quarta-feira, 6 de julho de 2016

Caio Blat e Ricardo Pereira gravam cena de amor de 'Liberdade liberdade'

Caio Blat e Ricardo Pereira gravam cena de amor de 'Liberdade liberdade'

Sequência será exibida na próxima terça-feira, na trama das 23h

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/revista-da-tv/caio-blat-ricardo-pereira-gravam-cena-de-amor-de-liberdade-liberdade-19646876#ixzz4DeH6yuuI 
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A senhora Mary del Priore é uma renomada historiadora, creio até que entrará para a ABL por seus trabalhos, escreveu ´A homossexualidade e a Inquisição” e eu publiquei em https://bahiacanapatifariaoba.blogspot.com.br/2015/09/uma-visao-sobre-o-homossexualismo-na.html :

Ao contrário do que poderíamos imaginar, muitos casais homossexuais não faziam questão de esconder suas preferências amorosas nos tempos coloniais. Eles protagonizaram – do mesmo modo que os heterossexuais – cenas escandalosas de ciúmes ou demonstrações explícitas de afeto em público.
Uma fonte de pesquisa importante são os registros inquisitoriais.
A documentação sobre o tema, entretanto, é escassa. (Grifo meu)
É difícil auscultar os sentimentos e apelos eróticos da sociedade colonial, sendo as fontes tão pouco numerosas, esclarece Ronaldo Vainfas.
As da Inquisição, se referem às “palavras de requebros e amores” e a “beijos e abraços”, sugerindo prelúdios eróticos e carícias entre amantes.
Atos sexuais incluíam toques e afagos, implicando na erotização das mãos e da boca.
“Chupar a língua”, “enfiar a língua na boca” segundo os mesmos documentos não era incomum.
Os processos revelam, igualmente, que alguns sedutores iam direto ao ponto: “apalpar as partes pudentes” eram queixas constantes das seduzidas.
Processos de sodomia masculina, por exemplo, revelam amantes que “andavam ombro a ombro”, abraçavam-se, trocavam presentes, e penteavam-se os cabelos mutuamente à vista de vizinhos, desafiando a Inquisição, sua grande inimiga. (Grifo meu)
É conhecido o caso de certo João de Carvalho, um rapaz que ensinava latim e linguagem para os filhos dos moradores de uma freguesia em São João Del Rei, no século XVIII.
Apaixonado por um dos seus alunos, lhe mandava bilhetes nos quais dizia: “Luiz, meu amorzinho, minha vidinha! Vinde para o bananal que eu lá vou com a garrafinha de aguardente”. (Daí foi que surgiu o dito: “ Deu atrás da bananeira”, observação minha)
Rituais de namoro entre homossexuais não se distinguiam dos demais.
Luís Delgado, estanqueiro de fumo em Salvador da Bahia, se tornou conhecido por demonstrar publicamente a paixão que nutria por seus sucessivos amantes, beijando-os na frente de outras pessoas, regalando-os com presentes de fino trato, vestindo-os com “galas”, ou seja, roupas e sapatos caros, andando juntos debaixo de um grande guarda-sol, para escândalo e escárnio de seus inimigos. Era comum a troca de “memórias de ouro”, ou seja, um anel de compromisso. (Grifo meu)
Num arrufo com um deles, certo Doroteu Antunes, de quem morria de ciúmes, ameaçou-o aos gritos, defronte da Fonte dos Sapateiros: “- Com isso me pagais do amor que vos tenho e o muito que convosco gasto, dando-vos dinheiro, vestidos, casas em que morais e tudo o mais que vos é necessário?!”.
Outro, Luís da Costa, o tabaqueiro costumava pegar na mão, “dizendo-lhe que era afeiçoado a ele e o queria muito gentil-homem e tinha uma cara como uma dona”.
Arroubos não foram incomuns; beijos roubados e furtivas bolinações eram práticas usuais regadas a propostas lascivas e palavras amatórias.
Alguns tocamentos podiam ser tímidos, escondendo confessados desejos. Rostos e mãos levemente roçados por dedos ávidos ou mãos apertando outras. Fazer cócegas na palma da mão ** e pôr a mão sobre o coração para dizer o querer bem era parte da gramática amorosa.
Em algumas ocasiões, eram os pés que agiam, ligeiros, a alisarem outros pés. Alguns afagos eram apenas esboçados, a anunciar a vontade de outros mais ousados, enquanto se elogiava a formosura de uma mulher.
Conjugavam-se muito os verbos estimar e querer bem.
Câmara Cascudo estudou o significado de inúmeros gestos que serviam de código de conversação entre namorados, impedidos de expressarem de forma mais declarada os seus sentimentos. - Mary del Priore.

** Um ato obsceno ainda quando eu era menino (década de cinquenta do século XX)

O QUE DIZER ENTÃO DESTA CENA?

Jorge Eduardo.

Sampa 07 de julho de 2016 

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