de Espanha,  e a rainha viúva Anna d’Austria.
E assim Godofredo Maurício de La Tour d'Auvergne se casou com a plebeia e arrivista Marie Anne Mancini.

As senhoras do Palácio do Eliseu de Paris. Capitulo 10 - Os de La Tour d’Auvergne no château de Bouillon autor: Jorge Eduardo Garcia

                                                                              
                                                                                     
                                                                                       

                                    
Como Charlotte de La Marck morreu em consequência do parto de seu filho, que, também, faleceu.
Henrique de la Tour d'Auvergne reivindicou os títulos e os domínios da falecida mulher.
Conseguiu, pois está tanto na lista dos príncipes de Sedan, como na lista de duque de Bouillon.
Henrique de la  Tour d'Auvergne casou em segundas núpcias com Elisabeth de Orange-Nassau, segunda filha do príncipe Guilherme de Orange, o taciturno, Stadhouder e Capitão Geral das Províncias Unidas dos Países Baixos, Pai da Pátria (holandês: Vader des Vaderlands ) , o principal líder da revolta holandesa contra os Habsburgos espanhóis que desencadeou a Guerra dos Oitenta Anos (1568-1648) e resultou na independência formal das Províncias Unidas em 1581. Nasceu em à Casa de Nassau como Conde de Nassau-Dillenburg. Ele se tornou príncipe de Orange em 1544 e é, assim, o fundador da Casa de Orange-Nassau e, portanto, o ancestral da atual Casa Rela da monarquia da Holanda, e sua terceira esposa Charlotte ( Carlota)  de Bourbon, quarta filha do duque Luís de Montpensier e de Jaqueline de Longwy, condessa de Bar-sur-Seine.


Magnifico quadro de Henrique de la Tour d'Auvergne pintado em estilo trovador do século XIX, anônimo. Domínio publico

Henrique de la Tour d'Auvergn e Elisabeth de Orange-Nassau foram pais de Frederico Mauricio de la  Tour d'Auvergne, nascido no principado de Sedan ,22 de outubro de 1605 e falecido em  Pontoise, região Ile-de-France , na margem direita do Oise , a cerca de vinte e cinco quilômetros a noroeste de Paris , em 7 de novembro de 1652, portanto duque de Bouillon , príncipe de Sedan, Jametz e Raucourt , e um trânsfuga de carteirinha.
Cresceu calvinista e abjurou sua Fé, se tornando católico.
Recebeu uma educação militar na Holanda sob seus tios, Maurice de Nassau-Orange, e Frederico Henrique, príncipe de Orange.
Traiu as Províncias Unidas, a Holanda, negociando com seus inimigos, os espanhóis.
Mauricio de la  Tour d'Auvergne , Gaston d'Orléans , Monsieur, o irmão mais novo de Luís XIII , Luis de Bourbon, príncipe do sangue, conde de Soissons, primo em segundo grau de Luís XIII , rei de França, o conde de Montrésor , entre outros,  conspiraram para  assassinar o cardeal Richelieu e depor o rei, mas a trama falhou (1636 ).
Recebeu perdão, mas novamente traiu o soberano de França,
Se meteu novamente em uma conspiração, a famosa conspiração de Cinq-Mars, contra o cardeal Richelieu e o rei de França, que obteve o apoio militar da Espanha contra a França, pois “os espanhóis reuniram um exército de 18.000 homens na região de Sedan para intervir ao lado dos conspiradores”.
Participou da Fronda dos Príncipes (1650-1653) juntamente com o eterno rebelde sem causa Gaston, duque de Orleans,  Luís II, príncipe de Condé e seu irmão Armand, príncipe de Conti , a filha de Gaston, Mademoiselle de Montpensier ( La grande Mademoiselle ) ; Irmã de Condé, madame de Longueville ; Madame de Chevreuse ; e o intrigante astuto Jean François Paul de Gondi , o futuro cardeal de Retz, Henri de La Tour d'Auvergne, visconde de Turenne, marechal-general francês cujas façanhas militares ao longo de sua carreira de cinco décadas lhe renderam a reputação de um dos maiores generais da história moderna.  irmão do sem noção e anti-herói Frederico, duque de Bouillon, entre outros.
Finda a Fronda o cardeal Jules Mazarin, nascido Giulio Raimondo Mazzarini, cardeal da Igreja Católica, abade de Cluny, duque de Nevers , nascido em Pescina, região dos Abruzos, província de Áquila, Itália, em 14 de julho de 1602 e falecido em Paris, no dia 9 de março de 1661, foi um estadista italiano radicado na França que serviu como primeiro-ministro da França de 1642 até à data da sua morte. Mazarin sucedeu a seu mentor, o Cardeal de Richelieu, tentou do verbo tentar “com altos cargos e compensações pelas cessações de Sedan e Raucourt, trocados em 1651 pelos ducados de Albret e Château-Thierry, os condados de Auvergne e Évreux e várias outras terras”.
“Em 15 de setembro de 1642 cedeu à França seu principado de Sedan e Raucourt e em 1644 foi para Roma, onde o papa lhe confiou o comando de seu exército”.
Ele morreu em Pontoise em 1652 e é enterrado em Évreux.

As senhoras do Palácio do Eliseu de Paris. capitulo 9 Na França se dança e se joga a justa autor: Jorge Eduardo Garcia


Em 30 de junho de 1559, Place des Vosges se realizou uma partida justa, o rei Henrique II, vestindo com as cores de sua amante Diane de Poitiers ,  foi ferido nos olhos por um fragmento da lança lascada de Gabriel Montgomery , capitão da Guarda Escocesa do rei . [17] Apesar dos esforços do cirurgião real Ambroise Paré, o rei morreu Sepse (septicemia) em 10 de julho de 1559. Essa morte teve um papel significativo no declínio da justa como esporte, principalmente na França.


De volta a Bouillon:
Em 1492, Roberto II de la Marck se declarou “Duque de Bouillon", mas em 1521, Eberhard de La Marck , o príncipe-bispo de Liège (e irmão de Robert) acima citado, com o apoio das tropas de Carlos V & I, Sacro Imperador Romano e rei de Espanha entre outros títulos, conseguiu recuperar Bouillon para o principado eclesiástico.
Roberto III de La Marck ( *Sedan, 1491 - + subúrbios de Paris- 1537), senhor de Fleuranges, marechal da França e historiador ( Histoire des choses mémorables avenue du régine de Louis XII et de François I, entre 1499 e 1521), filho de Roberto II de la Marck reivindicou o título de “Duque de Bouillon".
Amigo do rei Francisco I de França, o acompanhou na guerra contra Carlos V & I, Sacro Imperador Romano e rei de Espanha entre outros títulos.
Roberto III de La Marck lutou em Pavia (1525), e foi feito prisioneiro com Francisco I, rei de França. O imperador, irritado com a deserção de seu pai, Robert II, enviou-o para confinamento na Flandres, onde permaneceu por alguns anos.
Morreu em Longjumeau, localidade nos subúrbios do sul de Paris, em dezembro de 1537, seu filho único herdou suas pretensões em relação ao Ducado de Bouillon.
Assim, Roberto IV de La Marck, conde de Braine, príncipe de Sedan, senhor de Florange e Raucourt, nascido em5 de janeiro de 1512 ou 1513 e morreu em 1556, mas, antes   Henrique II, rei de França o elevou à dignidade do marechal da França em 1547 e o confirmou como duque de Bouillon.
Seu prestigio junto a Henrique II era tão grande que o soberano  permitiu o casamento da filha de sua amante oficial, uma das mais influente maîtresse-en-titre da história de França,  Diane de Poitiers, Grande Senescal da Normandia, condessa de Saint-Vallier, duquesa de Étampes, duquesa de Valentinois, que aos  15 anos se casou com Louis de Brézé, senhor de Anet , 39 anos mais velho, que serviu na Corte do rei Francisco I. Ele era neto de Carlos VII, o bem-Servido, rei de 21 de outubro de 1422 a 22 de julho de 1461.



A filha era Françoise de Brézé, première dame d'honneur da rainha  Catarina de 'Medici , de 1547 a 1560, bem como a governanta dos Filhos de França e regente do Principado de Sedan de 1553 a 1559 em nome de seu filho Henrique Roberto (1539-1574), duque de Bouillon e príncipe de Sedan, que casou com Francisca de Bourbon, filha de Luis, duque de Montpensier
Henrique Roberto foi Duque de Bouillon.
Guilherme, o filho de Henrique Roberto e Francisca de Bourbon morreu e herança passou para a filha segundo do casal Charlotte de La Marck (5 de novembro de 1574 - 15 de maio de 1594) que foi elevada a duquesa de Bouillon por direito próprio.
Casou-se na Casa de La Tour d'Auvergne, por decisão do proprio Henrique IV, rei de França e de Navarra, com Henri de la  Tour d'Auvergne, Visconde de Turenne,  filho de François III de la  Tour d'Auvergne , visconde de Turenne , e de Eleonore, filha mais velha de Anne de Montmorency , Grão-mestre da França, Condestável de França, barão  elevado a duque de Montmorency, e outros títulos.
Charlotte de La Marck morreu em consequência do parto de seu filho, que, também, faleceu.
Henrique de la Tour d'Auvergne reivindicou os títulos e os domínios da falecida mulher.