quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Os avós do samba 1978 Parte 1 ( documentário raro ) - Carlos Cachaça , T...

Pelo Telefone - Donga

Banda Portugal na Praça Onze na masemba, virou lundum, que virou maxixe, donde nasceu o SAMBA - 5 - autor: Jorge Eduardo Fontes Garcia


Banda Portugal na Praça Onze, fundada em 26 de agosto de 1921, com
Com o nome Sociedade Nova Banda de Música da Colina Portuguesa.
Passou a usar o nome que a consagrou em 5 de agosto de 1925.


Nessa publicação se falava da Portela, do Cordão da Bola Preta, e do Clube dos Embaixadores, “ o grêmio azul e amarelo, que ficava numa sobre loja na Cinelândia, era o Carnaval em ação, como hoje não se vê mais.
Uma pena.

Certo dia estava eu com meu pai já em um colossal engarrafamento quando ficamos estacionados em frente o sobrado onde estava instalada a Banda Portugal.
Nisso passou em frente de nosso automóvel uma senhora bem vestida, coberta de ouro, em direção à porta da agremiação.
Meu pai, um luso descendente muito brincalhão, além de ser um homem bonito e elegante, imitando um português, falou:
“ Ó patrícia vais sacudir os ossos”.
Ao que a dama respondeu sorrindo:
“ Vou. Vamos ó bonitão”, fazendo um gesto de dança.
Meu pai riu, e disse que ficava para a próxima, arrancando com o carro.
Algum tempo depois, estávamos nos num engarrafamento a frente da Banda Portugal, só que, também, estava meu tio e padrinho de Crisma, João Pedro Giordani.
Meu tio se virou e falou:
“ China, olha lá a sua tia”.
Por obra do acaso e para meu espanto era a mesma patrícia com quem meu pai havia bólido semanas antes sentada próximo da janela
Eu chamei atenção de meu pai ao volante, explicamos o acontecido a meu tio, e caímos na gargalhada.

 Eu nunca esqueci esses fatos.
Como é engraçada a memória de menino, pois não???
E é essa a minha lembrança da Praça Onze berço do Samba e de lindas canções.

“Engolida pela Avenida Presidente Vargas, a Praça 11 de Junho diminuiu de tamanho, passando a ser um local de apresentações regulares de espetáculos de circo”, mas antes de tal fato acontecer, aconteceram as músicas:
Praça Onze = Composição: Herivelto Martins e Grande Otelo ·
Vão acabar com a Praça Onze
Não vai haver mais Escola de Samba, não vai
Chora o tamborim
Chora o morro inteiro
Favela, Salgueiro
Mangueira, Estação Primeira
Guardai os vossos pandeiros, guardai
Porque a Escola de Samba não sai
Adeus, minha Praça Onze, adeus
Já sabemos que vais desaparecer
Leva contigo a nossa recordação
Mas ficarás eternamente em nosso coração
E algum dia nova praça nós teremos
E o teu passado cantaremos
Anos mais tarde, Chico Anysio e João Roberto Kelly homenagearam a Praça Onze no "Rancho da Praça Onze":
Esta é a Praça Onze tão querida
Do carnaval a própria vida
Tudo é sempre carnaval
Vamos ver desta Praça a poesia
E sempre em tom de alegria
Fazê-la internacional
A Praça existe alegre ou triste
Em nossa imaginação
A Praça é nossa e como é nossa
No Rio quatrocentão
Este é o meu Rio boa praça
Simbolizando nesta Praça
Tantas praças que ele tem
Vamos da Zona Norte à Zona Sul
Deixar a vida toda azul
Mostrar da vida o que faz bem
Praça Onze, Praça Onze

A minha homenagem é esse escrito que revela que eu jamais esqueci da nossa Praça 11 tão querida e berço do Samba e de lindas canções.


Jorge Eduardo Fontes Garcia


São Paulo - 27 de janeiro de 2016

A Kananga do Japão na nossa Praça 11 tão querida na masemba, virou lundum, que virou maxixe, donde nasceu o SAMBA - 4- Autor: Jorge Eduardo Fontes Garcia

https://youtu.be/dcVpL-aBR0g podemos encontrar o chorinho KANANGA DO JAPÃO de autoria de Sinhô (José Barbosa da Silva), que foi pianista da Casa, que o pai – não consigo saber o nome- sei que era pintor, ajudou a fundar. Postado por Luciano Hortencio

Segundo consta: A primeira gafieira brasileira, segundo o pesquisador Agostinho Sei-xas, surgiu no séc. XIX e foi instalada à rua da Alfândega, 327, centro do Rio de Janeiro, por D. Francisca Pacheco da Silva. Chamada de “Sala de Danças”, tinha entrada paga à porta e funcionou de 1847 a 1878.
De Elton Medeiros , no Rio de Janeiro, verão de 2005.

No mesmo artigo:
“Como aquela, outras “salas de danças” permaneceram até mesmo depois do aparecimento do maior recreativista de todos os tempos, o criativo Júlio Simões – fundador e proprietário do Kananga do Japão, em 1914 e do Elite Clube em 1930, este ainda hoje existente na Praça da República.
Mas se Júlio Simões imprimiu àqueles bailes de entrada paga – mais tarde chamados de gafieira pelo jornalista Romeu Areda – características como comportamento, trajes, tipo de conjunto musical etc, foi o músico Raul de Barros o responsável pela reformulação desses redutos, fazendo com que surgissem as médias e grandes orquestras e, com elas, um salto de qualidade nos arranjos musicais e uma imensa variedade de gêneros no repertório”.


Esse senhor acima citado escreveu em 1 de outubro de 2010, no INTERLIGEO - http://aiml.blogspot.com.br/2010/10/do-elite-do-julio.html, o seguinte artigo intitulado “ Do Elite do Júlio” que versava
sobre os clubes de danças do Rio de Janeiro, vamos a ele:

Do Elite do Júlio
Há alguns anos minha avó dizia que a novela de Tzuka Yamazaki na TV Manchete, Kananga do Japão, tinha muita coisa errada conforme o testemunho da época que ela dava. No começo da novela parecia mesmo que a coisa ia para uma direção do tipo "Malandros, Perus e Bacanaços" de João Antônio, mas com o tempo os personagens se humanizaram e, então, minha avó já quase no fim da novela dizia com satisfação: "esses personagens existiram mesmo!"
“ Talvez esse testemunho não tivesse valia se minha avó, Zulmira Simões Ciconha, não fosse filha de Julio Simões. Sim, o célebre Julio Simões que fundou a Kananga do Japão e depois o Elite Club”.
“ [ seu Julio] Nascido em Buenos Aires e registrado no Brasil, filho de imigrantes italianos, trajava-se de maneira impecável com ternos brancos de puro linho e suas gravatas de pura seda”.
“A Sociedade Familiar Dançante e Carnavalesca Kananga do Japão fora criada a partir de um rancho carnavalesco, em 1911, na Praça Onze”.
"A Kananga acolheu em suas festas músicos populares muito conhecidos na época, como Sinhô (José Barbosa da Silva), também chamado de Rei do Samba, J. Bulhões, Manuel da Harmonia, Pixinguinha e João da Baiana, que fora o seu diretor de harmonia na fase de rancho”.
“Foi lá que Júlio Simões se inspirou para criar, em 1930, a primeira gafieira do Brasil, a Elite, no Campo de Santana”.
“Conhecimento não lhe faltava, pois, durante muitos anos, Júlio desempenhara a função de fiscal de salão da Kananga”.
“ Como todas as instituições populares do gênero, a Kananga do Japão tinha o seu padroeiro: São Jorge, o santo predileto das camadas mais baixas da população carioca. O seu dia, 23 de abril, era comemorado pela casa desde as primeiras horas da manhã, quando a imagem do santo era retirada do salão e conduzida para a igreja de São Jorge, a cerca de um quilômetro de distância”.
“ Em 1926, a madrinha foi Elisete Cardoso, que teve de contar com a ajuda de outras pessoas, pois a imagem tinha quase o dobro de seu peso. Após a missa, todos voltaram para a sede da Kananga, onde almoçaram e lá permaneceram toda a tarde em clima de festa." Assim Sérgio Cabral descreve no livro "No Tempo da Tia Ciata", essa época de inícios”.
Na época da novela da TV Manchete se falou muito no pai do grande historiador do carnaval, critico, ator, escritor, produtor, sambista da Velha Guarda, o sempre jovial Haroldo Costa (Rio de Janeiro, 13 de maio de 1930), em relação a Kananga do Japão, mas agora não consigo descobrir o porquê, de que se tratava.
Mas, fica aqui o registro de uma Agremiação na nossa Praça 11 tão querida, a

Kananga do Japão

Jorge Eduardo Fontes Garcia 
27/01/2016 
São Paulo 

Mário Reis - Jura (1928)

Jura (Sinhô) - Aracy Cortes

Jura (Sinhô) - Marília Barbosa

KANANGA DO JAPÃO - Sinhô (José Barbosa da Silva) - Choro - Aos Mestres, ...