quinta-feira, 18 de setembro de 2014
JORGE EDUARDO FONTES GARCIA - IN FOCUS: Efemérides de 16 de setembro: 1745 – Príncipe Mikh...
JORGE EDUARDO FONTES GARCIA - IN FOCUS: Efemérides de 16 de setembro: 1745 – Príncipe Mikh...: Efemérides de 16 de setembro: 1745 – Príncipe Mikhail Golenishchev-Kutuzov, militar russo (m. 1813). O Marechal-de- Campo e Príncipe Mi...
JORGE EDUARDO FONTES GARCIA - IN FOCUS: JORGE EDUARDO FONTES GARCIA - IN FOCUS: "Não vamos...
JORGE EDUARDO FONTES GARCIA - IN FOCUS: JORGE EDUARDO FONTES GARCIA - IN FOCUS: "Não vamos...: JORGE EDUARDO FONTES GARCIA - IN FOCUS: "Não vamos desistir do Brasil", por isso Marina Si... : "Não vamos desistir do Brasil...
Efemérides de 16 de setembro: 1745 – Príncipe Mikhail Golenishchev-Kutuzov, militar russo (m. 1813). autor: Jorge Eduardo Fontes Garcia.
Efemérides de 16 de setembro:
1745 – Príncipe Mikhail Golenishchev-Kutuzov, militar russo
(m. 1813).
O Marechal-de- Campo e Príncipe Mikhail Illarionovich
Golenishchev-Kutuzov (ou Kutuzov) (князь Михаи́л Илларио́нович
Голени́щев-Куту́зов , Sua Alteza Sereníssima Knyaz Smolensky (Светлейший князь
Смоленский), é reconhecido universalmente como um dos maiores gênios militares
da Historia da Humanidade pelo papel que desempenhou como Comandante-em- Chefe
dos Exércitos de SMI o Czar de Todas as Rússias
quando da invasão da La Grande Armée («o grande exército») do Imperador
Napoleão I e de seus aliados, Império Austríaco, Reino napoleônico da Itália, Reino
de Nápoles da Dinastia Bonaparte Murat, Reino Bonapartista de Espanha, Reino da
Baviera, Reino da Saxônia, Reino Unido de Westphalia, Reino de Württemberg,
Reino da Dinamarca-Noruega, Reino da Prússia, Grão-Ducado de Baden, Grão-Ducado
de Berg, Grão-Ducado de Hesse, Grão-Ducado de Frankfurt de Sua Alteza
Imperial Eugène Rose de Beauharnais,
Grão-Ducado de Würzburg, Ducado de Varsóvia, Confederação do Reno, Confederação
Suíça, Províncias Unidas da Ilíria, República das Sete Ilhas, Legião Holandesa,
Legião Portuguesa chefiada por Pedro de
Almeida, 3.° Marquês de Alorna e 5.° Conde de Assumar, Legião Irlandesa, Legião Belga, ao solo sagrado da “ Mãe Rússia”.
Essa campanha militar é conhecida pelos franceses como la
Campagne de Russie, pelos russos como a Guerra Patriótica de 1812 ( Отечественная
война 1812 года) , ou seja, em bom português a Invasão francesa da Rússia em 1812.
Mikhail Illarionovich Golenishchev-Kutuzov nasceu em São
Petersburgo em 16 de Setembro 1745.
Filho unico do Tenente-General (mais tarde senador) Illarion
Matveevich Kutuzov (Иллариона Матвеевича
Голенищева-Кутузова) membro por 30 anos
com o Corpo de Engenheiros servindo o Czar Pedro, o Grande, Czarina Elezabeta,
Czarina Catarina, a Grande, de quem recebeu a Ordem de Santo Ana e uma caixa de
rapé de ouro com diamantes, e de sua esposa Anna Illarionovna (Анны
Илларионовны) da nobre família de Beklemishev ou Beklemishevo (Беклемишевых).
Pela situação privilegiada de seus pais o pequeno Kutuzov
teve contato com a Família Imperial Russa, os Romanov, desde tenra idade.
Em 1757, doze anos de idade, Kutuzov foi para uma escola
de engenharia militar como cadete, onde se tornou um líder dos alunos e
aprendeu a falar fluentemente Inglês, francês, alemão, polonês, sueco e turco;
suas habilidades linguísticas serviram bem ao longo de sua carreira.
Com 16 anos, em fevereiro de
1761, Mikhai se formou no colegial recebendo a patente de Alferes Engenheiro,
podendo assim ensinar matemática aos alunos.
Em 1762, Kutuzov se tornou o ajudante-de-campo do
Príncipe Pedro Augusto de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Beck, Duque de
Schleswig-Holstein, Marechal de Campo Exército Imperial russo, Governador-
militar de Reval, na então província imperial russa da Estônia, hoje Tallinn,
capital da Estônia, onde ele provou ser um altamente competente e político
sagaz.
O agora Capitão Kutuzov, no
mesmo ano de 1762,viajou para a Astrakhan, uma grande cidade perto do Delta do
Rio Volga para se incorporar ao Regimento de Infantaria de Astrakhan, que
estava sob o comando do Conde Alexander Vasilyevich Suvorov (Александр
Васильевич Суворов).
Alexander Vasilyevich, o último generalíssimo do Império
Russo, era Conde de Suvorov Rymnik ( граф Рымникский ), também, Príncipe da Itália ( князь Италийский ), Conde do Sacro Império Romano , que se tornou
um Herói Nacional da Rússia por ter saído invicto em mais de 60 grandes
batalhas.
Em 1764, Stanisław August Poniatowski, que fora amante da
Czarina Catarina, a Grande, foi por ela colocado no Trono da Polônia pagando 2,5
milhões de rublos aos eleitores para apoia-lo, contudo gerou uma revolta da
maior parte da Nobreza e no povo polonês
que historicamente sempre foram
desconfiados das intenções russas para o seu País.
Para conter a revolta e manter Poniatowski no Trono,
Catarina enviou um exercito e entre os militares estava Kutuzov como comandante
de um pequeno destacamento.
Em 1767, foi convocado para trabalhar na "Comissão
para a elaboração de um novo Código”, documento jurídico e filosófico
importante do século XVIII, que na realidade dava bases ao "despotismo
esclarecido" da Czarina Catarina II, a Grande.
Mikhail Kutuzov foi tradutor do francês, alemão e latim,
para o russo e conforme está registrado nos anis dessa Comissão seu trabalho
foi admirável.
Como Primeiro-Major, em 1770, ele foi transferido para do
Segundo Exercito sob o Comando do Conde Pyotr Alexandrovich
Rumyantsev-Zadunaisky ( Пётр Александрович Румянцев-Задунайский),que guardava a
fronteira sul do Império, e assim participou do início em 1768 a guerra com a
Turquia.
Eu creio que essa passagem pelo Segundo Exército do
Marechal Rumyantsev Transdanubia deu a
base para a estratégia que Kutuzov iria usar futuramente na Guerra que ele
comandou contra os turcos, inclusive a noção da importância do ir e vir pelas
margens do Danúbio.
Foi tão importante à passagem do Danúbio que o General-
Conde Pyotr Alexandrovich Rumyantsev-Zadunaisky recebeu o Titulo Zadounaïsky (o
Transdanubien ou Transdanubia), foi elevado a Marechal e recebeu o Bastão todo cravejado com diamantes, uma
espada, também, cravejada de diamantes, coroas de louros decoradas com
diamantes, a cruz e a estrela da Ordem de Santo André, uma aldeia na
Bielorrússia, dinheiro, etc e etc... Além disso, a Imperatriz o imortalizou com
um Monumento Obelisco em Tsarskoye Selo, e ofereceu-lhe uma entrada Triunfal em Moscou ,
o que ele recusou.
Tenho razão ou não, quanto a esta lição aprendida pelo
futuro Marechal- Príncipe?
Foi durante esse conflito que Kutuzov aprendeu a usar a
cavalaria mortal cossaco, outra habilidade que seria útil na defesa da Rússia
contra os exércitos invasores de Napoleão em 1812, bem como lhe deu traquejo para
enfrentar a politicagem que sempre acontece em meio a um Estado- Maior, pois foi
nomeado Chefe de Intendência (Chefe de Gabinete) e Comandante- adjunto, teve
êxito em suas funções tanto que acabou recebendo a patente de Tenente-Coronel em
12 de agosto e 1771.
“Desde aquela época, ele desenvolveu
moderação e cautela, aprendeu a esconder pensamentos e sentimentos, qualidades
que se tornaram característica de suas atividades futuras como Comandante”.
Yevgeny Viktorovich Tarle, historiador e acadêmico da Academia Russa de
Ciências.
Em 1774, Devlet IV Giray, Khan da Crimeia, que se recusava
a aceitar o Tratado de Küçük Kaynarca e continuava a luta contra os russos,
conquistou a Península de Taman na Crimeia, não satisfeito atravessou com suas
tropas o Estreito de Kerch e invadiu a cidade de Alushta no sul costa da
Península da Criméia.
Os Imperiais Russos não podiam permitir esse estado de
coisas e partiram para a batalha.
Em 23 de Julho de 1774 em uma batalha em uma aldeia ao norte
de Alushta os russos foram derrotados e Kutuzov , no comando do Granadeiros de
Moscou, foi ferido gravemente na cabeça.
Em relatório de 28 de julho 1774 a Catarina, a Grande, o
General Príncipe Vasili Mikhailovich Dolgorukov, comandante-em-chefe do
Exercito da Crimeia, escreveu:
“A bala, perfurou a têmpora esquerda e saiu perto do olho
direito, que é "de lado", mas a visão permanecia, ao contrário da
crença popular”.
Esse ferimento perturbou toda avida de Kutuzov, pois a
partir desse incidente ele era tomado por fortíssimas doeres de cabeça que só
lhe davam paz quando dormia.
Entretanto, por sorte a bala que entrou pelo lado
esquerdo atravessou a cabeça e saiu perto do olho direito. Sua recuperação foi
difícil e dolorida.
Como dor de Kutuzov não diminuía, ele pediu afastamento
do exercito e foi decidido que ele, com todas as despesas pagas pela Czarina,
iria viajar pela a Europa Ocidental em busca de uma melhor assistência médica. Passou por Berlin, Leyden,
na Holanda e em Londres, Inglaterra para tratamento. Esse tratamento levou dois
anos, tempo que Kutuzov usou para aperfeiçoar os seus conhecimentos militares e
se tornar maçom, pois se juntou em Regensburg, Cidade Livre em meio ao Sacro
Império, na Baviera uma Loja Maçônica em 1776.
Kutuzov voltou para o exército russo em 1776, onde mais
uma vez serviu sob o Conde Suvorov Rymnik , na Criméia, por seis anos.
Voltou à Rússia e foi reintegrado ao Exercito Imperial.
Em 28 de junho de 1777 foi promovido a Coronel e nomeado
comandante do Regimento estacionado em Azov, na Crimeia.
Ainda na Crimeia, em 28 de junho de 1782, foi promovido a
Brigadeiro e transferido para outro comando.
Em novembro de 24 de novembro de 1784, obteve a patente
de Major-general, após o sucesso que obteve ao reprimir um levante turco na Crimeia
Em 1785 implantou com sucesso as ‘formas’ militares que
havia aprendido em sua peregrinação pela Europa.
No Cerco de Ochakov de 1788, no âmbito das Guerras
Turcas, foi novamente ferido na têmpora esquerda, quase exatamente no mesmo
lugar de antes, e novamente os médicos temiam por sua vida.
No entanto,
Kutuzov recuperado, mas seu olho direito ficou mais torcido do que antes e ele
tinha dores de cabeça ainda piores.
Lutando bravamente, despertando admiração de seus
superiores, recebendo o devido reconhecimento Imperial e condecorações pelos
bons serviços, Kutuzov foi em frente em
sua brilhante carreira.
Em 25 de março de 1791 foi
promovido a Tenente-general e a partir dai sucessivamente ocupou os cargos de
Embaixador em Istambul, Comandante de todas as forças de terra, frota e
fortalezas na Finlândia, Diretor do Corpo dos Cadetes Imperiais (para melhorar
a formação dos oficiais: ensinar táticas, história militar, e outras
disciplinas), e para inveja de muitos passou a ser convidado diário de Sua
Majestade Imperial Catarina II, Imperatriz e Autocrata de Todas as Rússias,
para uma conversa ate o dia da morte da Soberana.
Ao contrário de muitos outros
favoritos da Imperatriz, Kutuzov conseguiu ficar sob essa mesma condição de
favorito com o novo Czar Paulo I, e permaneceu com ele até o último dia de sua
vida (incluindo jantar com ele antes do assassinato).
Havia mais dois favoritos, o Conde
Alexei Andreyevich Arakcheev e o Conde Fyodor Vasilyevich Rostopchin,
Governador de Moscou durante a Invasão Francesa.
Em 1 de abril de 1798, foi
promovido a General de Infantaria.
Embaixador extraordinário do
Czar junto ao Rei da Prússia.
Em 27 de setembro de 1799, nomeado
pelo Czar Paulo I comandante do corpo expedicionário na Holanda.
No caminho para a Holanda foi
chamado de volta à Rússia, pois o Czar temia pela sua segurança e com razão,
pois ele considerava a orgulhosíssima Nobreza russa decadente e corrupta,
querendo impor a força normas de conduta aos sempre indisciplinados aristocratas,
além do que vez dispensas em massa de funcionários civis e militares, segundo
consta foram sete Marechais e 333 Generais.
Paulo foi eleito Grão-mestre
dos Cavaleiros Hospitalários (Ordem dos Cavaleiros do Hospital de S. João de
Jerusalém ou Cavaleiros de Malta ou Cavaleiros de Rodes), a quem deu abrigo
após sua expulsão de Malta por Napoleão, sob a liderança do Czar foi criada a tradição
russa dos Cavaleiros Hospitalários (Ordem de São João/Ordem Maltesa) dentro das
Ordens Imperiais da Rússia, e foi graças
a esta eleição que Kutuzov foi condecorado com a Ordem de S. João de Jerusalém.
Kutuzov foi favorito de
Catarina, a Grande, de seu filho, o Czar Paulo I ( Па́вел Петро́вич Романов;
Pavel Petrovitch Romanov), mas não de seu sucessor e filho, o Czar Alexandre I (Александр
Павлович Романов; Aleksandr Pavlovich Romanov), contudo sua lealdade a
Monarquia e a Dinastia Romanov eram incontestes.
Alexandre I desconfiava de
Kutuzov porque ele havia participando do jantar que aconteceu na “noite de 23
de março de 1801, quando Paulo foi assassinado em seus aposentos, no
recém-construído Castelo Mikhailovsky, por um grupo de ex-oficiais liderados
pelo general Levi von Bennigsen, cidadão de Hanôver a serviço russo, e pelo
general georgiano Vladimir Mikhailovich Yashvil”.
O novo Czar e Autocrata de
Todas as Rússias, apesar de não gostar dele, de desconfiar dele, o nomeou Governador-militar
de São Petersburgo e Vyborg, da Finlândia, sendo, também, responsável pelos
assuntos civis.
Tudo acumulado despertava
invejas e as fofocas começaram, chegando ao auge em 1802, tendo como ato
continuo a queda ‘em desgraça aos olhos’ do Czar Alexandre, consequentemente removido de seu posto.
Retirou-se para sua propriedade em Volyn, na Ucrânia,
região Zhitomir, continuando a ser Comandante do Regimento Pskov mushketёrskogo.
MAIS, os Impérios não podem
prescindir de sues grandes homens nas horas das vicissitudes.
Kutuzov foi chamado pelo Czar
para comandar um dos dois Exércitos que iriam marchar contra as forças do General Bonaparte, agora aclamado
Imperador dos Franceses, pois em 1803 a Rússia, o Sacro Império Romano- Germânico
( Arquiducado da Áustria) o Reino Unido (UK), o Reinos de Nápoles, da Sicília,
da Suécia, e outras forças especiais, tais como, franceses
Contrarrevolucionários, monarquistas
franceses, formaram a Terceira Coalizão.
Em agosto de 1805, o poderoso
Exército russo com 50.000 homens em amas, para alguns historiadores um numero
superior ao dos engajados nas tropas napoleônicas para ocasião, sob comando de
Kutuzov marchou para a Áustria.
Não houve tempo para socorrer
o Exército austríaco e esse foi derrotado em Ulm.
Kutuzov vendo que Karl von
Mack Leiberich, Comandante do Exercito austríacos, havia se rendido ordenou a
retirada.
Fazia-se necessário preservar
o Exército Imperial Russo a qualquer custo e não deixa-lo cair no cerco que Bonaparte
queria realizar para imobiliza-lo e com isso arraza-lo.
Kutuzov ordenou ao Príncipe
Pyotr Ivanovich Bagration (Пётр Иванович Багратион) que protegesse a retaguarda
das Tropas em retirada, e esse foi excepcional cumprindo as ordens do Comandante.
Bagration com uma tropa de 6.500
homens enfrentou um Exército inimigo com 10.000 homens, em Amstetten, Baixa
Áustria, onde encontrou a cavalaria do General Joaquim Murat, cunhado de
Napoleão, futuro Rei de Nápoles, e as tropas do General Jean Lannes, futuro Duque
de Montebello, motivadíssimos com a ordem de Napoleão para destruí-los custasse
o que custasse.
E graças ao empenho do Príncipe
Pyotr Ivanovich Bagration e seus comandados, as Tropas russas puderam recuar em
direção a “Mãe Rússia” durante a noite.
O saldo foi positivo para os
russos, á que se conta 700 entre morros, feridos ou presos, contra 1000 baixas
dos franceses.
Os historiadores ainda não
chegaram à conclusão de quem venceu quem, contudo o número de baixas da uma
ideia.
Pelo sim, ou pelo não,
Napoleão não gostou do resultado, pois Kutuzov e seu Exercito conseguiu escapar
de suas garras de águia e “a marcha entrou para a história da arte militar como
um exemplo notável de uma manobra estratégica”.
“Na véspera de Austerlitz,
Kutuzov tentou convencer os generais aliados da necessidade de espera por reforços
antes de enfrentar Napoleão”, foi considerado covarde pelo Czar e quando
questionou o movimento das tropas, Alexandre I secamente lhe respondeu: "Isso
não é da sua conta".
Vendo que não seria nem
ouvido, nem cheirado, foi dormir.
Devemos nos lembrar de que dormir
era única forma que Kutuzov tinha para aliviar suas dores de cabeça, e o Czar,
sem duvida nenhuma, era um grande motivo para aumentá-las, as dores e cabeça.
Quando perguntado por um
ajudante de ordens, respondeu:
“Sei que ele vai me culpar
pela derrota”.
O ‘ele’ era Aleksandr
Pavlovich Romanov (Александр Павлович Романов), Sua Majestade Imperial Alexandre
I, Imperador e Autocrata de Todas as Rússias.
Batalha de Austerlitz, ou Batalha
dos Três Imperadores, foi a maior vitória de Napoleão, e do nascente o Império
Francês efetivamente esmagou a Terceira Coalizão, em 2 de dezembro 1805.
A Batalha de Austerlitz foi
perdida, e mais de 25.000 russos foram mortos.
Kutuzov foi ferido no rosto, e
perdeu seu genro, Fedor
Ivanovich Tizengauzen ( Berend Gregor Ferdinand Graf von Tizengauzen), Ajudante
de Ordens de Sua Majestade o Czar, marido de sua filha Elizabeth Mikhailovna.
Kutuzov foi encarregado de
organizar a retirada do exército através da Hungria e de volta para a Rússia
com um Czar Alexandre deprimido pela dor, e graças ao seu êxito a frente dessa difícil
empreitada recebeu a Ordem de São Vladimir, criada em 1797, por Catarina, a
Grande, para distinguir aqueles que prestaram relevantes serviços civis e
militares a Mãe Rússia.
Chamo atenção que contrariamente
à opinião de Kutuzov, o Czar Alexander, consciente de sua culpa, não o culpou diretamente,
mas jamais o perdoou pela a afronta de ter ido dormir.
Em uma carta a sua irmã, de 18
de setembro de 1812, Alexandre expressou a verdadeira relação com seu
comandante, "em lembrança do que aconteceu em Austerlitz, devido à
natureza falsa de Kutuzov" – B письме сестре от 18 сентября 1812 года
Александр I высказал свое истинное отношение к полководцу: «по воспоминанию,
что произошло при Аустерлице из-за лживого характера Кутузова» - e por ai foi.
O medíocre Soberano não podia
reconhecer a grandeza de seu súdito.
Em 1806, Alexandre tinha que
afasta-lo de sua Corte e o nomeou Governador - militar de Kiev. Em 1808, nomeado
Comandante do Exército de Moscou, entrou em desacordo com o Príncipe Alexander
Alexandrovich Prozorovski, Marechal de Campo e Governador de Moscou, sendo
afastado das funções para ser em junho nomeado Governado - militar da Lituânia.
"Alexander pode
não gostar Kutuzov, mas ele precisava de inteligência de Kutuzov, seu talento e
seu prestígio no Exército, onde ele foi pensado para ser o sucessor direto de
Suvorov”.
- Yevgeny
Viktorovich Tarle,
historiador e
acadêmico da Academia Russa de Ciências.
Em 1811, quando a guerra com a
Turquia chegou a um impasse, e a situação política externa exigiu uma ação
eficaz, Alexandre I, quiçá com o rabo entre as pernas, o nomeou Chefe do Exército
da Moldávia.
Os turcos estavam assanhados e
Kutuzov partiu de Bucareste para o ataque com um efetivo entre 25 a 30 mil soldados,
conseguindo conquistar a duras penas territórios por eles ocupados.
Como parte de sua estratégia
Kutuzov evacuou Silistria e, lentamente, começou a recuar para o norte.
A retirada de Kutuzov da
cidade conquistada pelos russos sob o comando dos Condes Sergei Mikhailovich
Kamensky e Nikolay Mikhailovich Kamensky, induziu os turcos e eles lançaram uma contraofensiva para recapturar toda a área
perdida.
Animado o Grão-vizir Lal Aziz
Ahmet Pasha, com seus 60 mil soldados turcos reunidos na Fortaleza de Shumla,
partiu para o ataque do Exercito Imperial Russo, composto agora de 46 mil
homens, cansados depois de cinco anos consecutivos de guerra.
Kutuzov sabia que os turcos
eram apenas forte na primeira carga de a cavalaria e, que em seguida eles
decaiam rapidamente de produção, pois não sabiam se reagrupar, se
reorganizar, de modo que os russos
tinham uma grande vantagem quando lutando em campo aberto.
O confronto se deu na Batalha
de Ruschukskogo, próximo à cidade de Ruse, na Bulgária, 22 de junho de 1811, e
a vitória russa marcou o início da destruição do exército turco.
Kutuzov, por causa desta
vitória ganhou do Czar Alexandre I uma condecoração que trazia o retrato do
Soberano, Condecoração essa que pela Tradição era importantíssima e motivo de
orgulho para quem a portasse.
Mais a guerra contra os turcos
continuou e Kutuzov ordenou que suas forças atravessassem o Rio Danúbio.
Esta retirada estratégica fez
com que os turcos pensassem que haviam ganhado a guerra e uma grande festa foi realizada em
Constantinopla para comemorar a "vitória" das forças turcas.
Alexandre I, que duvidava
sempre de sue General-comandante, que não gostava dele, que duvidava do que ele
dizia, chegava mesmo a odiá-lo por ter que chama-lo para seu serviço, ficou
muito irritado e exigiu uma explicação.
Recebeu um grande silencio de
Kutuzov como resposta, pois como esse, também, não confiava no Czar não revelou
o plano secreto por trás desse ato estranho.
Kutuzov ficou quieto,
quietíssimo.
O Czar estrebuchava em meio a
sua Corte de lambe-botas e puxa-sacos e onde a fofoca imperava.
A Corte Imperial Russa sempre
foi superpovoada pela alta, media e pequena Nobreza, pelo alto e médio Clero Ortodoxo,
pelos funcionários civis e militares, por aventureiros (principalmente alemães),
o que tornava impossível um comprimento rigoroso da “Etiqueta de Corte” e dava
a ela – a Corte Imperial - uma aparência de frege, de um circo de saltimbancos.
Empolgados os turcos partiram
para cima dos russos.
Chamo atenção que pelo Imperial
Decreto de 29 de outubro de 1811, o general Mikhail Illarionovich
Golenishchev-Kutuzov –o nosso Kutuzov - foi elevado a Conde do Império Russo,
Titulo Hereditário, com todas as Honras, Dignidades e Mercês.
Mas voltemos:
Na calada da noite de 2 de
novembro de 1811 um destacamento de cavalaria russa, separado secretamente,
cruzou o Danúbio e atacaram de surpresa as tropas turcas matando 9.000 soldados e capturando todo o
armamento.
As baixas russas foram de cerca
de 25 cavaleiros e nove soldados cossacos mortos em ação. Logo em seguida,
todas as forças russas atacaram pelo flanco esquerdo e rapidamente cercaram o
principal do exército turco.
Kutuzov recebeu então a
informação que Lal Aziz Ahmet Pasha estava tentando escapar do cerco e o deixou
fugir.
O motivo?
Pala Lei turca um Grão-vizir
sitiado ou preso não poderia tomar parte em nenhum tipo de negociação de Paz e
o que Kutuzov queria era uma Tratado de Paz, uma Paz favorável a Mãe
Rússia.
Após a bem sucedida fuga, Kutuzov
contatou a Ahmet para negociar a Paz, mas o Grão-vizir ainda esperava por
reforços e tentou procrastinar.
Diante da matreirice do turco,
Kutuzov não se fez de rogado, ordenou a tomada de todas as posições turcas ao
redor e o corte de todas as linhas de abastecimento para os turcos , era a
decretação do caos, da fome e da doença.
Sábio e mais uma vez em
desacordo com o Czar Alexandre, Kutuzov alimentou os turcos, pois considerava
que “mantendo os turcos vivo, ele estava assegurando um maior número de reféns,
o que forçaria as pressões sobre o Sultão de Constantinopla a negociar”.
Deu certo.
Em 28 de maio de 1812 o Tratado
de Bucareste foi assinado por Mikhail Illarionovich Golenishchev-Kutuzov e pelo
Grão-vizir Lal Aziz Ahmet Pasha, que se suicidou logo a seguir de vergonha.
Pelo Tratado, o Império
Otomano cedeu a metade oriental da Moldávia (que ficou conhecido como
Bessarábia) para a Rússia.
A Rússia recebeu parte considerável
na Transcaucásia, ou Cáucaso Sul, uma região do Cáucaso que compreende as atuais Repúblicas da Arménia, Geórgia e Azerbaijão.
Além disso, a Rússia obteve os
direitos comerciais sobre o Danúbio.
Foi uma grande vitória militar
e diplomática que melhorou a situação estratégica da Rússia naquelas bandas.
O tratado foi aprovado por
Alexandre I da Rússia em 11 de junho o que permitiu realocar as Tropas russas
dos Balcãs em outras posições de defesa na fronteira ocidental da Rússia,
visando à proteção ante um ataque de Napoleão.
Sem duvida nenhuma uma boa medida,
pois em 24 de junho de 1812, os Exércitos Coligados de Napoleão começaram a atravessar o Rio Niemen.
Essa vitória russa frustrou as
intenções de Napoleão que esperava êxito total para sua aliança com o sultão Mahmud
II, filho póstumo de Sultan Abdulhamid I e de Valide Sultan Naksh-i-Dil Haseki,
prima de Joséphine de Beauharnais, sua primeira esposa, Imperatriz e Rainha d’Itália.
Com a Paz o Conde Kutuzov foi
chamado de volta para São Petersburgo, onde por decisão do comitê de emergência
do Conselho de Ministros foi nomeado Comandante para a defesa de São
Petersburgo.
A Guerra Patriótica - Отечественная
война :
Quando Napoleão invadiu a
Rússia em 1812, o Príncipe Mikhail Bogdanovich Barclay de Tolly (Михаил
Богданович Барклай-де-Толли) ou Michael Andreas Barclay de Tolly, membro do Clã
Barclay, da Escócia, nascido em 24 de dezembro de 1761 em Pomautsch em Livonia
(agora Pamūšis na Letónia), cujo avô fora prefeito de Riga, cujo pai, Bogdan
Barclay de Tolly ,foi admitido na Nobreza russa, que prematuramente entrou no
exército imperial (aos 14 anos) , era o Ministro da Guerra.
E os russos não gostavam dele
por ser estrangeiro.
Foi ele que empregou a “Tática
da Terra Arrasada”, estratégia de atrair o inimigo para dentro de seu território.
A gota d’agua contra Barclay de Tolly foi a
derrota na Batalha de Smolensk, a primeira grande batalha da invasão francesa
da Rússia que teve lugar em 16-18 de agosto de 1812.
A Catedral da Assunção em
Smolensk abrigava um dos ícones mais venerados da Igreja Ortodoxa e Napoleão
acreditava que os russos iriam lutar fora da cidade para evitar a sua
destruição, mas não conseguiu trazê-los para a batalha.
Napoleão ordenou que a cidade
fosse bombardeada e ao cair da noite grande parte dela estava em chamas.
Para salvar o exército,
Barclay de Tolly abandonou a cidade e sua população a própria sorte, e ordenou
a retirada, destruindo tudo que encontrava pelo caminho.
E com isso Mikhail Bogdanovich
Barclay de Tolly foi acusado de alta traição pelo Príncipe Bagration, Herói de
Amstetten, e pelos demais oficiais do alto comando, e foi afastado do cargo.
Contra gosto, um Alexandre I
carrancudo, nomeou o nosso Kutuzov – agora pelo Decreto Imperial de 10 de
agosto de 1812, elevado, com sua descendência, a Dignidade de Príncipe Império
Russo- Comandante General de todos os exércitos russos e milícias.
O novo Príncipe Kutuzov não
gozava da simpatia de muitos dos oficiais graduados do Exército Imperial, inclusive
do General Pyotr Ivanovich Bagration , que não escondia que não gostava dele
para valer, tanto que ao saber de sua nomeação para Comandante-em-Chefe bradou
em alto e bom som, para quem quisesse ouvir: “ Então nosso carochinha, foi nomeado. É bom , este
ganso, que é chamado de Príncipe e líder, vai ter que aprender que agora vai
lidar com fofocas e intrigas ", numa demonstração clara de magoa e inveja.
Contudo a nomeação Kutuzov
causou entusiasmo patriótico tanto nos Exércitos, quanto na Nobreza e no povo
em geral.
A seu Estado-maior declarou
Kutuzov:
“Nós não vamos derrotar
Napoleão. Nós vamos enganá-lo”.
Ele sabia que era grande
superioridade das forças inimigas – vários exércitos de varias Nações reunidos - e que
ele não contava com forças reservas para o Exercito Russo.
Moscou, depois de Smolensk,
era um grande problema.
Kutuzov considerava que não podia
perdê-la assim sem mais aquela, Moscou tinha que ser defendida custasse o que
custasse.
Mais Kutuzov era realista e
bom estrategista.
Se tinha que lutar, que fosse,
e decidiu dar Napoleão uma batalha campal, a primeira e única na Guerra
Patriótica de 1812, “ La Bataille de la Moskova”, que entrou pra a Historia
como a “Batalha de Borodino” (Бородинское сражение), que é considerada uma
das maiores batalhas da época das guerras napoleônicas, travada em 7 de
setembro de 1812.
Local: Perto da vila de
Borodino, a oeste de da cidade de Mojaisk, localizadas no Oblast de Moscou.
Oblast é uma subdivisão administrativa e territorial.
Balanço da Batalha:
Força da Coligação Imperial Francesa: Entre 130.000 a 190.000
homens, 587 peças de artilharia. 30.000-35.000 mortos, feridos e capturados,
incluindo 47 generais, 480 oficiais.
Força Russa: Entre 120.000 a 160.000 homens, 624 peças de
artilharia. 39.000 a 45.000 mortos, feridos e capturados, incluindo 23
generais, 211 oficiais.
Durante o dia os russos
infligiram pesadas perdas as forças francesas, mas na noite do mesmo dia
perderam quase metade do pessoal das tropas regulares.
Sem duvida nenhuma a, também,
chamada "batalha dos gigantes", é a maior e mais sangrenta batalha da
campanha da Rússia.
As Forças Russas lutaram com
tanto afinco, seu Comandante as administrou com tanta sabedoria que foi promovido
a Marechal.
Mas restava o problema de
Moscou, o que fazer?
Todo russo é sentimental faz
parte da ‘alma russa’, e Mikhail Illarionovich não era diferente.
Os sobreviventes do Exercito
Russo acamparam em Fili ( Фили ) antiga
vila suburbana, agora um bairro na parte oeste de Moscou, entre o rio Moskva e
Colina Poklonnaya, Kutuzov resolveu convocar um Conselho de Guerra para traçar
os destino imediato de Moscou.
Em uma cabana de madeira, apesar
das objeções dos generais mais jovens, Kutuzov insistiu em seu plano de
abandonar Moscou, poupando os restos do exército russo. Eles marcharam por Moscou
em 14 de setembro, seguido pelas Tropas do Marechal Joaquim Murat, Rei de Nápoles
e cunhado de Napoleão.
O Conde Fyodor Vasilyevich
Rostopchin, Governador de Moscou, mandou evacuar a cidade, principalmente os
membros da Nobreza, os administradores e funcionários, deixando para trás
apenas alguns professores franceses, lojistas estrangeiros e os comuns, além de
ter mandado abrir as portas das prisões.
O Conde Rostopchin deu ordens
para que o Kremlin e os grandes edifícios públicos (incluindo igrejas e
mosteiros) ou explodidos ou incendiados.
Napoleão quando ele chegou às
portas da cidade, em 14 de setembro. Na primeira noite de ocupação francesa,
deflagrou um incêndio no bazar e uma série de pequenos incêndios eclodiu em
outros bairros da cidade.
O fogo se espalhou
rapidamente, pois a maioria dos edifícios em Moscou era feitas de madeira. E,
apesar de Moscou ter uma brigada de incêndio, o seu equipamento já havia sido
ou removido ou destruído por ordem de Rostopchin.
Napoleão se retirou para um
castelo fora da cidade, e não viu as suas tropas começaram a saquear e pilhar
toda a Moscou. Mesmo punições duras não conseguiu impedir o saque, espancamento
ou estupro de cidadãos de Moscou por soldados franceses durante o incêndio.
Hoje, a maioria dos
historiadores considera que os incêndios foram atos de sabotagem realizados por
patriotas russos que ficaram na cidade.
O desastre permitiu às
autoridades uma oportunidade única para planejar a cidade a partir do zero e em
fevereiro de 1813, Alexandre I criou a Comissão de Construção em Moscou, com a
instrução para a produção de um plano diretor viável para a cidade.
Voltemos:
Chorando Kutuzov decidiu
retirar-se e abandonar Moscou.
Cronograma dos acontecimentos envolvendo
Moscou:
14 de setembro - Exército
russo marcha para longe de Moscou em uma estrada no sentido leste, seguido por
massas de civis.
Exército francês cruza o Rio
Moskva, convergindo para o centro da cidade em colunas.
Murat com cerca de 25.000
soldados foi enviado para seguir recuo russo, graças a isso foi o primeiro a
andar pela cidade, entrando no Kremlin durante a tarde.
São constatados os primeiros
incêndios na cidade abandonada, localizados em Kitai-Gorod, Solyanka rua e
Taganka (Katayev).
15 de setembro - Napoleão
chegou ao Kremlin. Grande incêndio em Kitai-Gorod.
16 de setembro – O fogo ameaça
Kremlin. Napoleão se mudou para Palácio Petrovsky, na estrada que liga Moscou a
São Petersburgo, e permaneceu lá por quatro dias.
17-18 setembro - O fogo
destruiu grande parte da cidade e acalmou-se. Napoleão retornou à Kremlin,
esperando apelo por paz do Czar Alexandre I da Rússia .
24 de setembro - Francês corte
marcial executado 10 primeiros "sabotadores”.
18-19 outubro - exército
francês deixou Moscou, Napoleão evacuou Moscou e marchou para o sul-oeste de
Kaluga.
Enquanto isso...
Mestre em grandes manobras, ordenou
a retirada em direção a aldeia Tarutine
- uma vila na Região de Kaluga , no rio Oka – com essa manobra Kutuzov
bloqueou o caminho de circulação nas regiões do sul do país.
Reabastecido chamou Napoleão
para o confronto, a Batalha de Maloyaroslavets, do dia 24 de outubro de 1812.
Kutuzov enviou o General
Dimitry Dokhturov com 12.000 de infantaria, cavalaria 3000 e 84 armas para surpreendê-los.
E realmente Eugène de
Beauharnais e Alexis Joseph Delzons se surpreenderam, mas venceram os russos.
Uma vitória que foi mais uma
derrota, pois o motivo de Kutuzov para lutar naquele local era força Napoleão a tomar uma outra rota para a
retirada da Rússia, e dito e feito, “enviou o seu exército para o norte dos
pântanos do rio Pripyat , uma área em que a terra havia sido devastada pelos
invasores durante seu avanço em direção a Moscou, e área em que, além disso, o
inverno foi mais bruto, sendo localizado mais ao norte”.
Kutuzov contava com o famoso
“General Inverno”, que século depois, também, destruiu os Exércitos Nazistas de
Hitler.
Napoleão acabou fugindo da
Rússia e parte de seu ate então Invencível Exercito ficou congelado por aquelas
bandas.
Mikhail Illarionovich
Golenishchev-Kutuzov, pela expulsão do temido invasor, foi agraciado com o
Titulo de Knyaz Smolensky e com direito ao tratamento de Sua Alteza Sereníssima,
ou seja , Knyaz Smolensky (Светлейший князь Смоленский).
Knyaz, kniaz ou knez é um
título eslavo encontrado na maioria das línguas eslavas e que denota um status
nobiliárquico de membro da Realeza.
Ele é geralmente traduzido
como "príncipe" ou, mais raramente, como "duque", mas
nenhuma das duas formas é acurada o suficiente por que knyaz é uma palavra
derivada do proto- germânico kuningaz, isso é Rei. O termo ainda era utilizado
no início do século XX entre os nobres eslavos.
Assim Kutuzov era Sua Alteza
Sereníssima o Príncipe de Smolensky.
Napoleão tinha admiração e
respeito por Kutuzov, demostrou isso ao escrever uma carta pessoal escrita por ele
de Moscou, datada de 3 de Outubro de 1812, que propunha iniciar negociações de
paz, mas só em
14 de dezembro de 1812, sob um
frio de -38 °C, o que restou da Grande Armeé conseguiu cruzar o rio Nemen de
volta; apenas 10 mil homens em estado lastimável, incluindo um Napoleão Bonaparte
perplexo.
A contagem das baixas do
fracasso napoleônico: 550 mil homens mortos. No lado russo, 250 mil soldados
efetivos e 50 mil entre milícias cossacas e populares.
A campanha da Rússia mostrou
que Napoleão não era invencível.
Muitos países se rebelaram.
Era o fim do sonho napoleônico
de um domínio da Europa.
Em janeiro de 1813, as tropas
russas cruzaram a fronteira e ao final de fevereiro atingiram a cidade de Buntslau, na Prússia, hoje Polônia.
Sua Alteza Sereníssima o
Príncipe Kutuzov de Smolensky estava gravemente doente e Alexandre I, Czar de
Todas as Rússias, foi para lá.
Segundo alguns foi travado o
seguinte diálogo entre o Soberano e seu general:
“Eu vim para dizer adeus. Perdoa-me,
Mikhail Kutuzov”;
"Eu te perdoo senhor, mas
a Rússia nunca te perdoar”.
O Conde Tolstoi, autor do Romance
Histórico “Guerra e Paz”, afirma que o dialogo aconteceu.
Faleceu o Grande Homem em 28
de abril de 1813.
Seu corpo foi embalsamado e
enviado para São Petersburgo, onde ele foi enterrado no Catedral Kazan.
Jamais deixou de ser um herói
popular.
Memoriais foram erguidas para
ele lá, na Colina Poklonnaya em Moscou e em frente à Catedral Kazan, São
Petersburgo , onde ele está enterrado, por Boris Orlovsky.
Alexander Sergueievitch
Pushkin (Алекса́ндр Серге́евич Пу́шкин) o maior poeta russo de todos os tempos,
compôs uma elegia para ele.
Durante a Segunda Guerra
Patriótica (1941-1945), o governo soviético estabeleceu a Ordem de Kutuzov que,
entre várias outras condecorações, foi preservada na Rússia após a dissolução
da União Soviética, mantendo-se, assim, entre os prêmios mais altos para os militares
na Rússia.
Uma das mais importantes
operações no Teatro de Guerra recebeu seu nome, Operação Kutuzov.
Em sua homenagem foi nomeado
um dos cruzadores da Marinha Russa.
Nome MIKutuzov foi dado
ao asteroide 2492 Kutuzov .
Varias avenidas e ruas espalhadas
pelo país levam o seu nome.
Casamento:
Kutuzov casou com Ilinichna
Catherine - Catherine Ilinichna Bibikova- filha do Tenente-general Ilya Alexandrovich Bibikova e
de Barbara Ilinichnoj Shishkova, em 27 de abril de 1778.
Nasceu e morreu em São
Petersburgo, nas seguintes datas 5 de novembro de 1754 e 23 julho 1824,
respectivamente, com 69 anos.
Tiveram os seguintes filhos:
a-Nicholas Mikhailov - morreu de varíola na infância.
b-Praskovja Mikhailovna
( 11 de janeiro de 1777 -2 janeiro 1844) - a esposa do Senador Matvei Fedorovich
Tolstoi (1772-1815), pais de: Paul (Pavel Matvejewitsch)
Golenischtschew-Kutusow-Tolstoi;
Gabriel, Conde Tolstoi; Ivan
(Vinogradov), Conde Tolstoi; Anna que casou com o Príncipe Golitsyn; Theophilus,
Conde Tolstoi.
c-Anna Mikhailovna (1782 - 5 de fevereiro de1846 ) - a
esposa do Major-general Nicholas Zakharovich Hitrovo ( 1779 - 1827 ), historiador,
membro honorário da Universidade de Moscou , membro correspondente da Sociedade
Bíblica , o filantropo , foram pais de :
#Mikhail (1803 -?) - O
conselheiro de Estado. Vice-Diretor do Departamento. Casado duas vezes, estas
mulheres são desconhecidos.
##Alexander (1805 - 1865 ) –
Conselheiro da Corte, vice-governador de Kaluga, governador de Smolensk . Vice-Diretor do
Ministério das Finanças casou com Princesa Elizabeth N. Vyazemskaya, filha de
Nicholas G. Viazemskii , camareiro Grã-duquesa Anna Feodorovna , Marechal da
Nobreza da província de Kaluga , senador.
###Fedor Nikolaevich (1806 –
1873), Capitão, o Conselheiro da corte, casou três vezes, com - 1 Anna M Raevskaya,
2 Nadezhda Alexandrovna Tukhatchévski 3 Anastasia Petrovna.
d-Elizabeth Mikhailovna (1783 - 1839) casou com:
I-Com Fedor Ivanovich Tizengauzen ( Berend
Gregor Ferdinand Graf von Tizengauzen), Ajudante de Ordens de Sua Majestade o
Czar (15 de agosto de 1782 - 4 de Dezembro de 1805 ), durante a Batalha de
Austerlitz Fedor Ivanovich foi gravemente ferido e morreu três dias mais tarde
na aldeia Silnichka (Shtrasendorf) em Moravia, na casa de um ferreiro local.
Enterrado por seu servo imeditamente, Em Silnichke ele foi enterrado, seu
servo,mais tarde, os restos mortais foram transferidos para Revel (atual
Tallinn , Estónia ). Na lapide, na Catedral, esta escrito: om a inscrição:
"Aqui jaz o ajudante do czar russo Conde Ferdinand Tizengauzen, titular da
Ordem de S.ant’Anna e Maria Teresa, que nasceu 15 de agosto de 1782, morreu
nesta casa 04 de dezembro de 1805 a partir de feridas recebidas na batalha de
Austerlitz. Ele morreu como um herói ", foram pais de:
*Condessa
Ekaterina Fëdorovna Tizengauzen, dama de honra e de câmeras de três
imperatrizes - Alexandra Feodorovna , Maria Alexandrovna , Maria Feodorovna ;
Dame da Ordem de Santa. Catarina.
** Condessa Darya Fyodorovna Tizengauzen
, por casamento Condessa Darya Fyodorovna Fikelmon, ( São Petersburgo 26 de
outubro de 1804 , Veneza, Imperio
Austriaco em 10 de Abril de 1863 ) casou
com o Conde Karl Ludwig Fikelmon, diplomata austríaco e tiveram uma filha: Elizabeth,
Alexandra Maria Teresa (Nápoles 12 de dezembro de 1825, Nápoles - Veneza 14 de
fevereiro 1878) - afilhada da Imperatriz Elizabeth Alexeyevna e Imperador
Alexandre I, casou com o Príncipe Edmund von Clary-und-Aldringen, uma das mais
proeminentes famílias de Príncipes do Império Austro-Húngaro.
II-Como Major-General Nikolai Fedorovich Hitrovo (1771- 19 de maio de
1819 na Toscana , esta enterrado em
Livorno), um grande colecionador de arte, encarregado de negócios na corte de Grão-duque
da Toscana;
e-Ekaterina Mikhailovna, (26 de Julho 1787 - 31 de dezembro 1826)
:
III- Casou em primeiras núpcias com o Major-General
Príncipe Nikolia Danilowitsch Kudatschev (1786- 6 Outubro 1813 em Leipzig,
Saxônia, Alemanha), foram pais de: Ekaterina Nikolajevna – Kitty- que casou com
Conde Karl Magnus von Pilar Pilchau (1791-1861), Major General do Exercito
Russo.
IV - Em segunda núpcias
com - Ilya Stepanovitch Sarochinskogo
(1788 / 89-1854).
f-Darya Mikhailovna, Dama da Ordem de Santa Catarina, (1788 - 1854) - a esposa de Feodor Petrovich
Opochinina (1779- 20 de dezembro de 1852 ), membro do Conselho de Estado, Grande Camareiro do Grão-Duque Constantino
Pavlovich (Grand Chamberlain), militar que chegou ao posto de Coronel, que
lutou nas Guerras Napoleônicas e na
Guerra Patriótica, etc.etc... São descendentes do casal: Konstantin (1808-1848,
Coronel, Aide-de-camp); Alexander (1814-1868);Maria (1817-1863).
A Princesa Golenishtchev-Kutuzov
de Smolensk recebeu uma pensão vitalícia após a morte de Kutuzov no valor de 86
mil rublos por ano, além disso, uma quantia de 300 mil rublos para o pagamento
de dívidas e 50 mil rublos cada filha, por ordem do Czar Alexandre.
Alexandre não permitiu e
escreveu sobre a solicitação “Não é para enterrar, nenhum serviço funeral na
igreja Kazan, eu não está autorizado” que a Princesa-Kutuzov Smolensk fosse
sepultada ao lado do marido na Catedral de Kazan, e ele foi enterrada no Mosteiro
São Alexander Nevsky - no Alexander Nevsky Lavra - no extremo leste da Nevsky
Prospekt em São Petersburgo.
Como ele não tinha herdeiro masculino,
suas propriedades passaram para os Membros da família Tolstoi, já que a mais
velha de suas filhas, Praskovja, cassada com o Senador Matvei Feodorovich
Tolstoi.
O sobrenome Golenishchev-Kutuzov
, em 1859, foi atribuído a seu neto, Major General Pavel Matvejewitsch Tolstoi, filho de Praskovja e de Matvei Feodorovich Tolstoi.
Uma das Kutuzov se casou na a
Casa Imperial, foi a neta do Marechal de nome Daria Konstantinowa Opochinina ( 1844 - em 1870 ),
filha Darya Mikhailovna e de Konstantin Feororovich Opochinina,pois foi esposa de Eugene Maximilianovich Leuchtenberg,
Príncipe Romanovsky, quinto Duque de Leuchtenberg.
Eugen Maximilianovich
Romanowsky, (8 de fevereiro de 1847 - 31 de agosto de 1901) era Filho de Maximilian de Beauharnais, terceiro Duque
de Leuchtenberg e da Grã-duquesa Maria Nikolaevna da Rússia , filha do Czar
Nicolau I.
Em 1869, ele se casou com
Daria Konstantinowa Opotschinina , a neta de Mikhail Kutuzov : ela foi feita Condessa
de Beauharnais (morreu em 1870 durante o parto).
Era sobrinho de Dom Pedro I
pelo casamento de Dona Amélia de Leuchtenberg, irmã do terceiro Duque e ,
também, de Dona Maria II, Rainha de Portugal, pelo seu casamento com o Príncipe
Augusto Carlos Eugênio Napoleão de Beauharnais, segundo Duque de Leuchtenberg,
1.º Duque de Santa Cruz e Príncipe consorte de Portugal.
Era bisneto de Joséphine de
Beauharnais, Imperatriz dos Franceses, e bisneto adotivo do Imperador Napoleão
I.
Em 18 de dezembro 1852, após a
morte do Duque Maximilian de Beauharnais , seu filhos foram autorizados a usar
o nome Romanowsky (ou Romanowska para os descendentes do sexo feminino), o Titulo de Príncipe com o direito ao tratamento de "Alteza
Imperial".
Ele morreu em 1901 em São
Petersburgo, e está enterrado no Alexander Nevsky Lavra.
Condecorações foram :
Ordem de São Jorge de 1, 2, 3
e 4 classe;
A Ordem de St. Alexander
Nevsky ;
A Ordem de St. Vladimir;
A Ordem de São João de
Jerusalém;
A Ordem de St. Andrew com
sinais de diamantes;
Retrato do Imperador Alexander
I com diamantes para ser usada no peito;
Espada de ouro com diamantes e
louros;
Exterior:
Ordem de St. Anne do Ducado de
Holstein;
Ordem Militar de Maria Teresa
da Áustria:
Ordem da Águia Vermelha da
Prússia:
Ordem da Águia Negra da
Prússia.
Monumentos em sua honra:
1815 - em Buntslau, sob as
ordens do Rei da Prússia.
1824 - Fonte Kutuzov, Alushta
1837 - em São Petersburgo, em
frente à Catedral Kazan, o escultor B. Orlovsky .
1862 - em Veliky Novgorod no
Monumento "1000 anos de russos" uma das 129 figuras mais proeminentes
da história da Rússia é a figura de Kutuzov.
1912 - o obelisco no campo de Borodino,
na aldeia de Gorki, arquiteto P. A. Vorontsov-Velyaminov .
1953 - em Kaliningrad,
escultor J. Lukaszewicz (em 1997 mudou-se para Pravdinsk (anteriormente
Friedland), a região de Kaliningrado.) em 1995 em Kaliningrado instalou um novo
monumento para Mikhail Kutuzov escultor M. Anikushina .
1954 - em Smolensk, no pé da
Catedral do morro; Autores escultor G. I. Motovilov , arquiteto L. Polyakov .
1964 - na aldeia rural de
Borodino perto Estado Borodino Military-Historical Museum-Reserve; pelo
escultor NV Tomsk.
1973 - em Moscou, sobre o
museu-panorama "Batalha de Borodino" , escultor N. Tomsky .
1997 - em Tiraspol , na área
de Borodino perante a Câmara dos oficiais do exército russo.
2009 - no Bender , no território da Fortakeza
Bendery, capturada por Kutuzov em 1770 e 1789 .
Kutuzov na Literatura Russa :
Só vou citar uma só Guerra e
Paz (Война и миръ) de Leão Tolstoi.
“Guerra e Paz foi publicado
entre 1865 e 1869 no Russkii Vestnik, um jornal da época”.
“O livro narra a história da
Rússia à época das guerras napoleônicas na Rússia”.
“A riqueza e realismo de seus
detalhes assim como suas numerosas descrições psicológicas fazem com que seja
considerado um dos maiores livros da História da Literatura”.
“Tolstoi desenvolve no livro
uma teoria fatalista da História, onde o livre-arbítrio não teria mais que uma
importância menor e onde todos os acontecimentos só obedeceriam a um
determinismo histórico”.
“Guerra e Paz criou um novo
gênero de ficção”. Anna Karenina" (1878) como sua primeira tentativa de
romance, no sentido aceito na Europa.
“Guerra e Paz fez um enorme
sucesso à época de sua publicação, imprevisto até mesmo para o autor, Tolstoi”.
Há mais de 500 personagens em
Guerra e Paz, mas a obra foca-se especialmente nos seguintes personagens entre
eles o Imperador Napoleão o Príncipe Mikhail Kutuzov.
Príncipe Mikhail Illarionovich
Golenishchev-Kutuzov, Sua Serena Alteza Knyaz Smolensky (Светлейший князь
Смоленский), nos últimos tempos da Guerra Patriótica de 1812, Kutuzov já estava
gravemente doente.
O fofoqueiro e despeitado Conde
Leonti L. Bennigsen ( Levin August von Bennigsen), alemão, por ter sido
derrotado na Batalha de Friedland, caiu em desgraça e foi demitido "por
doença".
Mesmo não falando russo foi reincorporado
como Ajudante de Ordens do Czar Alexandre. Na Guerra Patriótica de 1812 foi nomeado Chefe
de Gabinete Kutuzov, mas que sempre se após as decisões de seu chefe a ponto de
votar no Conselho de Fili pela luta dentro da cidade de Moscou, o que seria uma
barbaridade.
Escreveu uma carta ao Ministro
da Guerra denunciando que “Kutuzov não faz nada, e dorme muito...” ao que o general
Knorring respondeu:
“Ele está dormindo muito?
Então deixe- o dormir. Cada hora que esse velho dorme ele inevitavelmente nos
leva à vitória".
Esse é o nosso Kutuzov aquém
desde que tomei conhecimento de sua existência, lá se vão no mínimo 50 anos,
meio século, eu muito admirei.
Jorge Eduardo Fontes Garcia
16 e 17 de setembro de 2014.
São Paulo, Brasil.
Na Rua Piauí.
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