Quando José Ferreira Neto, mais
conhecido como Neto, nasceu em Santo Antônio de Posse, no dia 9 de setembro de
1966, eu já ia aos campos de futebol há 19 anos.
Do Maracanã ao acanhado Estádio
Caio Martins em Niterói para ver o Canto do Rio Foot-Ball Club, do aristocrático
Estádio Álvaro Chaves, o campo das Laranjeiras do Fluminense Football Club ao
pujante Estádio São Januário do Club de Regatas Vasco da Gama, do terrível Estádio
da Gávea, em meio a Favela do Pinto no Leblon, ao Estádio de Moça Bonita (hoje Estádio
Proletário Guilherme da Silveira) do Bangu Atlético Clube (fundado como The
Bangu Athletic Club), la estava eu de caças curtas para assistir partidas de belíssimos
jogos de futebol.
Minha paixão pelo futebol começou
em dezembro de 1955, com 8 anos, quando saindo da boca de um túnel para
alcançar os nossos lugares no Velho Maracá, pelo Campeonato carioca, eu vi a
"Disputa de torcidas" no “ Clássico das Multidões", ou seja, um Fla-Flu,
um Flamengo versus Fluminense.
Aquela profusão de bandeiras
dos dois times foi impressionante e eu comecei a chorar (como choro de saudades
ao escrever este, pois o espetáculo ainda povoa a minha mente) ante aquele espetáculo
único, soberbo, majestoso.
O Flamengo bateu facilmente o
Fluminense (6 a 1), pelo 2º Turno do Campeonato carioca de 1955, para alegria
de minha mãe, Dona Suzana, uma flamenguista fanática, e tristeza de meu pai,
Jorge, um tricolor empedernido.
Os golos, comemorados com uma
alegria esfuziante, foram de: Didi pelo Flu, e Joel, Dida (2), Paulinho (3)
pelo Fla.
A formação do Flamengo era:
Aníbal, Servillo e Pavão; Jadir, Dequinha e Jordan; Joel, Paulinho, Índio, Dida
e Zagalo. Técnico: Manuel Agustín Fleitas Solich, mais conhecido apenas como
Fleitas Solich, "El Brujo".
A formação do Fluminense era:
Veludo, Bené e Pinheiro; Vitor, Clóvis e Bassu; Telê, Didi, Valdo, Robson e
Escurinho. Técnico: Francisco de Souza Ferreira, mais conhecido como Gradim,
sucessor de Zezé Moreira.
Uma das maiores tristezas de
minha vida foi assistir o clássico BOTAFOGO versus FLUMINENSE de 22 / 12 / 1957,
quando o aristocrático Fluminense Football Club fez meu pai chorar copiosamente,
como eu nunca havia visto, ao perder de 6 golos (cinco de Paulinho Valentim e
um de Garrincha) a 2 golos.
Foi e ainda é acachapante.
A Ficha Técnica é:
Local: Maracanã
Público: 89.100 (pagantes)
Árbitro: Alberto da Gama
Malcher
Gols: 1° tempo: Botafogo 3 a
0, Paulinho Valentim (3), sendo um de bicicleta; Final: Botafogo 6 a 2,
Escurinho, Paulinho Valentim, Garrincha, Paulinho Valentim e Waldo.
Botafogo: Adalberto, Beto,
Thomé, Servílio, Pampolini e Nílton Santos; Garrincha, Didi, Paulinho Valentim,
Édison e Quarentinha. Técnico: João Saldanha.
Fluminense: Castilho, Cacá,
Pinheiro, Clóvis, Jair Santana e Altair; Telê, Jair Francisco, Waldo, Róbson e
Escurinho. Técnico: Sylvio Pirillo.
O Carlos José Castilho, mais
conhecido como Castilho, que nasceu no Rio de Janeiro, 27 de novembro de 1927,
e faleceu na mesma cidade no dia 2 de fevereiro de 1987, quase matou meu pai...e
eu fiquei com uma raiva danada dele.
Mas, voltemos ao Neto.
Quando ele despertou realmente
para o grande futebol no Guarani Futebol Clube e foi vice-campeão paulista de
1988 foi considerado um craque, tanto que foi contratado pelo Palmeiras, onde
não brilhou por culpa do Emerson Leão.
Transferiu-se para o Sport
Club Corinthians Paulista, que tinha uma equipe “tecnicamente limitada”, e onde
ele brilhou chegando a ser chamado de o “ xodó da Fiel”.
Sempre foi indisciplinado,
tanto que:
“ Em 1989, Neto entrou em
atrito com o então técnico do clube, Emerson Leão, que não aceitava a falta de
forma física do meia e o colocou para treinar em separado, ao lado de outros
"gordinhos". “.
O PESO SEMPRE FOI O SEU
PROBLEMA.
“Em 1990, era dada como certa
a convocação, para a Copa do Mundo da Itália, no entanto, o então técnico
Sebastião Lazaroni, decidiu não o convocar, devido atritos com ele e com os
jogadores”.
“ Em 1991, protagonizou um
caso polêmico ao cuspir no rosto de um árbitro José Aparecido de Oliveira, na
partida em que o Corinthians perdeu para o Palmeiras, no Morumbi, em 13 de
outubro de 1991, pelo Campeonato Paulista, e pelo ato, o Neto foi suspenso por
quatro meses”.
Gordo, sem folego, andou pelo Grêmio
Recreativo, clube de futebol da cidade de Indaiatuba, estado de São Paulo, pelo
Paulista Futebol Clube, o Galo da Japi, da cidade de Jundiaí, para a seguir
bater com os costados no Petare Fútbol Club, conhecido como O Deportivo Italia,
um clube de futebol da cidade de Petare, no município Sucre, Venezuela.
Com a carreira em total declínio,
se tornou “ coordenador de futebol do Rio Claro Futebol Clube, de Rio Claro”,
para a seguir marchar para o ostracismo.
Dessa condição de ostracismo futebolístico,
ou seja, fora do futebol, foi resgatado pelo Milton Neves – “ jornalista
profissional diplomado, publicitário, empresário, apresentador esportivo de
rádio e TV, pioneiro em site esportivo no Brasil, 1º âncora esportivo de mídia
eletrônica do país, palestrante gratuito de Faculdades e Universidades,
escrivão de polícia aposentado em classe especial, pecuarista, cafeicultor e é
empresário também no ramo imobiliário”, dono do "Golaço", programa da
Rede Mulher, para fazer comentários.
Deu uma passadinha na TV
Record, fez sucesso, e ganhou um contrato com a Rede Bandeirantes de Televisão,
a Band.
O COMEÇO DE SUA CARREIRA COMO
COMENTARISTA FOI BRILHANTE.
Era “ ponta firme”.
Dava gosto de ver.
Ganhou a posição de ancora/condutor
do programa Os Donos da Bola, e mais o Baita Amigos, uma cópia do Bem, Amigos!
de Galvão Bueno no SporTV, do Grupo Globo , anteriormente conhecido como Organizações
Globo.
Ai meu amigo, o sucesso lhe
subiu a cabeça.
E hoje entre “ Um baita jogador”,
“ Um baita técnico”, outros puxa-saquismos explicito, e críticas ferozes,
virulentas, deselegantes, vai desfilando sua empáfia na Tela da Band.
Dá pena de ver.
O “cara”, que sempre começa
bem no que faz, mas que depois SE perde – como foi quando era jogador – se
perdeu totalmente na sua arrogância.
Ontem no Santos X Corinthians seus
comentários foram tão desarrazoados, seu veneno contra o Tite, um técnico que
ele como corinthiano deveria beijar os pés, foi de tal ordem que me obrigou a
mudar de canal e ter que aguentar o Cleber Machado com usas boutades.
Ainda bem que o Walter
Casagrande estava inspirado e fez comentários prá lá de pertinentes.
Uma hora qualquer José
Ferreira Neto, mais conhecido como Neto, nasceu em Santo Antônio de Posse, no
dia 9 de setembro de 1966, portanto com 49 anos de idade, vai levar uma
invertida, e aí mané que vai pagar o pato é a Rede Bandeirantes, conhecida
informalmente como Band.
E tenho dito.
Jorge Eduardo Fontes Garcia.
São Paulo 07/03/2016