Luciano Corrêa é bicampeão dos Jogos Pan-Americanos. Com quase dois metros de altura e montes de músculos, o judoca tem o corpo necessário para lutar contra os gigantes de sua categoria – os meio-pesados (100kg). Imagine, então, ele tocando violino...
A cena pode não combinar esteticamente. Mas o instrumento musical, que ele toca desde a infância, é fundamental no processo de treinamento do veterano. Aos 32 anos, ele toca violino para se acalmar, ajudando a relaxar da pesada rotina de treinamentos.
Foi assim que ele conseguiu seu segundo ouro pan-americano, nesta terça-feira, em Toronto. Quatro anos após ser campeão em Guadalajara, ele contou com uma ajudinha pelo bi: seu grande rival, o cubano José Armenteros, atual vice-campeão mundial, foi eliminado na semifinal em uma luta polêmica.
Na final, Luciano venceu o canadense Marc Deschenes, apenas o número 50 do mundo – que nem mesmo é o melhor de seu pais no ranking mundial (Marc Reyes é o 20º da lista). Campeão do mundo em 2007, o brasileiro superou a torcida contra para conquistar o ouro.
Após a conquista do ouro, o judoca comentou o bicampeonato. "Fico honrado em entrar nesse seleto grupo de medalhistas. Nosso trabalho mostra que o Brasil está evoluindo", disse ao UOL Esporte.
David Moura supera o pai e é ouro
Quando David Moura se classificou para a final do pesados do Pan-Americano de Toronto, conseguiu um feito em família: superou seu pai, outro medalhista pan-americano. Fenelon Oscar da Silva conquistou o bronze no Pan da Cidade do México, em 1975.
"Eram outros tempos. Eu era completamente amador. A estrutura era menor, também", lembra. "Aliás, eu era menor também. Era 20kg mais leve do que o David hoje", conta o cuiabano, que está no Canadá com sete membros de sua família para acompanhar o filho – que tem pouco mais de 130kg.
Da arquibancada, Fenelon viu o filho, de 27 anos, conquistar a medalha de ouro. David, porém, veio ao Pan de última hora: titular, Rafael Silva rompeu os músculos do peito e teve de ser operado. Mas o judoca fez bonito na final: venceu o equatoriano Freddy Figueroa por ippon depois de apenas 13 segundos no tatame. Foi a vitória mais rápida do judô no Pan de Toronto.
"Superei meu pai. Muito feliz. Ele me ensinou o que sabia e foi natural. Falei que resultado seria melhor que o dele. Tô muito preparado, fui campeão dois meses atrás. Veio o ouro aqui é vou buscar medalha no Mundial", afirmou. David também comentou o golpe que lhe deu a vitória. "Treino muito essa técnica. Não conhecia o adversário e entrou", disse o judoca brasileiro após a conquista
Mayra Aguiar perde para arquirrival e fica com a prata
Mayra Aguiar foi a primeira a subir no tatame e ficou com a medalha de prata até 78kg. Atual campeão mundial, a judoca gaúcha perdeu para a arquirrival Kayla Harrison, dos EUA, atual campeã olímpica. As duas alimentam rivalidade recente e já lutaram 14 vezes, com sete vitórias para cada.
Mayra falou sobre seu sentimento após a derrota. "Eu dei tudo de mim, tem alguns erros que com certeza vou trabalhar em casa. É horrível, odeio perder, me sinto mal, dá vontade de sair daqui e começar a treinar logo. A medalha de ouro vai vir na Olimpíada, tem Mundial esse ano, vou me preparar. Mas eu saio com uma prata, é uma competição dura, enfrentei a vice e a campeã olímpica, não estou satisfeita, queria o ouro, mas vou tirar os frutos disso tudo", disse à reportagem.
http://pan.uol.com.br/noticias/2015/07/14/luciano-correa-e-bicampeao-pan-americano-david-moura-supera-o-pai-e-e-ouro.htm?cmpid=fb-geral
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