Capitão do Verdão passa mal, dispara contra jogos matinais e teme 'tragédia'
Lucas relatou tontura e visão embaçada durante o primeiro tempo do jogo contra o Flamengo e acabou sendo substituído no intervalo. Marcelo Oliveira endossou a reclamação
Fellipe Lucena - 16/08/2015 - 13:58 São Paulo (SP)
Os jogos às 11h têm atraído grandes públicos aos estádios no Campeonato Brasileiro e a ideia é considerada um sucesso, mas o lateral-direito Lucas fez duras críticas após a vitória do Palmeiras sobre o Flamengo, por 4 a 2, neste domingo. Ele passou mal no primeiro tempo e teve de ser substituído no intervalo pelo jovem Lucas Taylor.
- As autoridades do futebol têm de ter
mais responsabilidade. A temperatura estava muito alta, não existe isso. Tem
que ter um pouco mais de respeito com os jogadores. Eles marcam os jogos e não
perguntam nada aos atletas, que são os artistas do espetáculo. Outros
jogadores reclamaram, o Prass disse que a pressão dele baixou quando foi
comemorar o gol. É legal para a torcida, eles aproveitam o domingo, mas em
campo atrapalha - disse o camisa 32, capitão do Verdão.
- Você tem que evitar a
fatalidade. Não pode deixar o atleta desgastado a ponto de acontecer alguma
tragédia. Responsabilidade é a palavra para as pessoas que marcam jogo em um
calor desse. Eu estava muito tonto, estava enxergando tudo muito embaçado,
a ponto de me sentir muito mal, o corpo muito mole. Pensei que a qualquer
momento poderia cair no gramado, uma sensação muito ruim. Não gosto de
reclamar, não é minha maneira, mas hoje me atrapalhou, atrapalhou minha saúde.
A temperatura estava muito alta e a gente acaba se sentindo mal. Hoje me senti
- acrescentou.
Este foi o terceiro jogo matinal do Palmeiras no
Campeonato Brasileiro. Antes, a equipe havia perdido para Goiás e Atlético-PR,
ambas por 1 a 0 e também no Allianz Parque. No Paulistão, foram outros dois:
vitórias por 1 a 0 sobre o XV de Piracicaba e sobre o Botafogo-SP, também em
casa. Neste domingo, a temperatura estava próxima dos 30 graus em São Paulo, e
no gramado a sensação térmica era muito mais elevada. O técnico Marcelo
Oliveira endossou a reclamação de Lucas.
- Pode ter sido uma ideia boa, o público comparece,
mas é sacrificante. O Lucas saiu em função de ter passado mal, o Dudu também
estava com problema, o próprio Arouca pediu para segurar. Às vezes você precisa
fazer uma mudança tática ou técnica e precisa segurar - disse o comandante.
- Precisamos rever essa situação, o Palmeiras tem
que agir nos bastidores, porque é um horário que desgasta muito, porque está
muito quente. Se fosse uma temperatura mais baixa, não teria problema nenhum. É
um esporte, é saúde, você não pode brincar com a saúde do atleta. Os jogos são
em alto nível. O torcedor e a imprensa estão do lado de fora e às vezes não
sabem o quanto a gente corre, o líquido que a gente perde. Eu temo, sim. Hoje
senti na pele. A qualquer momento, sentia que poderia desmaiar. Não é
sacanagem. Senti na pela e temo por algo pior - concluiu Lucas.
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