Nibali, um desonrado
Vincenzo Nibali desrespeitou esta sexta-feira o código de
honra do pelotão para vencer a 19.ª etapa e aproximar-se do pódio da Volta a
França em bicicleta, num dia em que Nairo Quintana reduziu a diferença para
Chris Froome.
Esta sexta-feira, pela primeira vez neste Tour, Chris Froome
(Sky) não foi um camiseta amarela seguro e impassível, vivendo um dia altamente
atribulado. Primeiro, viu o italiano mostrar falta de 'fair-play' e atacar
quando sofreu uma avaria mecânica, depois, na subida final para La Toussuire,
quando já seguia sem apoio da equipe, foi surpreendido por um ataque demolidor
do colombiano da Movistar, que lhe roubou 32 segundos e ficou a 02.38 minutos
da sua liderança, um dia antes do temido Alpe D'Huez.
ão foi preciso esperar pelos quilómetros finais dos 138
entre Saint-Jean-de-Maurienne e La Toussuire-Les Sybelles para que os ataques
ao britânico da Sky começassem: debaixo de um dilúvio, com 26 fugitivos já na
frente, Alberto Contador (Tinkoff-Saxo) saltou do pelotão, quando tinham sido
percorridos dez quilómetros, na subida ao Col du Chaussy, e motivou todos os
outros.
Atacaram Nibali, Alejandro Valverde (Movistar), Bauke
Mollema (Trek) e Robert Gesink (Lotto NL-Jumbo). Com a Sky evidentemente
debilitada -- Geraint Thomas acusou o desgaste do seu intenso trabalho para o
líder e disse, logo aí, adeus ao sonho de estar no pódio em Paris (caiu para
15.º) -, foi a camiseta a amarela quem perseguiu e reuniu o grupo de
candidatos.
A paz seria apenas momentânea: quando Pierre Rolland
(Europcar) já se tinha despedido dos companheiros da fuga para coroar, em
solitário, o temível Col de la Croix de Fer, um sempre atento líder da Astana
demonstrou uma falta de desportivismo inesperada, atacando Froome quando o
britânico avariou, a 58 quilómetros de La Toussuire.
A falta de 'fair-play' do 'Tubarão' -- ditam as regras de
cavalheiros do pelotão que não se ataca a camiseta amarela em caso de avaria
mecânica -- apanhou desprevenidos os outros candidatos, que aguardaram pelo
líder da Sky e deixaram o siciliano ganhar uma vantagem que, graças às suas
reconhecidas capacidades de descedor, rapidamente transformou em dois minutos.
A uma velocidade alucinante, o vencedor do Tour2014 alcançou
Rolland e partiu a solo nas rampas da última inclinação. Com a vitória da etapa
entregue a um monumental Nibali -- cortou a meta com o tempo de 04:22.53 horas
-, Nairo Quintana atacou a sete quilómetros do alto e, pela primeira vez,
Froome não teve como alcançá-lo.
Vincenzo Nibali (Messina, Italia, 14 de novembro de 1984) é
um ciclista de estrada italiano. Estreia profissionalmente em 2005 com a Fassa
Bortolo, e tem alinhado com Liquigás desde 2006 até 2012 e com a Astana a
partir de 2013.1 É um dos seis ciclistas que têm vencido as três Grandes
Voltas, mais precisamente a Vuelta a España 2010, o Giro d'Italia 2013 e o Tour
de France 2014. Também tem resultado segundo no Giro 2011 e a Volta 2013, e
terceiro no Giro 2010 e o Tour 2012. Também é um líder classicómano (especializado
em provas duras de um dia, como a Paris-Roubaix), mas nos últimos anos foi
classificado no topo do Giro d'Italia, graças à sua notável capacidade para a
montanha.
Nibali, a 12 de maio vestiu a Maglia Rosa ao fazer o melhor
tempo no teste do tempo da equipe no Giro d'Italia 2010, graças ao trabalho da
Liquigás e Alexander Vinokourov (ex-líder), que teve problemas com o quinto
homem da sua equipa.
Em 2010, sagrou-se vencedor da Vuelta a España, sendo o
primeiro italiano a vencer em 20 anos. Nibali é chamado o O Tubarão do
Estreito, em referência ao estreito de Messina..
Jornal de Noticias - PT
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