Cometer esse ato de racismo?
EU NÃO.
OBRIGADO MEU POVO POR OU PELO:
"Berimbau" vem de
mbirimbau.
"Bunda" vem de
mbunda.
"Cachimbo" vem de
kixima, palavra que também originou "cacimba".
"Caçula" vem de
kasule.
"Cacunda" vem de
kakunda. "
Cafuné" vem de kifunate,
"torcedura".
"Calango" vem de
kalanga.
"Camundongo" vem de
kamundong.
"Canjica" vem de
kanjika.
"Capanga" vem de
kappanga.
"Carimbo" vem de kirimbu,
"marca".
"Caxinguelê" vem de
kaxinjiang'elê, "rato de palmeira".
"Cochilar" vem de
kukoxila.
"Curinga" vem de
kuringa, "matar".
"Dendê" vem de
ndénde, "palmeira".
"Farofa" vem de
falofa.
"Fubá" vem de fuba.
"Ganja" (no sentido
de "vaidade") vem de nganji.
"Ganzá" vem de
nganza, "cabaça".
"Jiló" vem de njilu.
"Macumba" vem de
ma´kumba.
"Marimba" vem de marimba.
"Marimbondo" vem de
ma (prefixo de plural) + rimbondo, "vespa".
"Maxixe" vem de
maxi'xi.
"Mocambo" vem de
mu´kambu, "cumeeira".
"Molambo" vem de
mu´lambu, "pano".
"Moleque" vem de
mu´leke, que significa "menino".
"Moqueca" vem de
mu´keka.
"Muamba" vem de
mu´hamba, "carga".
"Mucama" vem de
mu´kama, "amásia escrava".
"Mugunzá" vem de
mu´kunza, "milho cozido".
"Murundu" vem de
mulun'du.
"Muxiba" vem de
mu´xiba, "nervo, veia".
"Quiba" e
"quibas" vêm de kiba, "pele, couro".
"Quenga" vem kienga,
"tacho".
"Quibebe" vem de kibebe.
""Quilombo" vem
de kilombo, "povoação".
"Quitanda" vem de
kitanda, "feira".
"Quitute" vem de
kitutu, "indigestão". "Samba" vem de semba, "umbigada".
"Senzala" vem de sanzala.
"Tanga" vem de
tanga, "pano".
"Tungar" vem de
tunga, "madeira, pancada".
"Tutu" vem de
ki´tutu.
"Umbanda" vem de
umbanda, "magia".
"Xingar" vem de
kuxinga, "injuriar".
Muitos alimentos cultivados e
consumidos pelas populações bantas se incorporaram à alimentação cotidiana da
população brasileira, como o jiló, a melancia, o maxixe, a galinha d'angola, o
quiabo, o azeite de dendê e o feijão-fradinho.
OBRIGADO, MUITO OBRIGADO.
Sou adepto do ‘relativismo
cético’, portanto para mim não existe uma verdade absoluta.
Contudo creio que “ todo ponto
de vista é válido”, o que dá base para o dilatado popular “a Verdade tem dois
lados”, o que é um fato.
Creio que a verdade é
relativa, já que alguns fatos podem ter sido verdade no passado, não serem mais
verdade no presente, nem tão pouco verdade no futuro, isso vai depender do
contexto histórico da Humanidade.
Por isso, essas Comissões da
Verdade instaladas no Brasil não me são simpáticas, não me descem goela abaixo.
“A escravidão é cancro mortal
que ameaça os fundamentos da nação". José Bonifácio de Andrada e Silva, e
eu concordo plenamente com essa afirmação feita nos primórdios da Nação
Brasileira pelo Patriarca da Independência, em época da realização da primeira
Assembleia Constituinte do Brasil foi instalada em 3 de maio de 1823.
Dito isso quero comentar um
ato da Comissão Nacional da Verdade da Escravidão Negra no Brasil, instalada na
OAB de Brasília.
O relatório final “sugere que
Brasil reconheça crime de escravidão, e que se faça um pedido oficial de
desculpas aos negros”.
Não satisfeitos cobraram do
Vaticano, do Papa Francisco, “ a possibilidade de se redimir do silêncio cúmplice,
que até hoje a Santa Igreja tem ostentado em relação ao tráfico negreiro, no
qual a Igreja de Roma se envolveu de corpo e alma"
Isso só pode ser obra de quem
não tem o que fazer.
Isso só pode ser obra de quem
quer abrir uma brecha para os afrodescendentes pedirem indenizações milionárias
a Republica, como aqueles que se disseram prejudicados pelos governos militares
no Brasil que vigoraram de 1964 a 1985 e foram exercidos por
generais-presidentes, eleitos pelo Congresso nacional pelos então representantes
do povo brasileiro escolhidos livremente nas urnas.
Isso é racismo contra os
escravos que trabalharam e fizeram dessa Terra de Santa Cruz um país, uma
nação, com uma civilização peculiar.
Sim racismo.
Racismo porque está ignorando
um ponto fundamental da CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA, que é a influência africana
para sua formação.
A importância do NEGRO e de
sua CULTURA MILENAR na formação de nossa Nação, de nossa cultura multirracial,
de nossos hábitos, nossos costumes.
Daí que...
Pedirmos desculpas porque se
somos fruto dessa Civilização Afro-Ocidental?
Uma Civilização peculiar que
não tem igual em nenhuma parte desse Mundão de meu Deus.
Apesar dos padres terem
tentado boicotar sua formação de todas as maneiras possíveis.
Afinal, em nome da Santa Madre
Igreja eles criaram problemas para os negros, bem como para os índios, em nome
de sua fé retrógada, aproveitadora, gananciosa, impudica.
Contudo, eles contribuíram,
também, para formação de nossa Civilização Afro-Ocidental, sendo responsáveis
pela parte caucasiana, pela parte branca, além é claro de sua parte religiosa.
Ignorar a influência e a
importância das negras na formação da Família Brasileira não é só racismo, é
uma afronta, um acinte, a memória delas, as Nanãs.
E é o que esse relatório está
fazendo porque as ignoram, ignoram a sua importância, pois se temos que pedir
desculpas a elas, estamos as colocando na condição de uma NADA, de gente sem
valor, e o que mais elas tiveram foi valor, começando pelas ‘amas de leite’.
As “ amas de leite’
influenciavam seus “ filhos de amamentação” pelo resto de sua vida e muitas
delas passavam a cria-los junto com seus filhos dando a eles uma formação
africana, transmitindo conceitos africanos, até religiosos, a ambos,
principalmente quando eram mulheres.
Quantas ‘sinhazinhas’ não
pediram as suas negras para fazerem mandigas afim de arrumar aquele namorado?
As histórias familiares estão
cheias dessas histórias secretas familiares.
E vice-versa.
Quantos senhores não apelaram
para suas negras ou negros para fazerem mandigas afim de salvarem seus negócios
comerciais?
As histórias familiares estão
cheias dessas histórias secretas familiares.
Como a família é a base da
Sociedade, e a influência negra era grande nas famílias brasileiras, mesmo
depois da Lei Aurea, logo a lógica nos diz que os negros tiveram grande
influência na nossa Formação como Nação, então pedir desculpas porquê?
Quantos milhares de
brasileiros nesses 483 anos de presença africana no Brasil foram a uma
benzedeira?
Tomou banhos de ervas para
descarrego?
Banhos de descarrego com sal
grosso?
Banhos para limpeza
espiritual?
Banhos para abrir caminhos?
Banhos para atrair
prosperidade?
Banhos para proteção?
Banhos para obter amor?
Quem?
MILHARES DE MILHÕES, homessa...
Quantos milhares de brasileiros nesses 483 anos de
presença africana no Brasil comeram comidas de origem negra, de origem
africana?
Quem no Brasil não comeu:
Feijoada de feijão preto,
acarajé, vatapá, caruru, mungunzá, angu, pamonha, cuscuz, a canjica, canjica,
toucinho, carne-seca, farinha de mandioca, com leite de coco-da-baía, o azeite
de dendê, a pimenta malagueta, etc.
Quem?
MILHARES DE MILHÕES, hora essa...
Quem nunca apreciou um bom
SAMBA?
Quem?
MILHARES DE MILHÕES, ora bolas...
Quem? Quem? E isso o que
significa?
Significa que a cultura negra,
africana, é parte de nossa Sociedade, faz parte de nossa Civilização
Afro-Ocidental.
Então pedir desculpas porquê?
Não éramos nós, os
brasileiros, que caçavam os negros de tribos inimigas na África.
Não éramos nós, os
brasileiros, que vendíamos esses prisioneiros aos traficantes, aos negreiros, e
trazíamos nos infames navios.
Não fomos nós, os brasileiros,
que espalhamos os africanos nas Américas.
Não fomos nós, os brasileiros, que emitimos a Bula Dum diversas , de 18 de junho de 1452,
nem tão pouco o Breve apostólico Divino amore communiti, documentos
papais, ambos que autorizavam os portugueses a “ conquistar territórios não
cristianizados e consignar a escravatura perpétua os sarracenos e pagãos que
capturassem”, mas sim Papa Nicolau V, nascido Tommaso Parentucelli, 208º Papa e
chefe da Igreja Católica Apostólica Romana.
Não fomos nós, os brasileiros, PORTANTO que provocamos o Holocausto
Africano.
Nos, os brasileiros, os MILHARES DE MILHÕES que viveram, e os
que hoje vivem, desde 1533 quando Pero de Góis, Capitão-Mor da Costa do Brasil,
solicitou, ao Rei, a remessa de 17 negros para a sua capitania de São Tomé
(Paraíba do Sul/Macaé), temos muito mais é que agradecer, dizer obrigado, a
todos os africanos, e seus descendentes, que aqui aportaram, que aqui viveram,
que aqui trabalharam, portanto aos NEGROS EM GERAL, por nossa Sociedade, por
nossa Civilização Afro-Ocidental.
Temos que agradecer, sendo
filhos de sangue, ou filhos culturais, aos NEGROS EM GERAL, por nossa
Sociedade, por nossa Civilização Afro-Ocidental.
Essa é a minha verdade.
Verdade esta que pode ser até
contestada.
MAIS....
Pedir desculpas?
Cometer esse ato de racismo?
EU NÃO.
Jorge Eduardo Fontes Garcia
São Paulo 2015/2016
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