Para Justiça, há
"robustas evidências" de ocultação do valor real de Neymar
Em acórdão, desembargador
observa fortes indícios de que o montante da transferência do jogador para o
Barcelona foi encoberto para prejudicar investidores.
Para a Justiça de São Paulo,
há "robustas evidências" de que o valor de fato da venda de Neymar
para o Barcelona, em 2013, foi ocultado. A observação consta em acórdão
assinado pelo desembargador Giffoni Ferreira, da 2ª Câmara de Direito Privado,
publicado nesta quarta-feira, na ação em que o fundo de investimento Teisa
cobra a apresentação dos documentos da negociação.
A empresa era detentora de 5%
dos direitos econômicos do jogador e, assim como o grupo DIS, que era dono de
fatia de 40%, quer ter acesso aos papeis para calcular o montante real
envolvido na transação.
Na decisão, que julgava um
recurso de Neymar, o desembargador afirma que a ocultação tem o "o intuito
de prejudicar a Teisa".
Em junho, sentença da juíza
Thais Cabaleiro Coutinho, da 11ª Vara de Santos, determinou que o pai do atleta
revelasse à empresa a documentação da venda, sob risco de uma ação de busca e
apreensão.
Os representantes do jogador
recorreram e conseguiram suspender a decisão temporariamente, mas o acórdão
referendou a primeira sentença e manteve a obrigação de apresentar os papéis.
São sete documentos elencados na petição inicial, entre eles
cópias das propostas, do contrato de trabalho com o Barcelona e do acordo de €
2,5 milhões entre o clube e o instituto mantido pelo atacante em Praia Grande,
no litoral de São Paulo.
A transferência rendeu ao Santos € 17,1 milhões – à época,
cerca de R$ 56,5 milhões. Foram feitos, porém, uma série de acordos laterais
que incluíam preferência do Barcelona sobre atletas da base santista e dois
amistosos entre os clubes, por exemplo. Além disso, os espanhóis pagaram outros
€ 40 milhões diretamente a Neymar, sendo € 10 milhões em 2011, antes de os dois
times se enfrentarem na final do Mundial.
Meses depois, o presidente do Barcelona, Josep Maria
Bartolomeu, admitiu que a negociação custou € 57 milhões. O valor ainda é alvo
de investigações – no processo, a Teisa fala em € 86,2 milhões, baseada em
informações divulgadas pela imprensa.
O atacante também está na mira da Receita Federal, que o
acusa de sonegação fiscal. Na semana passada, ele teve R$ 188 milhões
bloqueados para garantir o pagamento de multas.
http://globoesporte.globo.com/sp/futebol/noticia/2015/09/para-justica-ha-robustas-evidencias-de-ocultacao-do-valor-real-de-neymar.html?utm_source=Facebook&utm_medium=Social&utm_content=Esporte&utm_campaign=globoesportecom
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