Eu não posso afirmar, e nem
ninguém pode, que ao projetar o Palácio da Alvorada o arquiteto Oscar Niemeyer
não tinha em mente uma daquelas maquinas de assar frangos que ficam nas portas
das padarias.
Essas maquinas de assar frango
são verdadeiros bendengós que deixam à mostra, isso graças as suas portas de
vidro, os pobres dos franguinhos que lá estão sendo tostados.
“ O Palácio da Alvorada é uma construção
revestida de mármore e vedada por cortinas de vidro”, cortinas de vidro é o
apelido chique de vidraças.
E são essas vidraças que
trazem tremendo transtorno aos seus inquilinos, o Presidente da República e
seus familiares.
A arquitetura do Alvorada, que
se tornou “ um dos ícones da arquitetura moderna brasileira”, é acachapante.
A arquitetura do Alvorada, que
se tornou “ um dos ícones da arquitetura moderna brasileira”, faz com que os
que no Palácio habitam fiquem expostos como os franguinhos que estão sendo
tostados naquelas maquinas de assar frangos das portas das padarias.
Para resguardar a privacidade
dos moradores deselegantes e pesadas persianas foram instaladas o que aumenta o calor em seu
interior, pois o calor em Brasília é infernal, é abrasador, é sufocante, e não
há máquina de ar-condicionado que de conta de tal área, uma grande construção
em três pavimentos, a ser climatizada.
Por não ser cercado por um
parque arborizado o Palácio da Alvorada é inóspito.
O terreno onde está localizado
é agreste e nem espelho d'água, com a escultura “As banhistas” de Alfredo
Ceschiatti, que o povo dizia que eram dona Márcia e dona Maristela, filhas de
JK, puxando os cabelos quando o saudoso presidente comunicava a elas que tinham
que ir a Brasília, ameniza a rudeza do local.
Hoje está instalada uma crise
porque o presidente Temer não quis ficar morando no Alvorada e retornou ao
Palácio Jaburu, “ situado às margens do Lago Paranoá, inaugurado em 1977,
residência oficial do Vice-Presidente da República”, mas só os de má-fé não
compreendem a escolha.
O Palácio da Alvora entre
todos os seus defeitos não foi idealizado para uma família com filhos pequenos.
O Palácio da Alvora entre
todos os seus defeitos não foi idealizado para uma família de origem comum,
normal, de classe média (com avós, pais, filhos e netos à lá brasileira), cujos
membros não nasceram em palácios como os membros da Realeza Britânica.
Suas ENORMES vidraças, seus
espaços grandes e calorentos, enfim sua planta arquitetônica não foi concebida
para ter ou ver um pimpolho, ou pimpolhos, correndo de um lado para o outro, em
um sobe e desce rampa sem fim.
Aliais, o Clima de Brasília - “
tropical com estação seca, e é comum que os
níveis de umidade relativa do ar fiquem muitas vezes abaixo de 30%, bem abaixo
do ideal considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 60%” - não foi levado em conta, só foi levado em
conta a busca da beleza de suas linhas, pelo arquiteto Oscar Niemeyer e sua
equipe, o que torna o Palácio uma incubadora para doenças respiratórias.
Não podemos esquecer que
crianças pequenas são mais sensíveis as doenças respiratórias, portanto a saúde
do pequeno Michelzinho (Michel Miguel Elias Temer Lulia Filho) de 7 anos de
idade, foi levada em conta para que esse retorno ao Palácio Jaburu fosse o mais
rápido possível.
Um providencia por parte dos pais
altamente compreensível e louvável.
É fato histórico que o
presidente João Goulart, o Jango, tinha dois filhos pequenos com dona Maria
Thereza Fontella Goulart – João Vicente e Denize- que nunca moraram no Palácio
do Alvorada, até porque o presidente fixou moradia na Residência Oficial da
Granja do Torto, uma granja com características de casa de veraneio, fora do Plano
Piloto de Brasília.
Dona Maria Thereza e os filhos
durante a presidência de Jango moravam em um apartamento de salão e três
quartos no Edifico Prelúdio, Av. Atlântica, 1782 - Copacabana, Rio de Janeiro -
RJ, isso é no Condomínio Chopin Preludio Balada, com vista sobre a piscina do Hotel
Copacabana Palace.
Os demais presidentes da
Republica que moraram no Palácio do Alvorada eram quase sempre avós, portanto
os netos não moravam com eles, iam de visita o que facilitava muito o dia a dia
nessa residência oficial do Presidente do Brasil.
Conta-se que dona Dilma Rousseff vivia
‘policiando ‘ o neto Gabriel, que mora em Porto Alegre (RS), quando o menino ia
visita-la, com um “ não pegue isso, não corra” e por aí ia.
O coitado do menino devia
odiar essas visitas a avó que lhe tolhia os movimentos, mas viver e conviver no
Palácio da Alvorada trazem esses percalços, que fazer?
Em resumo:
Como o Palácio da Alvorada é
um bonito e luxuoso edifício, com grandes salões, com uma bela vista da piscina
e do Lago Paranoá, deveria ser transformado em um Palácio de Aparato, onde “ quaisquer
tipos de festejos ou cerimônias que denotam pompa e/ou magnificência”
envolvendo a representação do Estado Brasileiro seriam realizadas.
Como o Palácio da Alvorada,
uma edificação histórica não só porque nele moraram chefes da Nação, mas, também, porque “ foi o
primeiro edifício inaugurado na Capital Federal, em 30 de junho de 1958”, é recheado
de Obras de Arte e como Brasília precisa de atrativos turísticos ele deveria
ser transformado em museu aberto ao público.
O Palácio da Alvorada, uma
edificação inóspita, não deveria mais ser Residência Oficial do Presidente da República
Federativa do Brasil.
E tenho dito
Jorge Eduardo
Um velho nacionalista
apavorado com os rumos do Brasil
05/03/20 7