O
Hôtel d'Évreux era “uma das casas mais admiradas de Paris e foi comprada pelo
rei Luís XV para residência da marquesa de Pompadour, sua amante.
Os
opositores demonstraram seu desagrado pelo regime pendurando placas nos portões
que diziam: "Casa da prostituta do rei"- eu não consegui realmente a
tradução para essa tabuleta, que pode qualificá-la
de pute, putain, prostituée, catin, e até chienne du roi ( cadela do rei), vá
lá saber.
“Após
morte marquesa de Pompadour, Hôtel d'Évreux voltou à coroa”.
Quem
foi a famosa marquise de Pompadour?
Foi
uma criatura preparada por sua mãe e o amante (padrinho e benfeitor da menina)
para ser amante do rei de França.
Jeanne-Antoinette
Poisson, nasceu em Paris no dia 29 de dezembro de 1721.
Batizada
Jeanne-Antoinette Poisson oficialmente filha de François Poisson,
comerciário-balconista e Louise. -Madeleine de La Motte, sua esposa, residentes
na rue de Cléry, sendo seu padrinho Jean Pâris de Monmartel , e a sua sobrinha
deste, Antoinette Justine Pâris, a madrinha.
Jean
Pâris de Monmartel e seus irmãos eram “financiadores de Luís XIV e depois Luís
XV, banqueiros da Corte , negociantes dos suprimentos aos exércitos, grandes atacadistas.
Jean
Pâris de Monmartel investiu 375.000
livres na poderosa sociedade de Angola , uma sociedade europeia do
tráfico de escravos , dirigida por Antoine Walsh , o mais rico e o mais famoso
dos irlandeses de Nantes, o que aumentou
substancialmente sua fortuna.
Com
o tempo Jean Paris de Monmartel e seu mais novo, Paris Duverney, “passaram a controlar
o Ministérios das Finanças, Guerra e Relações Exteriores, o que fez deles os s
mais poderosos grandes- burgueses da França”.
As
mais línguas afirmavam que a pequena Jeanne-Antoinette era filha de Jean Pâris
de Monmartel com Madeleine de La Motte, pois
foram ostensivamente amantes.
“Madeleine
de La Motte, alcunhada de « belle à miracle » /"belo milagre”, era uma
puta- arrivista de primeira qualidade.
Teve
vários amantes d’escol, ou seja, os ricos e bem posicionados homens na França
dos Luíses.
Em
deles se destacou: o fermier général ( coletor dos impostos ) Charles François
Paul Le Normant de Tournehem, financista, mecenas e solteiro.
Nota: A Ferme Générale ( tradução literal: Fazenda
Geral) foi, no Antigo Regime francês,
essencialmente um terceirizado das operações aduaneiras, impostos
especiais de consumo e impostos indiretos. Os agentes coletavam os valores
oriundos dessas operações em nome do rei, somadas as taxas de administração, e
juros para si. Os contratos eram de seis anos , mas renováveis. Os principais
cobradores de impostos nesse sistema altamente impopular eram conhecidos como
fermiers généraux (singular fermier général).
Novamente
as harpias com suas línguas afiadas afirmavam que a pequena Jeanne-Antoinette
era filha Charles François Paul Le Normant de Tournehem e de Madeleine de La
Motte, e pelo histórico eu creio que sim.
Elas
tinham como base ter o rico financista Charles François Paul Le Normant de
Tournehem “ se tornado o guardião legal quando seu pai foi forçado a deixar a França em 1725 – ou
pelas próprias maracutaias, ou por ter assumido as dos outros- além de tê-la
criado com esmero, e em 1741, a casado com seu sobrinho e herdeiro
universal, Charles-Guillaume Le Normant d'Etiolles” .
Em
1745, no auge de seu poder, Madame de Pompadour pediu a rei Luis XV que o
nomeasse directeur général des bâtiments
du roi, ou seja, diretor geral dos edifícios do rei , academias e fábricas, uma
espécie de zelador dos palácios reais, etc., e Le Normant de Tournehem ocupou o
cargo até sua morte em 27 de novembro de 1751, aos 66 anos.
Esse
riquíssimo burguês não quis, não comprou, nenhum título de nobreza, continuou um
burguês na aristocrática França dos Luíses.
Charles-Guillaume-Borromée
Le Normant d'Étioles “é um garoto inteligente e educado: seus estudos
concluídos, seu tio Le Normant de Tournehem, que não tem filho, o leva com ele
para prepará-lo para uma carreira no mundo das finanças”.
Le
Normant de Tournehem usou o poder do dinheiro para casar os dois, e isso se deu
porque deserdou os demais familiares e o nomeou herdeiro universal, como já
afirmei.
O
sobrenome d'Étioles que passou a usar se deve a doação do pequeno castelo
construído na propriedade em Étiolles (28 km ao sul de Paris), situado à beira
do campo de caça real da floresta de Sénart.
Mais,
por que dessa doação?
O
castelão do pequeno e elegante Château d’Etiolles tinha o direito de assistir a
caça real na floresta de Sénart e por isso possuía a chave de um dos portões da
floresta, um fato très honoré para um nobre, imagine para um burguês???
Não
podemos nos esquecer que eles haviam treinado a pequena Jeanne-Antoinette para
ser amante do rei de França, fosse ele quem fosse.
Coquette,
uma grande dominadora da arte da coquetterie, elegantemente vestida – ora de
rosa, ora vestida de azul real- em um
pequeno carrinho de palha puxado por um pequeno pônei, decorado com as cores
das vestimentas da condutora, com um pajem negrinho, ricamente ataviado e com
um belo turban a cabeça, sentado na boleia da pequena charrete, madame Le
Normant d'Étioles acompanhava as caçadas reais, até que foi notada pelo sempre buliçoso
e sexualmente muito ativo Luis XV.
“Em
24 de fevereiro de 1745, madame Le Normant d'Étioles recebeu um convite formal
para assistir ao baile de máscaras que seria realizado no dia seguinte no palácio
de Versalhes, uma das festas para
celebrar o casamento de Luís, delfim de França com Maria Teresa Rafaela de
Borbón y Farnese , infanta de Espanha, filha de Felipe V e de Isabel Farnese”.
Um
fato esquecido, pois não?
Convida
para um baile de máscara para o dia seguinte?
Eu
creio que já estava tudo combinado, pois foi
nesse baile que “o rei mascarado
declarou publicamente sua afeição por Jeanne Antoinette diante de toda a Corte”.
Em
um ato galante e sem precedentes Luis, rei de França e de Navarra, tirou a
máscara diante de uma Diana, a Caçadora, em referência aos encontros na
floresta de Sénart, se curvou, beijou a mão da dama, deu-lhe a mão e saiu com
ela pelo salão todo pimpão, para espanto da Corte, para indignação da rainha
Maria Leszczyńska e fúria de Luis, o delfin, futuro grão-delfim”.
“Três
dias depois, em 28 de fevereiro, durante o baile dado na Prefeitura de Paris,
um novo encontro entre o rei e madame Le Normant d'Étioles confirmou o
interesse do soberano e eles se tornaram amantes oficiais”.
Ela
elevada ao rango de marquesa de Pompadour, uma propriedade no Limousin, daí o
madame de Pompadour,foi apresentada à
corte do dia 14 de dezembro, no salão Oiel-de-Boeuf, como amante oficial ( Maîtresse-
en- Titre) com todos os privilégios
dessa antiga posição de Corte, como o de poder sentar na presença do rei e da
família real , de usar chapéu, ou a cabeça coberta, nessas ocasiões, de utilizar a coroa em seu brasão e usar as carruagens
destinadas a Família Real.
A
Pompadour foi uma empreendedora que incentivou
a fundação da fábrica de porcelanas de Sèvres, e ele rei de França que afirmou "Après
moi, le déluge" (Depois de mim, o dilúvio), ou seja, ‘dane-se meu povo’.
Nem
todo marido traído aceita bem os chifres, e foi o caso de
Charles-Guillaume-Borromée Le Normant d'Étioles, que se revoltou e não aceitou a embaixada na
Turquia, mas acabou concedendo o divórcio.
Luis
XV era muito viril desde tenra idade e não perdoou nem a um nobre efeminado que
seu primo Luis IV, Monsieur le Duc, príncipe de sangue, par de França, sétimo príncipe
de Condé, duque de Bourbon , d'Enghien ,
de Guise , de Bellegarde, de Montmorency,
conde de Sancerre, de Charolês, senhor de Chantilly, grão-mestre da
França, chefe do Conselho da Regência, depois primeiro-ministro, e sua amante Jeanne-Agnès Berthelot de
Pléneuf, marquesa de Prie, colocou na cama do fogoso rei para terem mais
ascendência sobre o monarca.
Não
deu certo, porque o femeeiro e libertino Louis-François-Armand de Vignerot du
Plessis de Richelieu, duque de Richelieu e de Fronsac , marechal de França, e
outros títulos, descobriu a trama, indo correndo a presença do cardeal André Hercule de Fleury, par eclesiástico,
preceptor de Luis XV, posteriormente primeiro- ministro, membro da Académie Française, des Sciences ,
des inscriptions et belles – lettres, diretor da Sorbonne e do Colégio de Navarra, que tinha o raríssimo
privilegio de viajar com o rei na mesma carruagem, portanto falar o que bem entendia
ao soberano, para contar o fato e os dois combinaram ficar esperando os
acontecimentos.
Mas,
eles sumiram com o tal nobre e até que Luis perguntou por ele como nos conta o
historiador e membro da Academia Henri Robert, mas o gajo já estava longe.
Nesse
meio tempo a dupla Bourbon Condé & Prie levou ao conselho real sua
preocupação quanto ao casamento do rei, já que o soberano tinha contratado
casamento com sua prima Doña Mariana Victoria de Borbón y Farnese, infanta de
Espanha, que desde dos 4 anos estava em
Versalhes para ser educada, chamada de e Infanta-Reina pela Corte francesa, mas
que agora com 11 anos não tinha condições
de satisfazer as necessidades físicas do jovem e fogoso rei.
A
pequena Infanta-Reina foi devolvida a corte paterna, triste e humilhada, mas
para paz da Península Ibérica, especialmente de Portugal, reino do qual ele foi
regente, Doña Mariana Victoria casou com
Dom José I em 19 de janeiro de 1729, numa cerimônia paga pelo ouro de Minas
Gerais, conhecida como a ‘ Troca das Princesas’, e ela e Dom José I são os avós
de Dom João VI, o brasileiro.
A
dupla Bourbon Condé & Prie no seu afã de poder patrocinaram o casamento de
Luis XV com Maria Leszczyńska, e graças a esse fato madame de Prie gozou por
dois anos da amizade da soberana
consorte o que lhe tornou a mulher mais poderosa da Corte por esse período.
Ambição
não tem limites, e o duque de Bourbon, príncipe de Condé, queria destruir ao
Cardeal de Fleury e se achando o ‘ rei da cocada preta’ o magro, o amargo, o feio,
o desengonçado, o caolho, e invejoso ministro em uma audiência começou a atacar
o preceptor do rei , esquecendo o carinho que o soberano tinha por ele e
totalmente sem-noção caiu na bobagem de perguntar a Luis o que achava das
acusações que estava fazendo contra o prelado.
“ Nada”, respondeu o rei.
“ Sua majestade não dá nenhuma
ordem?”
“ Que as coisas permaneçam
como estão”.
‘ Tive a infelicidade de
desagradar a sua majestade”.
‘ Sim”.
“ Sua majestade não tem
mais bondade para comigo?”
“ Não”, respondeu
secamente Luis XV.
“ Monsieur de Frejus tem a
confiança de sua majestade?”
“ Sim”.
O duque de Bourbon e
príncipe de Condé, aos prantos, se jogou
aos pés de Luis XV implorando seu perdão, que o soberano magnânimo concedeu antes
de sair da sala.
E sua alteza serena Luis
IV, Monsieur le Duc, príncipe de sangue, par de França, sétimo príncipe de
Condé, duque de Bourbon , d'Enghien , de
Guise , de Bellegarde, de Montmorency, conde
de Sancerre, de Charolês, senhor de Chantilly, foi exilado em seu château de
Chantilly e onde veio a falecer em 27 de janeiro de 1740, com 47 anos, já que
nasceu em Versalhes em 18 de agosto de 1692.
Maria
Leszczyńska era filha de Stanislas Leszczynski, ex- rei da Polônia e grão-duque
da Lituânia, ou da República das Duas Nações, depois duque de Lorena e Bar, e
de Catherine Opalinska, ra filha do magnata Jan Karol Opaliński, castelão de
Poznanie, e Zofia Czarnkowska.
O
casamento de Luis XV e de Maria Leszczyńska foi muito infeliz, mas gerou muitos
filhos:
1.
Louise Élisabeth
2.
Anne Henriette
3.
Marie Louise
4.
Luis, grão- delfim
de França
5.
Filipe, duque de
Anjou
6.
Marie Adélaïde
7.
Victoire Louise
Marie Thérèse
8.
Sophie Philippine
Élisabeth Justine (
9.
Marie Thérèse
Félicité
10.
Louise Marie.
Enfim...
O
belo palácio em 1773, foi comprado por Nicolas Beaujon, banqueiro da corte e um
dos homens mais ricos da França, que precisava de uma "casa de campo"
adequadamente suntuosa (pois a cidade de Paris ainda não se estendia até onde o
palácio está localizado) e para abrigar sua fabulosa coleção de grandes
pinturas de mestres. Para isso, ele contratou o arquiteto Étienne-Louis Boullée
para fazer alterações substanciais nos edifícios (além de projetar um jardim em
estilo inglês). Logo em exposição havia tais obras-primas conhecidas-bem como
“Os Embaixadores “de Holbein, Hans Holbein, o jovem (em alemão: Hans Holbein der
Jüngere) (Augsburgo, 1497 ou 1498 — Londres, 29 de novembro de 1543) foi um
pintor alemão, um dos mestres do retrato no Renascimento, além de desenhista de
xilogravuras, vidrarias e peças de joalharia, essa pintura hoje está na
National Gallery em Londres, entre outras. Com essa coleção Hôtel d'Évreux
ganhou renome internacional como "uma das principais casas de Paris".
Bathilde
d'Orléans, princesa de sangue, falaremos dela mais tarde, comprou o palácio e o
denominou de l'Élysée, le palais de l'Élysée, também Elysée Bourbon, devido ao
nome da sua proprietária, mas o nome foi baseado na mitologia grega , os Campos Elísios , ou
simplesmente o Eliseu (em grego: Ἠλύσιον
πέδιον, transl.: Ēlýsion pédion) o paraíso na mitologia grega, local onde os heróis
e pessoas virtuosas são acolhidas e vivem
após a morte, rodeados por paisagens verdes e floridas, dançando e se
divertindo noite e dia, descrição semelhante ao céu dos cristãos e muçulmanos,
enfim o nosso Paraiso.
Com
a Revolução Francesa, Bathilde d'Orléans, princesa de sangue, fugiu do país e o
Eliseu foi confiscado para depois ser alugado.
E
aqui começa outra história.