PRETENSÃO É A DOENÇA DO BRASILEIRO.
O pensamento básico nacional,
o que se tornou “senso comum” é:
“Se o Lula que não foi à
escola chegou a presidente pra que eu ir?”.
“Se o Netinho é vereador
porque eu vou estudar, eu vou é ser MC”.
“Estudar pra que? Não vê a
Anita, ela tá rica, eu em...”;
“Quero ser igual a Popozuda,
FAMOSA. E qué sabe ‘ beijo no ombro’ pra tu”.
“Eu quero se famosa e trabalha
na Grobo, tá sabendo !!!”.
E por ai vai...
Pensei, pensei, e resolvi
colocar meu pensamento no papel, sem nenhuma pretensão de que ele seja um
grande texto literário, um alto pensamento digno de um Roberto da Matta (
antropólogo, conferencista, consultor, colunista de jornal), mas sim o que
realmente é, a constatação de que a PRETENSÃO, É A DOENÇA DO BRASILEIRO
Vamos lá...
Parcial significado de Pretensão:
Opinião exagerado acerca de si próprio;
Vaidade ou presunção: é muita pretensão escrever um texto assim!
Comportamento de quem age com arrogância;
Hábito de se gabar;
Jactância: suas pretensões são ridículas.
(Etm. do latim:
praetensio.onis)
Pois é...
1-
Gabar
- Quando eu me gabava de algo, minha mãe dizia:
“Tome vergonha, menino, modéstia não faz mal a ninguém”.
2- Opinião exagerado - O palhaço Chico
Anísio quando o personagem ‘Baptista’, da Escolinha do Professor Raimundo, puxava
o saco do ‘mestre’, dizia:
“Menos Batista,
menos”.
Demostrando assim
que não queria uma “opinião exagerado” sobre ele, o professor Raimundo.
3-
Vaidade
- No Livro de Eclesiastes, um dos livros poéticos e sapienciais do Antigo
Testamento, escritos atribuídos tradicionalmente ao Rei Salomão, o Pregador, filho
de Davi, Rei de Jerusalém, em seu capitulo1, versículo 2, está escrito:
“Vaidade de vaidades, diz o Pregador; vaidade de
vaidades, tudo é vaidade”.
4-
Jactância
- Ao ver o senhor Paulo Antônio Skaf, nascido em 7 de agosto de 1955, o Paulo
Skaf candidato a governador pelo PMDB , falando sobre sua atuação no Sesi -SP - Serviço Social da Indústria , criado
em 1 de julho de 1946 – no Senai -SP - Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial , criado em 22 de janeiro de 1942, e no Instituto Roberto Simonsen
(IRS), que faz parte do Sistema Confederação Nacional da Indústria – CNI,
criado em 1948, imagina que TUDO aquilo foi sua criação, foi fundado por
ele, foi bolado por ele, e não que ele nem havia nascido na época
da fundações das entidades, não imagina que ele esta falando com jactância,
sendo fanfarão, dizendo paparrotadas.
Quando Skaf nasceu o SESI já
tinha 9 anos de fundado;
Quando Skaf nasceu o SENAI já
tinha 13 anos de fundado;
Quando Skaf nasceu o Instituto
Roberto Simonsen já tinha 7 anos de fundado.
Eu pergunto:
Age o senhor Paulo Antônio
Skaf com jactância ou não?
5-
Comportamento
de quem age com arrogância:
O do ex-presidente Lula na
atual propaganda eleitoral do PT;
O da atual presidente Dilma em suas aparições
púbicas defendendo aquilo que não fez, mas pensa que fez;
O do notório Paulo Maluf, na
atual propaganda eleitoral de seu partido, afirmando de cara limpa que “ lugar
de bandido e na cadeia”;
O do prefeito de São Paulo,
Haddad, afirmando que a bicicleta é o veiculo do futuro e que as ciclovias
foram aprovadas por 90% dos Conselhos Municipais, órgãos esses que não existem
legalmente.
E por ai vai...
No dia a dia se observa;
1- O
modo com que as pessoas tratam os atendentes de balcão nos aeroportos – todos
que se acercam dos balcões assumem ares de filhos da Rainha da Inglaterra e
tratam os que estão por trás do balcão, trabalhando dignamente e ganhando
merreca, como lixo humano;
2- O
modo como o consumidor – você ou eu - é
tratado pelos atendentes dos hediondos “Call-Centers”, estas centrais de
atendimento cujos “operadores
incompetentes ou destreinados incapazes de processar as solicitações dos
clientes de forma eficaz” , que falando como papagaio, de maneira arrogante, só
faltam nos mandar ‘catar coquinho’;
3- O
modo como as pessoas de comportam na fila desses terríveis restaurantes Self servisse,
avançando na travessa da comida vendida por quilo, empurrando uma as outras,
(principalmente os velhos) e quando são chamadas atenção agem de uma forma tão
arrogante, são tão pretensiosas em suas justificativas – às vezes xingam - que chega a dar raiva deles, nojo da comida,
do local, e é por isso que não vou a nenhum deles, para não me aborrecer;
E por ai vai...,
Com o governo do PT emergiu
com toda força parte da Classe Operária, parte do chamado Proletariado, das pessoas
que só tinham seus salários para viver,
isto é, a remuneração da sua força de trabalho.
Esses emergentes formaram uma
nova Classe Social.
Uma nova Classe Social que se
tornou a Elite, ocupando o espaço daquela decadente, que vivia seus estertores,
e que vinha a trancos e barrancos dos tempos do senhor Dom Pedro II, da
Republica dos Conselheiros, da Era Vargas, da República de 1946, do Regime
militar, etc e tal.
O ex-Operário-presidente por
ignorância ou esperteza nega essa realidade e continua atacando o “poder” do
que chama de “as Elites”, esquecendo-se que ele é o expoente máximo da Nova
Elite hoje no Poder.
Acontece que essa Nova Elite, com inegável
força de trabalho, não tinha e não tem educação.
Cultura nem se fala.
Então o que aconteceu?
Estabeleceu-se o Império da
PRETENSÃO e o que é pior, a PRETENSÃO se tornou uma DOENÇA.
Tornou-se uma epidemia- para
qual não há remédio, não há cura – que está assolando o povo brasileiro, a Nação Brasileira, matando
o BRASILEIRO.
É mais fácil conter a epidemia
do Ebola na África do que a epidemia da pretensão no Brasil.
As Emissoras de Televisão, com
suas novelas amorais, com seus programas chulos, com seus noticiários
sensacionalistas que esparramam sangue pela tela, são os veículos de propagação
da Epidemia Pretensão.
Essa ‘pestilentia’ atacou de
maneira cruel os membros do que o antigo Proletariado, hoje Nova Elite, chamava
desdenhosamente, pejorativamente, de
Burguesia, uma classe social detentora dos meios de produção e seus
empregadores,
A Burguesia se dividia em:
1- Alta
Burguesia composta de banqueiros, financistas, grandes comerciantes do mercado
interno, exportadores ou importadores, industriais, latifundiários, proprietário
de imóveis, que anteriormente se misturavam, por seu estilo de vida e
interesses diversos, com a chamada Aristocracia ou Nobreza;
2- Media
Burguesia composta pelos profissionais liberais: tabeliões, juízes,
magistrados, médicos, advogados, engenheiro, arquitetos, jornalista, mestres,
professores-doutores, catedráticos, ou seja, todos que possuem formação
universitária, além dos escritores, e dos médios comerciantes ou médios industriais;
3- Pequena
Burguesia composta de amanuenses, enfermeiros, técnicos em geral, escreventes,
escriturários, professores de ensino médio e primário, bedéis, funcionários de
repartições publicas civis, militares, jurídicas, escreventes juramentados,
funcionários dos cartórios, barbeiros, cabelereiros, manicures, pedicures,
prestadores de serviço em geral, vendedores, corretores de seguro e imóveis, e
por ai vai...
Como hoje o conceito de Alta
Burguesia não é mais o antigo, o de Marx, até porque não há mais uma
Aristocracia ou Nobreza atuante como Elite Dirigente, os membros da Nova Elite
no Poder se misturam ao remanescente dela - a Alta Burguesia- já que os seus propósitos
básicos são de “acumular bens de capital, de possuir a riqueza nacional , os
meios de produção, para assim formar
grande riqueza pessoal ”, agindo numa espécie de vale tudo amoral,
praticando um verdadeiro catch-as-catch-ca
sem nenhum tipo de regra ou ética, que dá ate vontade de vomitar ao se
constatar tal fato. Dá Nojo.
Chamo atenção de que os filhos
da remanescente antiga Alta Burguesia
hoje convivem em todos os lugares – escolas, baladas, viagens de navios
, etc. - com os filhos da Nova Elite dirigente, numa BOA, cultuando o hedonismo, ou seja, tornando “ O
PRAZER” o supremo bem da vida humana.
Os ‘cultos’ são praticados de
maneira bárbara, com muita bebida, muito som alto, muita arrogância, sem nenhum
respeito humano, e muita falta de educação.
As Festas Rave ou as PVT - Rave
de pequeno porte, conhecidas como festa privada por causa dos convites que são distribuídos
para o comparecimento nelas - com suas músicas eletrônicas - House, Electro,
Techno, Minimal, Psy Trance, entre outras – com muito sexo, drogas e rock n'
rol, é o exemplo típico do que eu estou falando.
Essa Turma, velhos e moços,
falam alto, tão alto, nos lugares que chega ser incomodativo.
Mais o que de pior aconteceu
foi que a Epidemia Pretensão se espalhou com toda força mesmo foi entre os
membros da chamada Media Burguesia.
Moços e moças de famílias da Media
Burguesia se comportando de maneira chula, emitindo pretensiosamente conceitos
sobre assuntos que nem sabe realmente do que se trata, menosprezando a
sabedoria dos velhos, se gabando daquilo que nunca deveria vir a publico,
jactando-se do que fez ou do que não fez, exagerados em suas opiniões, agindo
arrogantemente como se fossem os donos únicos da verdade e, também, falando alto como se fossem donos do
mundo.
Uma tristeza.
E o pior é que se chamando a
atenção se tornam mais violentos ainda, mais malcriados ainda, de um pedantismo
só, com um excesso de vaidade que de tão grande revela logo o estado adiantado
da DOENÇA PRETENSÃO em seus organismos, em suas vidas, e aí, meu amigo, minha
amiga, não tem mais jeito.
Como não há cura para essa “pestilentia”,
só resta esperar pelo fim da vida dessa ou desse infeliz.
É uma tristeza constatar que a
PRETENSÃO, É A DOENÇA DO BRASILEIRO.
Como em meio do mundo tenebroso,
da vida sem horizonte, sempre brota a esperança e ela me veio na forma do o
pensamento de um jovem mineiro, um adolescente do bravo Estado de Minas Gerais,
das Minas Gerais que nos deu Cláudio Manuel da Costa, Manuel Inácio da Silva
Alvarenga, Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio de Sousa, Pedro Nava, Carlos Drummond
de Andrade, Murilo Mendes, Guimarães Rosa, Affonso Romano de Sant'Anna, Paulo
Mendes Campos, Fernando Sabino ( que nos deu o impagável O homem nu – crônicas,
1960, Editora do Autor), entre outros, chamado Gustavo Mello, do Alto
Jequitibá:
“Não se tem mais firmeza nas
palavras. Quanto a ilusão, pobre ilusão, já foi muito iludida”.
Jorge Eduardo Fontes Garcia
30 de setembro de 2014
São Paulo, Brasil.
Na Rua Piauí.
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