MPF pede afastamento imediato
de presidente da CBDA
Coaracy Nunes é suspeito de
superfaturar licitação de materiais esportivos
por O Globo
21/09/2016 11:55 / Atualizado
21/09/2016 12:16
O Ministério Público Federal
(MPF) vai pedir, nesta quarta-feira, o afastamento imediato do presidente da
Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Coaracy Nunes Filho. Na
ação também será solicitado o bloqueio dos bens de Coaracy e outros três
dirigentes da CBDA. A suspeita do MPF e da Polícia Federal de São Paulo é de
que houve superfaturamento em licitações de material esportivo supostamente
voltados para a formação de atletas da maratona aquática, do polo aquático e do
nado sincronizado. As informações são do "Bom dia Brasil", da Rede
Globo.
Apesar de a sede da CBDA ficar
no Rio de Janeiro, a empresa de fachada supostamente usada no esquema de
superfaturamento ficaria em São Paulo. Diretores de outras cinco empresas
estariam envolvidos na fraude. Todos os acusados teriam envolvimento na
aquisição de equipamentos para os atletas que representaram o Brasil nos Jogos
Rio-2016.
O nome da empresa de fachada
usada na fraude é Natação Comércio de Artigos Esportivos Ltda.. Segundo a
investigação, é uma das maiores fornecedoras da CBDA. Agentes federais foram à
sede da empresa, na Zona Oeste de São Paulo, e lá encontraram um pet shop.
De acordo com a investigação,
a CBDA conduziu a licitação de modo a contratar a empresa de fachada para,
então, superfaturar os valores na compra dos equipamentos. Também não há
comprovação do recebimento dos itens licitados.
No pedido do bloqueio dos bens
dos acusados, as cifras estão estimadas em R$ 4,5 milhões. No contrato fechado
com a Natação Comércio de Artigos Esportivos Ltda, em 2014, os valores são de
R$ 1,5 milhão.
A procuradoria que assina a
ação também solicita o afastamento imediato de Coaracy, que preside a CBDA
desde 1989, há 27 anos. Em março de 2013, ele foi reeleito para seu sétimo
mandato na instituição.
A solicitação de bloqueio dos
bens de Coaracy seria para o ressarcimento dos cofres públicos e pagamento de
multas. O ressarcimento se deve principalmente ao fato de que as confederações
esportivas, apesar de serem entidades privadas, recebem verbas públicas, a
partir do repasse do Ministério dos Esportes, e também patrocínios decorrentes
de incentivos fiscais. No caso da CBDA, há uma parceria com os Correios,
empresa pública, desde 1991.
A CBDA cuida de cinco
modalidades esportivas: natação, nado sincronizado, pólo aquático, saltos
ornamentais e maratona aquática, todas olímpicas.
Na licitação de 2014, as
outras quatro empresas concorrentes foram descartadas porque tinham sócios em
comum ou parentesco com dirigentes da CBDA. De acordo com a investigação, isso
também faria parte do esquema de irregularidades para que a Natação Comércio de
Artigos Esportivos Ltda saísse vencedora da licitação.
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