PVC- A Enciclopédia do Futebol.
As redes sociais e o comitê de reforma
da CBF
A CBF diz ter recebido mais de 120 mil
mensagens nos três dias seguintes à criação do comitê de reformas, quinta-feira
passada. Falta ao comitê mais gente que tenha se debruçado sobre os problemas
do futebol nos últimos anos. Exatamente por isso, precisa ter participação de
quem está do lado de fora, sem compromisso com ninguém.
Ter Carlos Alberto Torres e Ricardo
Rocha, com todo o respeito, é olhar para o que o Brasil fez, não para o que
precisa fazer.
Ricardo Rocha e Carlos Alberto poderiam
estar. Desde que existam também outras frentes representadas. Por exemplo, Raí,
Paulo André, João Paulo Medina…
A resposta da CBF à observação é que
houve conversas para ter a participação de alguns destes nomes e nenhum
demonstrou interesse. Fato é que deveria haver mais gente que se dedicou a
estudar os problemas do futebol por dez, vinte, trinta anos.
Mas é fato também que, com suas
limitações, o comitê de reformas vai criar uma nova cartilha. Como quando o
Brasil convocou a Assembleia Constituinte, em 1986, e quem pariu a Constituição
foi um Congresso Nacional com 300 picaretas — expressão do então deputado federal
Luís Inácio Lula da Silva, que virou canção dos Paralamas do Sucesso.
O comitê de reformas não vai parir uma
nova Constituição do futebol brasileiro. A ideia da CBF é passar a impressão de
que está fazendo algo para acabar com a imagem de corrupção. Por isso, abriu as
redes sociais pensando em quem quiser participar.
Pois se as redes sociais estão abertas,
é preciso usá-las. Há três anos, as redes sociais convocaram a população para a
rua e fizeram o maior movimento social do Brasil desde o impeachment de
Fernando Collor.
Hoje, é preciso inundar a página da CBF
com as ideias obrigatórias, aquelas que o comitê de reformas terá obrigação de
tirar do papel.
A primeira missão atribuída pelos
próprios dirigentes é o código de ética.
Importante. Mas há mais.
Por exemplo, a queda da cláusula de
barreira para haver um sistema aberto a quem quiser candidatar-se à presidência
da CBF.
O futebol brasileiro precisa de um
grande pacto, com todas as partes representadas. Árbitros, técnicos, jogadores,
clubes… O comitê reúne estes setores, embora sem os melhores quadros.
O que resta não é lamentar que tudo vai
dar errado outra vez. O que resta é inundar a página da CBF com a cobrança para
que as mudanças obrigatórias sejam feitas.
A página para inundar a página da CBF é
esta: http://www.cbf.com.br/comitedereformas/
Sobre o autor
Paulo Vinicius Coelho
É colunista da Folha de S. Paulo,
comentarista da Fox e blogueiro do UOL. Jornalista desde os 18 anos, descobriu
ao completar 36 que já tinha mais tempo de jornalismo do que de sonho. Ou seja,
mais anos no exercício da profissão do que tinha de idade quando publicou sua
primeira matéria. Trabalhou na revista Placar, diário Lance!, ESPN Brasil,
cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014, esteve em sete finais de
Champions League.
http://pvc.blogosfera.uol.com.br/2016/02/23/as-redes-sociais-e-o-comite-de-reforma-da-cbf/?utm_source=dlvr.it&utm_medium=facebook
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