Pequeno milagre
Foi isso que Juan Carlos Osorio fez no São Paulo.
Apesar da perda de muitos atletas, da necessidade de conhecer o elenco e se adaptar ao país , das dificuldades com o idioma, e de ter alterado profundamente na proposta coletiva do time atuar, sai do cargo com a equipe na semifinal da Copa do Brasil e na disputa por uma das vagas da Libertadores disponíveis no torneio de pontos corridos.
Professor de futebol
O treinador valorizou as categorias de base como nenhum outro, neste século, [Carpegiani, por falta de opção no elenco da época, foi o último que tentou], conseguiu.
Colocou jogadores de Cotia em campo, mesmo sabendo que seria criticado, pois é normal alguns não renderem o necessário.
Se dispôs a ensiná-los, tal qual um saudoso senhor que passou pelo clube faz poucos mais de duas décadas, que continua com seu nome cantado nas arquibancadas outrora cimentadas e mais democráticas, e reverenciado por milhões dos quais este blogueiro é mais um.
Juan Carlos Osorio merece ser chamado de professor.
Todos rendem mais
Pato reencontrou parte do seu melhor futebol; Ganso tem papel realmente importante; Carlinhos nunca foi tão construtivo. Lucão e Rodrigo Caio têm crescido; Thiago Mendes [a direção não pode negociá-lo correndo, como é seu hábito, pois renderá resultados esportivos e depois considerável monta aos cofres da instituição se os cartolas souberem lidar com questões contratuais]; Breno 'renasceu' para o futebol, Michel Bastos, após queda de produção, retoma as apresentações convincentes…
Proposta coletiva
Fez a equipe jogar de maneira ofensiva como a maioria da torcida quer.
Implementou sistemas de treinamentos elogiados por quem acompanha.
Tudo isso em menos de quatro meses (estreou em 7 de junho), prazo muito pequeno, insuficiente para se exigir que tal revolução gerasse tanta melhora, principalmente sob a maior crise da história do clube, que incluiu atrasos salariais, implementada pela gestão de Carlos Miguel Aidar..
Não era certo esperar, ainda nessa temporada, tantas profundas alterações na equipe conservadora, quadrada e previsível, que ele encontrou com elenco mais forte que o atual.
O treinador a tirou da região do medo, tal qual na eliminação da Libertadores diante do Cruzeiro, e a colocou no mundo da ousadia inteligente e funcional.
Hoje, o talento serve ao coletivo.
Antes, os 'nomes' tinham que resolver os jogos.
Evoluiria
A tendência era do, se mantidos os jogadores, aumento das atuações de alto nível do time e de diminuírem as oscilações.
Inclusive porque o técnico preparava os atletas para raciocinarem de forma quase instintiva, estimulando nos treinamentos partes específicas do cérebro, sobre as necessidades do time durante os jogos.
Irreparável
Perde muito o São Paulo com a saída de quem representou o sonho de um futuro promissor.
Não creio que será substituído por outro com mesma capacidade.
Os conservadores
Já me disseram e farão de novo aqui.
“O que ele ganhou? Qual é o currículo? A imprensa ( como se qualquer jornalista representasse completamente uma classe profissional) o elogia por ser estrangeiro. Ele coloca lateral no ataque. Queria ver se … fizesse igual.''
Não irei mais tentar elucidar sobre conceitos de futebol real de campo que, de maneira simplória em palavras e dificílima na dinâmica, se resume a preencher lacunas e criá-las juntando as características dos jogadores.
Placares finais das partidas são consequências de um monte de aspectos.
Quem chega mais no ataque em condições de finalizar e permite menos chutes contra o seu gol, torna maior a possibilidade de ganhar.
E isso, treinadores como Guardiola, Sampaoli e Juan Carlos Osorio tendem a conseguir, em médio prazo, nas suas agremiações ou seleções, obviamente na medida possível embasada na técnica de quem entra no gramado.
Herança
O técnico que assumir o cargo terá o privilégio de receber sistema ofensivo que se mexe e dificulta a marcação, e um time capaz de jogar com todos na frente tal qual os conceitos do futebol moderno sugerem.
'All in' de mística
Aidar, como não tem condição de trazer Sampaoli ou Guardiola, poderia optar por colocar Rogério Ceni no cargo até dezembro.
Teria alguma possibilidade de manter a metodologia atual de treinamento.
Ele cogita seguir essa carreira.
Além disso, seria um apelo à 'mística ganhadora' do goleiro.
A ideia, quase empírica, da oportunidade de o camisa 01 conquistar o título inédito, ao cabo da carreira, em circunstâncias como essa, com protagonismo ainda maior, criaria algo que tanto pode ser enorme erro quanto mais um trunfo do time.
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