YSL Jacques Bergé
Tinha eu lá meus 10 anos quando, pela primeira vez, ouvi
minha mãe e minhas tias conversarem sobre Yves Saint Laurent.
Naquela época as senhoras falavam de Chanel, dos
costureiros de Paris, e no Rio, então DF, copiavam suas criações através das mãos
de notáveis costureiras, como a jovem Maria Helena, irmã do cantor Sílvio César,
que morava no final da Rua Siqueira Campos, lá perto do Túnel Velho.
Não existem mais grandes damas como elas – as senhoras da
minha infância e juventude- aliás, nem sei se ainda tem grandes costureiros em
Paris, o que sei é que após 1968 o Mundo virou de ponta cabeça, e que a década mais
terrível da Civilização Judaico-cristã foi a de setenta do século XX.
Porque eu estou falando isso?
Porque ontem assisti ao filme Yves Saint Laurent de Jalil
Lespert, lançado em 2014.
E mais uma vez fui tocado por uma triste realidade:
O Mundo belo, elegante, culto, educado, CIVILIZADO,
terminou na Noite das Barricadas de 10 de maio de 1968, em Paris, pois, ali
ruiu a parte BOA da Civilização Judaico-cristã, ficando de pé só a sua parte
PODRE.
O filme retrata bem o incentivo ao alcoolismo, a
introdução descarada das drogas, a deterioração das boates, as partouzes nas
saunas gays, as mocinhas que em casa não faziam nada, e nos carros faziam de tudo, a“ avacalhação” da vida elegante, o Ciclo que muitos chamaram de "
La Décadence à bords doré “, “ The gilt-edged decadence”, ou A Decadência com
bordas dourada.
Uma Decadência Dourada em torno de um personagem
mundialmente conhecido, Yves Saint Laurent, uma figura famosa que era preza fácil
para as ‘loucuras do momento’.
Sim, Yves Saint Laurent, YSL, uma figura famosa que era
preza fácil para as ‘loucuras do momento’ por que “ sofria de transtorno
bipolar: "ele era maníaco depressivo. Exatamente o que o nome diz, maníaco
e depressivo", como afirmou, e afirma, Pierre Bergé, seu companheiro e sócio
nos negócios de muitos anos, também, retratado no excelente filme.
Todavia, nós todos, inclusive eu, ou sofríamos de
transtorno bipolar, ou estávamos tão envolvidos pelas teias destas loucuras,
que não dávamos conta da realidade do momento.
O Mundo era uma festa, mas a conta apresentada por ela
foi alta demais para a minha geração, e para as gerações que estão sucedendo, e
que até hoje a pagam sem dela ter desfrutado.
Desfrutar?
Sim, desfrutar, pois quando você vive numa loucura não se
dá conta dela, e a desfruta até não poder mais.
Enfim....
Agora, velho, com tempo para meditar, para refletir, vejo
quão nefasta foi a década de setenta do século XX, mais terrível da Civilização
Judaico-cristã.
Não digo que dela não aproveitei, mas lamento ter
aproveitado com tanta afoiteza, com tanta intrepidez, com tanto arrojo, sem parcimônia,
sem comedimento, sem moderação, pois hoje a conta da farmácia me castiga por
tal feitos, mas que fazer?
O que tá feito, tá feito, e não adianta lutar contra os
fatos consumados.
Mais, o filme é ótimo, por isso sugiro que vejam, até
porque vão entender melhor o que eu escrevi.
Ficha técnica:
Título original: Yves Saint Laurent
Direção: Lespert
Script: Jacques Fieschi, Jeremie Guez, Marie-Pierre
Huster e Lespert
Direção de arte e set: Aline Bonetto
Costumes: Madeline Fontaine
Fotografia: Thomas Hardmeier
Edição: Monica Coleman
Som: Miguel Rejas
Música: Ibrahim Maalouf
Produção: Wassim Beji e Yannick Bolloré
Produção empresa: WY Productions; SND Groupe M6, Herodias
e Cinéfrance 1888
Empresa de Distribuição: SND
Orçamento: cerca de 12.000.000 € 6
País de origem: França
Língua original: francês
Formato: cor -
Gênero: biografia
Duração: 101 minutos 3
Datas de lançamento:
França :8 de janeiro de 2014
Bélgica :15 de janeiro de 2014
No Now - Net /TV por assinatura.
Jorge Eduardo Garcia.
09/05/16