Departamento do Imposto de
Renda teve como Diretor o senhor Orlando Travancas, de 1965 até 1967, e naquela
época tínhamos, como ainda temos, verdadeiro pavor aos fiscais do IR.
Muito bem.
Naquela época havia um item
muito interessante que a fiscalização do Imposto de Renda levava muitíssimo em
conta que era a “ demonstração publica de riqueza”.
Isso queria dizer que se o
cidadão brasileiro levasse uma vida de luxo e prazeres, morando ou desfrutando
de habitações luxuosas, com casas de campo ou de praia, com vários imóveis de alugueres,
joias, tapetes persas, pratarias, quadros de pintores famosos, estancias ou fazendas,
carrões, etc e tal, era logo chamado a dar explicações de como construiu, como possuía,
tal patrimônio, e ou de como custeava essa vida de luxo e prazeres.
Em tempos do Travancas a chamada “ evolução
patrimonial” era levada a sério, era para valer aos olhos do Imposto de Renda.
Um burocrata a serviço do Estado
que apresentasse sinais de riquezas era logo investigado, com isso a corrupção
era controlada pelo Imposto de Renda.
Exemplifico:
I- Sergio
Cabral Filho, ex-governador do Rio de Janeiro, teria que
explicar sua evolução patrimonial, teria de explicar como ele conseguiu comprar um
apartamento no Leblon, de valor aproximado de cinco milhões de reais sendo
apenas ocupante de cargos públicos;
II-
Nestor Cerveró, um engenheiro químico que se
tornou diretor internacional da Petrobras de 2003 até 2008, e diretor
financeiro da BR Distribuidora de 2008 a 2014, seria logo chamado para explicar
seu opulento “sítio que fica em um condomínio fechado no distrito de Itaipava,
um distrito de Petrópolis, na Região Serrana do Rio”, local de sua prisão
domiciliar;
III-
Outro chamado seria o senhor Sergio Machado, ex-presidente
da Transpetro, para explicar como comprou sua magnifica e rica residência, “ uma
mansão em área nobre, no Bairro Dunas, cercada por mansões, litoral da Cidade
de Fortaleza, Ceará”, convertida em local de sua prisão domiciliar.
CONTUDO, vemos que essas
pessoas envolvidas nos Escândalos de Corrupção na Republica continuam a
desfrutar de seus bens sem serem publicamente incomodadas pelos fiscais da
Receita Federal, enquanto um pobrezinho de um cidadão, como eu, tem sua vida
vasculhada de cabo a rabo, passa a viver um verdadeiro Inferno Astral, se deixar
de pagar (por causa da crise, pois, ou ele paga o fisco ou deixa de comer) uma
prestação do Carnê-Leão.
A que saudades do Orlando Travancas.
Jorge Eduardo Garcia
17/11/16
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