domingo, 27 de setembro de 2015

O Malandro Cocô


Não sei precisar há quanto tempo apareceu no cenário nacional a figura do Malandro Cocô.
Sei que virou uma figura institucional.
Diferente do antigo malandro, que faz a malandragem e fica na encolha, ele, o Malandro Cocô, se exibe em toda a sua pretensa onipotência, numa demonstração de que é capaz de fazer tudo, que não tem dificuldade nenhum, que é o semideus todo-poderoso.  
O pior é que ele acredita nisso sinceramente.
Nesse estágio o Malandro Cocô faz das suas as claras, a luz do dia, na frente de todos, até das câmaras de Televisão, sem temer as consequências, afinal ele está acima do bem e do mal.
O velho malandro faz das suas na surdina, e obtido o resultado vai se esconder em seu mocó.
O Malandro Cocô pavoneasse com o resultado de sua malandragem, e ainda, balangando a pança por aí, reclama se alguém não admira suas habilidades.
Vemos esse fenômeno no meio político, chega a ser trágico.
Vemos na CBF, passando pelos Clubes de Futebol, e chegando aos campos durante as partidas.
O jogador Malandro Cocô, na frente de todos, das câmaras do “ tira a teima”, comete as maiores barbaridades, faz das suas, e depois vai reclamar com o juiz de que não fez nada.
Chega a ser escroto.
Nesse último mês vi dois golos marcados por conta dos Malandros Cocô, que suas excelências compactuaram com eles.
Fiquei enojado.
Me deu nojo.
Tive engulho.
Mais, o que fazer se o nosso Brasil, antes varonil, se tornou a pátria do Malandro Cocô?

E de se pensar.

Jorge Eduardo Fontes Garcia

São Paulo 27/09/2015

Um comentário:

  1. Parabéns pelo artigo, uma realidade e não um "achismo". Também já tinha refletido muito sobre isso e estava até preparando um artigo sobre o assuto. Seu artigo é de 2015 e somente agora (SET/S024) me deparei com ele. Tivesse eu visto antes e teria comentando imediatamente. Trazendo para hoje, o maior exemplo de malandro cocô que existe se chama ELON MUSK. (Ivo S. G. Reis)

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