segunda-feira, 4 de agosto de 2014
JORGE EDUARDO FONTES GARCIA - IN FOCUS : A Batalha de Alc...
JORGE EDUARDO GARCIA - IN FOCUS: JORGE EDUARDO GARCIA - IN FOCUS : A Batalha de Alc...: Armoiries des rois de Portugal depuis 1481 A Batalha de Alcácer-Quibir Em 4 de agosto de 1578 , aconteceu a Batalha de Alcác...
JORGE EDUARDO FONTES GARCIA - IN FOCUS : A Batalha de Alcácer-Quibir - autor: Jorge Eduardo Garcia
Armoiries des rois de
Portugal
depuis 1481
A Batalha de Alcácer-Quibir
Em 4 de agosto de 1578 , aconteceu a Batalha de
Alcácer-Quibir ou Al Quasr al-kibr, Alcazarquivir, conhecida no Marrocos como Batalha dos Três Reis, foi uma
batalha travada no norte de Marrocos perto da cidade de Ksar-El-Kebir, entre
Tânger e Fez.
No livro ‘Mazagão- a Epopeia Portuguesa Em Marrocos’, de Augusto
Ferreira do Amaral, são citados os Barreto de Almeida, fidalgos de uma das ilustre famílias portuguesa, da qual tenho o prazer de
descender pelo ramo que veio para o Brasil a séculos atrás.
É família de minha mãe, Suzana Alves Barreto de Almeida, que
se estabeleceu em Pernambuco.
Meu trisavô foi Luís Francisco Barreto de Almeida que se
casou com Dona Ana Acioli, uma senhora de engenho, como todos os de sua tradicional
família, os Aciolis.
MAIS porque estou falando disso?
Pelo seguinte no dia de hoje se comemora 436 anos da Batalha
de Alcácer-Quibir em África.
Vamos a Historia:
Nesta Batalha veio a sumir, entre
a poeira do campo, o senhor Dom Sebastião I, o Desejado, Pela Graça de Deus, o décimo
sexto Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da
Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia,
etc, da Dinastia de Avis, e que depois
de sua morte passou , também, a ser cognominado o Encoberto ou o Adormecido.
Sumiu junto Abu Abdallah Mohammed
II, Sultão de Marrocos após a morte de seu pai, mas que havia sido deposto por
seu tio, Abu Marwan Abd al-Malik I, que, também, foi Sultão do Marrocos de 1576 até sua morte, logo após a Batalha
Ksar El Kebir em 1578.
Do lado português:
El-Rey Portugal apoiado por Gregório XIII, nascido Ugo
Buoncompagni , 226º Papa da Igreja Católica Apostólica Romana, um exercito fiel
ao Sultão deposto:
O exercito era composto por:
8.000 europeus, 2.000 castelhanos voluntários, 600
voluntários italianos,
3.000 mercenários de Flandres e Alemanha, 6000 Mouros e 40
canhões.
Baixas: 8.000 mortos e 15.000 capturado.
Do lado árabe:
Abu Marwan Abd al-Malik I , o Usurpador, da Dinastia Saadi,
com o apoio do Império Otomano:
O exercito era composto por :
60.000-100.000 homens.
Baixas: Numero desconhecido.
Motivo da Guerra:
Fanatismo religioso do Soberano Luso, comercial – a classe
mercantil , os burgueses, desejava fazer negócios das mais variadas espécies- para cessar o avanço da presença militar do Império
Otomano, que seria uma ameaça para a segurança das costas portuguesas e do
comércio com a Guiné, Brasil e Ilhas Atlânticas, por fim o pedindo de auxílio
para recuperar o Marrocos, por Abu Abdallah Mohammed II, Sultão deposto de
Marrocos, cujo Trono havia sido tomado pelo seu tio em1576.
A Nobreza queria se cobrir de Glórias como os mata-mouros de
Afonso Henrique, o Pai da Nacionalidade.
A Epopeia de Mazagão, do século XV e XVIII, uma possessão em
Marrocos, à atual El Jadida, perto de Casablanca, deu ao Rei a confiança que
ele desejava.
“Dom Sebastião empregou grande parte da riqueza do Império
Português para equipar uma grande frota e reunir um grande exército”.
Dom Sebastião, com a “Flor da Nobreza Portuguesa”, e suas
tropas, partiu de Lisboa em 25 de Junho de 1578, foi encontrar seu aliado
marroquino em Tanger, escalas em Arzila e Larache,.
Mau estrategista e mau assessorado foi a cavalo em “vez de
ir por mar, para permitir maior descanso às tropas e o necessário
reabastecimento em víveres e água”.
A Marcha encontrou as tropas do Sultão de facto, Abu Marwan
Abd al-Malik I, também conhecido como Mulei
Moluco, penso que seria Mulei Maluco, em nossos dias.
O exército do Mulei Maluco e seus liados otomanos eram em
maior numero.
Era Alcácer-Quibir.
“ O exercito de Dom Sebastião e seus aliados “ esgotado pela
fome, pelo cansaço, pelo calor”, foi sendo derrotado.
Como a Historia da Humanidade tem fatos, mas, também, tem lendas, diz-se que Dom Sebastião falou ao ver
que a Batalha estava perdida:
"Senhores, a liberdade real só há de se perder com a
vida".
A Nobreza, a “Flor da Nobreza Portuguesa”, que o
acompanhavam a cavalo, gritou :
"Morrer sim, mas devagar!".
“Dom Sebastião por sua vez desapareceu liderando uma carga
de cavalaria contra o inimigo e seu corpo jamais foi encontrado”.
“Abu Abdallah Mohammed II Saadi, aliado dos portugueses,
tentou fugir ao massacre em que a batalha se convertera, mas morreu afogado em
um Rio”.
“Mulei Moluco, também, morreu durante a batalha, mas de causas
naturais, uma vez que o esforço da batalha foi demais para seu estado
debilitado”.
“Dos 16.000 prisioneiros a maior parte da era de membros da Nobreza Portuguesa.
Talvez só 100 sobreviventes tenham escapado com custo, mas há
controvérsias.
Por isso a Batalha, também, é conhecida com “ a Batalha dos
Três Reis”.
Morreu o Rei de Portugal e alguns
anos depois o Reino foi entregue a seu parente Felipe II, Rei de Espanha,
começando assim o domínio do Império Espanhol sobre o Império Português.
Para o Brasil foi criada uma
ótima situação geopolítica que nos possibilitou a temos o nosso tamanho Continental.
Dom Sebastião
pintura atribuída a
Cristóvão de Morais.
O mais interessante é que surgiu
um Movimento popular – místico, que ganhou fama no interior do nordeste do
Brasil, denominado de o “Sebastianismo”.
“Basicamente é um messianismo
adaptado às condições lusas e à cultura nordestina do Brasil”.
“Traduz uma inconformidade com a
situação política vigente e uma expectativa de salvação, ainda que miraculosa,
através da ressurreição do morto ilustre”.
“O povo nunca aceitou a morte do Rei
Dom Sebastião, divulgando a lenda de que
ele ainda se encontrava vivo, apenas esperando o momento certo para voltar ao Trono
e afastar o domínio estrangeiro”.
“O seu mais popular divulgador
foi o sapateiro de Trancoso, Bandarra, que previu nas suas trovas o regresso do
Desejado (como era chamado D. Sebastião)”.
“O maior intelectual a aderir ao
movimento foi o Padre Antônio Vieira”.
Portugal e o Império Ultramarino Português
só recuperaram sua independência no dia 1 de Dezembro de 1640, quando um grupo chefiado
pelo Duque de Bragança (futuro D. Joao IV - dinastia de Bragança), depôs em
Lisboa o representante de Filipe III, Rei de Espanha.
“O Sebastianismo também
influenciou certos movimentos brasileiros em todo o país, desde o Rio Grande do
Sul até ao norte do Brasil, principalmente no início do século XX.”.
“Por exemplo, Antônio Conselheiro
empregou-o em seus discursos à população de Canudos”.
“Segundo ele, Dom Sebastião iria
retornar dos mortos para restaurar a monarquia no Brasil, atraindo assim a ira
do recém-inaugurado governo republicano do Brasil. Antônio Conselheiro via
também na realeza de D. Pedro II e na Casa de Bragança o Direito Divino do
Império do Brasil recebido na Cristofania (Aparição de Cristo) do Milagre da Batalha
de Ourique, de 25 de Julho de 1139”.
Bem como já afirmei a Historia é
feita de Atos e Lendas.
Jorge Eduardo Garcia.
São Paulo.
Na Rua Piauí.
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